EFEMÉRIDE – Isidora Dolores Ibárruri Gómez, também conhecida como “A Passionária”, líder comunista espanhola, nasceu em Gallarta, no País Basco, em 9 de Dezembro de 1895. Faleceu em Madrid no dia 12 de Novembro de 1989, vítima de pneumonia. Tinha 93 anos.
Pertencia a uma família de mineiros. Estudou até aos quinze anos, não conseguindo realizar o seu sonho de ser professora, porque os pais não tinham meios de lhe pagar os estudos. Viu-se obrigada a trabalhar num atelier de costura e, mais tarde, como empregada de limpezas, até se casar.
Casou-se aos 21 anos, com a oposição dos pais que desaprovavam as ideias socialistas do futuro genro, também mineiro. No mesmo ano, nasceu a sua filha Esther, que morreria ainda criança, e iniciou a sua militância política.
Em 1918 escreveu o seu primeiro artigo no jornal “El Minero Vizcaino ”, assinando com o pseudónimo “La Pasionaria” que a acompanharia até à morte. Dolores lia muito, nomeadamente as obras de Karl Marx.
Em Abril de 1920 participou na fundação do P.C.E., no qual ficaria até morrer. Entrou para o Comité Central em 1930. Em 1931 tornou-se responsável do jornal do partido “Mundo Obrero”. Foi Secretária-Geral entre 1942 e 1960 e Presidente entre 1960 e 1989.
Em 1920 nasceu-lhe o filho Ruben e três anos mais tarde deu à luz três gémeas, das quais apenas uma sobreviveu (Amaya).
Em 1936 foi deputada pelas Astúrias, tendo conseguido a libertação dos prisioneiros políticos.
Distinguiu-se durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), opondo-se ao General Franco. Ficou célebre o seu slogan «No pasarán». Foi detida e presa várias vezes pelas suas actividades políticas. Defendeu com afinco a melhoria da condição feminina.
Exilou-se depois na URSS, só regressando a Espanha em 1977. Foi eleita deputada nas primeiras eleições democráticas realizadas após a morte de Franco. O filho, que se alistara no exército soviético durante a 2ª Grande Guerra, morreu em combate durante a Batalha de Estalinegrado (1942). Dolores recebeu um doutoramento honorífico da Universidade de Moscovo, o Prémio Lenine da Paz em 1964 e a Ordem de Lenine em 1965. Em 1966 publicou a sua autobiografia.
Devido ao seu simbolismo popular, inspirou grandes escritores como Pablo Neruda e Rafael Alberti, que lhe dedicaram poemas.
«Mais vale morrer em pé do que viver de joelhos», frase que utilizou em vários dos seus discursos, não é de sua autoria - contrariamente ao que muita gente pensa - mas de Emiliano Zapata, revolucionário mexicano.
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