Com origens humildes, é filho de
um operário metalúrgico. Antes de ser considerado «o presente francês para o
cinema»", ou ainda, «o Robert De Niro francês», o terceiro dos
seis filhos de um pobre operário, abandonou a escola aos 12 anos, fugiu de casa
e viveu com prostitutas. A vida delinquente e vândala de Depardieu estendeu-se até
aos 16 anos de idade, quando foi incentivado por uma assistente social a sair
das ruas e investir numa carreira artística. Desde então, começou a marcar
presença nos palcos de teatros parisienses e daí a começar a participar em
filmes foi mera questão de tempo. A sua carreira de actor conta já com um total
de 163 filmes. Ao optar pelos palcos, Depardieu transformou-se no actor
carismático que, hoje, é famoso em todo o mundo.
A sua carreira de actor teve
início quando pôs os pés no Théâtre National Populaire (TNP), em
Paris. Depois de fazer alguns testes e mostrar talento suficiente para
continuar a actuar, começou a participar em pequenas peças num café-teatro
chamado Café de la Gare, ao lado do actor Patrick Dewaere e da actriz
Miou-Miou. Depardieu trabalhou no teatro em mais de quinze peças, entre as
quais algumas produções de Marguerite Duras, Peter Handke, David Strey, Israel
Horowitz, Moliere e Nathalie Sarraute. Mas foi no cinema que conseguiu,
realmente, o reconhecimento para o seu talento.
Estreou-se no cinema, ainda
adolescente, com a curta-metragem “Le Beatnik et le Minet” (1965) Depois
de actuar em pequenos papéis, populariza-se com “Os Corações Loucos” (1974).
Na década de 1980, consolidou-se como um importante actor francês, com
as suas performances nos filmes “Cyrano” (1990) e “Le dernier métro”.
Este último valeu-lhe igualmente um prémio de Melhor Actor. Depardieu
ganhou o César (o Oscar francês) de Melhor Actor, além de
hoje ser dono de um dos maiores títulos franceses, que é o de Chevalier de
la Légion d’Honneur (Cavaleiro da Legião da Honra). O seu porte
favorecia igualmente a sua interpretação do herói de BD Obélix, em “Astérix e Obélix Contra César”,
adaptação para o cinema da obra de Goscinny e Uderzo. O filme foi um enorme
sucesso em França e no mundo, sendo continuado, em 2002, com
Nos anos 1980 e 1990,
Depardieu consolidava-se como um dos maiores actores de todo o mundo. Em 1976,
Bernardo Bertolucci deu-lhe um papel especial no filme “1900”, a partir
do qual surgiram mais convites de realizadores famosos, como André Téchiné (“Barocco”,
1976), Marguerite Duras (“Le Camion”, 1977) e Bertrand Blier (“Préparez
vos Mouchoirs”, 1978). Em 1980, foi nomeado para o César de Melhor
Actor pelo filme “O Último Metro”, dirigido por François Truffaut,
onde contracenou com a actriz Catherine Deneuve.
Em 1981, Gérard Depardieu
participou no filme “La Chèvre”, dirigido por Francis Veber (guionista
da segunda versão do filme “A Gaiola das Loucas”, e realizador da
comédia “O Closet”, de 2002, da qual Depardieu também fez parte). Esta
comédia deu origem à trilogia composta pelos outros filmes, “Les Compères”
(1983) e “Les Fugitives” (1986), ambos também dirigidos por Veber. A
década de 1990 pode ser considerada uma época dourada na carreira do actor,
que continuou a trabalhar com os mais famosos realizadores europeus.
De entre muitos personagens de
destaque, Depardieu interpretou, em 1982, o revolucionário Danton, no filme com
o mesmo nome, dirigido por um dos maiores realizadores polacos, Andrzej Wajda.
Tornou-se conhecido do público americano com os filmes “The Return of Martin
Guerre” (1982), “Jean de Florette” (1986) e “Camille Claudel”
(1988). Em 1990, protagonizou a comédia romântica “GreenCard”, de Peter
Weir, ao lado de Andie MacDowell, papel que o fez conquistar de vez o público
norte-americano.
Em 1990, um escândalo envolveu o
nome do actor que, até então, estava acostumado apenas a actuar no círculo de
cinema europeu. Neste ano, protagonizou o filme “Cyrano” (Cyrano de Bergerac),
drama dirigido pelo realizador francês Jean-Paul Rappeneau, que lhe valeu uma nomeação
para o Oscar de Melhor Actor. Depardieu era apontado como favorito a
levar o prémio, mas um terrível engano na publicação de uma declaração sua,
afastou-o do favoritismo. Num artigo publicado pela revista norte-americana “Time”,
o actor declarava que havia presenciado um estupro, o que foi erroneamente
traduzido para o inglês como «eu participei num estupro». O equívoco
afastou o actor do merecido prémio, como também de outras produções - tudo
devido ao facto de a revista “Time” não ter reparado o erro.
Ainda por “Cyrano”, o actor
recebeu a sua segunda nomeação para o César. Outros dos seus memoráveis
filmes são “1492 - A Conquista do Paraíso” (1992), lançado pela Paramount
para celebrar os 500 anos do descobrimento da América pelo navegador italiano
Cristóvão Colombo, “Os Miseráveis” (2000) e “102 Dálmatas”
(2000), grandes sucessos junto do público.
O actor já ganhou um Leão de
Ouro pelo conjunto da sua carreira (em 1997) e continua com grandes projectos
em mente. A sua participação no filme “Astérix e Obélix contra César”
(1999), como o gordo Obélix, fez tanto sucesso que ele voltou a participar na
continuação do mesmo, “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002).
Entre 1970 a 1996, Depardieu foi
casado com a actriz Élisabeth Depardieu. O apelido foi revertido para o nome de
solteira, Élisabeth Guignot, após o divórcio em 1996. Do casamento, nasceram dois
filhos, Guillaume e Julie, também actores. Depardieu tem mais uma filha,
chamada Roxane, nascido em Janeiro de 1992. A mãe, Karine Silla, foi uma
ligação extraconjugal de Depardieu. Em 1998, ele casou-se com a bem conhecida actriz
Carole Bouquet, uma amiga de longa data. Este casamento também terminou em
divórcio em 2005. De três mulheres, Depardieu tem agora quatro filhos.
Em 2012 renunciou formalmente à
sua cidadania francesa, devido a discordâncias ideológicas com o governo
socialista de François Hollande. Em Janeiro de 2013, foi-lhe atribuída a
cidadania russa pelo presidente Vladimir Putin.
Numa entrevista que concedeu em Novembro de 2015, Depardieu admitiu ter problemas com o alcoolismo.
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