Quando jovem, frequentou a Reial
Academia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi da Barcelona e a Academia
de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em Paris,
onde conheceu Pablo Picasso e entrou em conato com as tendências modernistas
como o fauvismo e o dadaísmo.
No início da década de 1920,
conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton, entre outros
artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim”, 1924-1925, e “Maternidade”,
1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as
profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira
exposição surrealista em 1925.
Em 1928, foi para Holanda, tendo
pintado as duas obras “Interiores holandeses I” e “Interiores
holandeses II”. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em
1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: “Números e constelações
em amor com uma mulher”. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e
escultura. Nas suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais
surpreendentes, como a sucata.
Vários anos depois, rumou pela
primeira vez aos Estados Unidos e, nos anos seguintes; durante um período muito
produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona.
No fim da sua vida, reduziu os
elementos da sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e
reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto. Algumas obras
revelam grande espontaneidade, enquanto noutras se percebe a técnica feita com
muito cuidado, e esse contraste também aparece nas suas esculturas. Miró
tornou-se mundialmente famoso e expôs os seus trabalhos, inclusive ilustrações
feitas para livros, em vários países.
Ainda que alguns leigos do mundo
da arte rechacem o nível da técnica das pinturas de Miró, os grandes
conhecedores da obra do artista reconhecem que «se há uma sensação de cliché
no efeito de recepção da obra de Miró, isso resulta de quem vê - o artista não
tem culpa». Miró atribuía, para cada elemento da realidade um símbolo, uma
“tradução poética”, um signo que se repete em cada um dos seus quadros. O signo
é muito mais metáfora do que imagem. Esses signos eram inseridos dentro de um
vazio, e essa combinação entre vazio e signos é o que define esteticamente a
obra de Joan Miró.
Em 1954, ganhou o prémio de
gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou
para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prémio Internacional da
Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris
realizou uma exposição de toda a sua obra.
Em 1978, recebeu a Medalha de
Ouro da Generalidade da Catalunha e o Prémio Antonio Feltrinelli.
O maior conjunto de obras a nível
mundial de Joan Miró está em Portugal, no Porto, na Fundação de Serralves.
Trata-se de um conjunto de 85 obras, nas quais se encontram desenhos, pinturas em
vários suportes, seis tapeçarias de 1973, uma escultura, colagens, uma obra de
um total de cinco da série “Telas queimadas” (criada para a grande retrospectiva
de Miró no Grand Palais de Paris, em 1974) e várias pinturas murais, que
abrangem seis décadas da carreira do artista, mais precisamente de 1924 a 1981.
Estas obras ficaram na posse do Estado Português depois da nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios, a quem pertenciam.
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