sábado, 1 de setembro de 2018

1 DE SETEMBRO - JOÃO PINHEIRO CHAGAS


EFEMÉRIDE - João Pinheiro Chagas, jornalista, escritor, diplomata e político português, nasceu no Rio de Janeiro em 1 de Setembro de 1863, filho de emigrantes lusitanos. Morreu no Estoril em 28 de Maio de 1925. Foi o primeiro presidente do Ministério (actual primeiro-ministro) da I República Portuguesa.
Era um republicano liberal, ideal que abraçou até à morte e que, por diversas vezes, lhe custou a prisão e o degredo. Deixou uma das obras mais importantes, e por isso mesmo mais injustamente esquecida, do jornalismo político, de ideias e de doutrinação democrática, publicadas em Portugal, sendo autor de alguns dos textos basilares para a compreensão do processo formativo, evolução e parâmetros ideológicos do republicanismo português.
Estudou em Lisboa, rumando aos 16 anos para o Porto. Com 20 anos, começou a colaborar em “O Primeiro de Janeiro”. Regressado a Lisboa, passou a escrever nos jornais “Tempo”, “Correio da Manhã” e “O Dia”.
Por ocasião do ultimato britânico de 1890, aderiu ao Partido Republicano Português, sendo no ano seguinte implicado na Revolta do 31 de Janeiro de 1891. Foi degredado para Angola, fugiu para o Brasil e continuou a lutar pela causa republicana.
Chagas viria a fundar em Lisboa “A Marselhesa” (1897/98) e a ser director de “O País” (1898), “A Lanterna” (1899) e “Batalha” (1900). Entre outros exemplos de colaboração em publicações periódicas, pode ainda citar-se “O Berro” (1896), “Branco e Negro” (1896/98) e “A Paródia” de Rafael Bordalo Pinheiro (1900/07).
Tendo sido um dos mais activos oponentes à ditadura de João Franco, entre 1906 e 1908, com o triunfo da República, em 1910, João Chagas foi nomeado representante diplomático português em Paris, cargo do qual acabou por se demitir, em duas ocasiões, por discordar do modelo político seguido pelos governantes.
Foi ministro dos Negócios Estrangeiros interino, entre 3 de Setembro de 1911 e 12 de Outubro de 1911 e duas vezes primeiro-ministro (chefe de governo), a primeira das quais de 3 de Setembro até 12 de Novembro de 1911.
Em 1915, na sequência da Revolta de 14 de Maio de 1915, o senador João José de Freitas decidiu eliminar João Pinheiro Chagas, então indigitado para substituir o general Pimenta de Castro na presidência do Governo. Na estação da Barquinha, nos arredores do Entroncamento, na noite de 16 para 17 de Maio, entrou na carruagem onde viajava o potencial chefe do novo governo acompanhado pela esposa e desferiu cinco tiros de pistola, três dos quais atingiram João Pinheiro Chagas de raspão na cabeça e arrancaram-lhe um olho. O senador transmontano foi, entretanto, dominado pelo dr. Paulo José Falcão que viajava com Chagas. Entregue à Guarda Nacional Republicana, que entretanto acorrera, João de Freitas, ainda tentou fugir e pegar, de novo, na pistola. Acabou por ser atacado por populares, sendo abatido pela GNR com um tiro de carabina.
João Chagas, que ficou na diplomacia até à sua reforma em 1923, faleceu no Estoril em Maio de 1925. Recebera a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago da Espada em Março de 1919.

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