EFEMÉRIDE – Theo van Gogh, escritor, jornalista e realizador de cinema holandês bastante polémico, morreu em Amesterdão no dia 2 de Novembro de 2004. Nascera em Haia, em 23 de Julho de 1957. O seu bisavô era irmão do famoso pintor holandês Vincent van Gogh.
Abandonou o curso de Direito, tornou-se encenador e encetou a carreira de realizador em 1982. Recebeu dois “Gouden Kalf “, o equivalente holandês dos Oscares. Entrou também como actor num filme em 1992. Trabalhou igualmente na televisão e escreveu artigos, frequentemente provocadores, no jornal “Metro”, entre outros. Era membro da Sociedade Republicana Holandesa (anti-monárquica).
Van Gogh tornou-se famoso pelas provocações que fez a várias religiões. Disse, por exemplo, que Jesus Cristo era «um peixe podre da Nazaré». Desrespeitou igualmente os judeus, dizendo que «o cheiro a caramelo, sentido quando os incineravam, indicava que eles eram todos diabéticos». Atacou particularmente o Islão, tendo realizado uma curta-metragem para a televisão (“Submissão”), na qual criticou a situação das mulheres islamitas, mostrando uma jovem nua com frases do Corão escritas sobre o corpo. Publicou também artigos num jornal diário holandês, em que retratava Maomé como pedófilo, visto ter casado com uma menina de nove anos.
Após ter recebido várias ameaças de morte, foi esfaqueado e alvejado com oito tiros por um fanático religioso muçulmano, morrendo de imediato. No cadáver foi encontrada uma faca e uma folha de papel com versículos do Corão. O assassino foi detido pela polícia, após perseguição e depois de ter sido alvejado numa perna. Era um jovem muçulmano de 26 anos, de dupla nacionalidade (holandesa e marroquina) e foi condenado a prisão perpétua. Confessou o crime, afirmou ter agido em nome da sua religião e que voltaria a repetir o acto, não demonstrando qualquer arrependimento.
O último livro que Theo escrevera, em 2003, foi “Alá sabe melhor”, em que fez uso de um estilo irónico e bastante sarcástico. Embora se possa defender o “direito à liberdade de expressão”, também se poderá dizer que Theo van Gogh tudo fez para escolher o seu destino…
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