Diplomado pela Escola de
Regentes Agrícolas de Santarém, Alberto Ferreira percorreu o país no
exercício da sua profissão de técnico agrário.
Posteriormente, licenciou-se em Ciências
Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.
Professor do ensino secundário a
partir de 1974, passou a leccionar Cultura Portuguesa na Faculdade onde
estudou, a partir de 1977.
Colaborou activamente nas
revistas “Vértice” e “Seara Nova”, chegando a ser director desta
última. Publicou diversos ensaios e obras de ficção.
Foi um resistente antifascista
lúcido e íntegro. A sua obra representou a voz da oposição contra a repressão
salazarista. Com o seu afecto e a sua cultura marcou várias gerações de alunos.
Era militante do PCP desde
1942 e foi uma voz da referência na década de 1960. Tornou-se principalmente
conhecido do grande público pela publicação da monumental obra, em quatro
volumes, “Bom senso e bom gosto (Questão coimbrã)” em colaboração com a
esposa, Maria José Marinho, e do romance-ensaio “Diário de Édipo”,
publicado em 1965, com três edições, que representou, durante algum tempo, a
voz da oposição contra a repressão do Estado-Novo.
Pertenceu também a uma equipa
pedagógica que ministrava, em horário pós-laboral, na Cooperativa dos
Trabalhadores de Portugal, um curso para adultos politizados ou em vias de
politização com “aulas livres” sobre os períodos históricos. As aulas eram um
misto de aprendizagem das ferramentas históricas e de sessões de demarcação do
regime fascista.
Em Outubro de 1963, foi preso e
levado para o Aljube onde, durante seis meses, foi sujeito a várias torturas
como a tortura do sono. Depois da sua libertação, continuou a perseguição
política e foi proibido de leccionar no ensino público. Só reiniciou a carreira
de professor após a Revolução do 25 de Abril.
Já bastante doente (sofria da
doença de Parkinson), ainda publicou dois romances. Faleceu aos 80 anos,
deixando um vasto acervo de documentação, que foi doado à Biblioteca
Nacional.
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