sexta-feira, 28 de setembro de 2018

28 DE SETEMBRO - PAPA JOÃO PAULO I


EFEMÉRIDE - Papa João Paulo I, de seu nome Albino Luciani, morreu no Vaticano em 28 de Setembro de 1978. Nascera em Canale d'Agordo no dia 17 de Outubro de 1912. Oriundo de uma família modesta, foi papa da Igreja Católica apenas durante 33 dias, entre 26 de Agosto de 1978 e a data da sua morte.
Tornou-se rapidamente conhecido na Cúria Romana pela alcunha de “Papa do Sorriso”, pela sua afabilidade. Foi proclamado venerável na sessão ordinária da Congregação para a Causa dos Santos, em 7 de Novembro de 2017, sendo esta a última etapa antes da beatificação.
Foi o primeiro papa, desde Clemente V, a recusar uma coroação formal, cerimónia não oficialmente abolida, ficando a cargo do eleito escolher o modo de iniciar o seu pontificado. Não aceitava ser carregado numa liteira, como os outros papas, por uma questão de humildade. Também foi pioneiro, ao adoptar um nome papal duplo, uma homenagem aos seus dois antecessores, João XXIII e Paulo VI.
De origem humilde, viu o seu pai, que era socialista, ser inúmeras vezes forçado a buscar trabalho noutros países, por ocasião da Primeira Guerra Mundial. A mãe, católica fervorosa, incentivou-o a seguir a formação religiosa. Iniciou os seus estudos no Seminário Minori, em Murano, tendo-os concluído no Seminário Georgiano, em Belluno. Foi ordenado padre em Setembro de 1935, assumindo a posição paroquial que tanto desejara.
Embora, segundo consta, não tivesse grande ambições, foi nomeado bispo por João XXIII e cardeal pelo papa Paulo VI. Esteve presente no Concílio Vaticano II, convocado em 1962 por João XXIII.
Albino Luciani era o Patriarca de Veneza quando, com 65 anos, foi eleito Papa, em 26 de Agosto de 1978, na terceira votação do conclave que se seguiu à morte do papa Paulo VI. Segundo se conta, a princípio, o atónito Luciani teria declinado aceitar o pontificado, mas foi persuadido do contrário pelo cardeal holandês Johannes Willebrands, que estava sentado a seu lado na Capela Sistina. Para isso, ter-lhe-ia dito: «Coragem. O Senhor dá o fardo, mas também a força para o carregar».
Morreu na madrugada de 28 de Setembro de 1978, no Palácio Apostólico do Vaticano.
Embora João Paulo I tenha sido encontrado morto por uma freira que trabalhava para ele e o acordava de manhã, a versão oficial divulgada pelo Vaticano, contudo, diz que o corpo de João Paulo I teria sido encontrado pelo padre Diego Lorenzi, um dos seus secretários, enunciando a morte como «possivelmente associada a um infarto do miocárdio». Para alguns, João Paulo I teria sido vítima das terríveis pressões características do seu cargo e que, não as tendo suportado, teria vindo a perecer. A citada freira, após a morte do papa, fez voto de silêncio.
Outra hipótese levantada foi a de que teria sido vítima de embolia pulmonar. De qualquer modo, a sua morte provocou enorme consternação entre os católicos. Mesmo sob chuva torrencial, a Praça de São Pedro esteve totalmente lotada quando dos serviços fúnebres. Em sua homenagem, Karol Wojtyła, o seu sucessor, adoptaria o seu nome papal ao ser eleito, em Outubro de 1978, tornando-se o papa João Paulo II.
Houve várias teorias de conspiração. Entre elas, o autor britânico David Yallop, no seu livro de 1984, “In God's Name”, sugeriu que João Paulo I teria sido envenenado, porque estava prestes a descobrir escândalos financeiros supostamente envolvendo o Vaticano.  Estranho o facto do seu corpo não ter sido autopsiado.
A revista italiana “30 Giorni” revelou, com base em declarações de um dos irmãos de João Paulo I, que a Irmã Lúcia, durante a visita que o então Patriarca de Veneza lhe fez no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, sempre o tratou por “Santo Padre”. O então cardeal Luciani ficou impressionado e perguntou-lhe: «Porquê?», ao que a Irmã Lúcia respondeu: «Vossa Eminência será um dia eleito papa, mas o seu pontificado será muito curto».

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