EFEMÉRIDE
– Francisco dos Santos, desportista, escultor e pintor português, nasceu em
Paiões, Rio de Mouro, Sintra, no dia 22 de Outubro de 1878. Morreu em 27 de
Junho de 1930.
Filho
de um sapateiro pobre, ficou órfão de pai aos dois anos de idade. Por iniciativa
do pároco da freguesia, entrou para a Casa Pia de Lisboa em 1887,
revelando especiais aptidões para o desenho e para a escultura. Matriculou-se
na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1893, vindo a terminar o curso com
distinção cinco anos mais tarde. Neste período foi jogador de futebol,
inicialmente no Casa Pia AC e, mais tarde, no Sport Lisboa e no Sporting
CP.
Em
1903, partiu para Paris como bolseiro, para frequentar a Escola de
Belas Artes. A bolsa de estudo era magra e, na capital francesa, passou por
dificuldades financeiras. Frequentou o atelier de Charles Raoul Verlet e
desposou Nadine Dubose, de nacionalidade francesa.
Em
1906, graças a um subsídio concedido pelo visconde de Valmor, pôde partir para
Roma, onde prosseguiu os seus estudos e aprimorou a sua arte escultórica. Foi
aí que executou a estátua “Crepúsculo” (1906), actualmente no Museu
do Chiado em Lisboa.
Ainda a lutar com dificuldades económicas, e então já pai de
uma criança, leccionou francês e jogou futebol na equipa do SS Lazio, que
chegou a capitanear e onde se destacou, tornando-se no primeiro futebolista
português a jogar no estrangeiro.
Regressou
a Portugal em 1909. No ano seguinte, no contexto da implantação da República,
venceu o concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa para a
escolha do busto feminino oficial da República portuguesa. No plano desportivo,
prosseguiu a sua carreira no Sporting, como jogador. Foi um dos
fundadores da Associação de Futebol de Lisboa e foi, também, árbitro de
futebol.
A
sua obra adoptou, «numa situação tardo/naturalista, intenções simbolistas»,
que seriam desenvolvidas de outro modo por escultores do primeiro modernismo
nacional. Esculpiu “Salomé” (1913), “Beijo” (1915), “Nina”
(1917) – obras pertencentes ao Museu do Chiado – e “Prometeu”,
actualmente no Jardim Constantino em Lisboa. Foi ainda autor da escultura mortuária “Poeta”
para o túmulo de Gomes Leal, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e o
principal escultor do Monumento ao Marquês de Pombal, na praça do mesmo nome em
Lisboa, depois de vencer o concurso aberto em 1915 para selecção do melhor
projecto (em colaboração com os arquitectos Adães Bermudes e António do Couto).
Na pintura, assinale-se a sensualidade dos seus nus femininos.
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