Para além da sua obra literária,
escreveu também, argumentos para o cinema, televisão e banda desenhada.
Daniel Pennac é o quarto e último
rapaz de uma família de origem corsa e provençal. O pai era engenheiro
politécnico e tornou-se oficial do exército colonial, tendo atingido o grau de
general no final da carreira. Passou a infância de acordo com as colocações do
pai, em África (Djibuti, Etiópia, Argélia, África Equatorial), no sudeste
asiático (Indochina) e em França (nomeadamente em La Colle-sur-Loup). Foi o
pai, fã de poesia, quem lhe transmite o gosto pelos livros, que ele devorava na
biblioteca familiar e na escola.
A sua escolaridade foi
desastrosa. Em “Mágoas de Escola”, ele conta várias peripécias da sua
aprendizagem. No entanto, o pai, militar, não se preocupou, afirmando que o
filho recuperaria. Porém, o aluno, diz ter sido vítima de uma disortografia
infantil. Estas versões, mais ou menos romanceadas, das suas dificuldades, não
o impediram de conseguir o bacharelato e tornar-se mestre em Letras.
Adulto, trabalhou como taxista e
ilustrador, antes de se tornar, em 1969, professor de Literatura, primeiro
no Colégio Saint Paul, em Soissons, depois em Nice e, mais tarde, em
Paris.
Mudou o seu apelido para Pennac,
com medo de constranger o seu pai, ao assinar, em 1977, a sua primeira obra, “O
serviço militar ao serviço de quem”, uma sátira sobre o serviço militar.
Em 1979, desesperado pela
transformação do seu bairro de adopção, Belleville, realizou uma estadia de
dois anos no Brasil, com a sua primeira mulher, Irène Pennac, e conseguiu um
contrato de professor na Universidade Federal do Ceará, estadia que seria
a fonte do seu romance “O ditador e a cama de rede”.
Regressou a França e começou a
escrever para as crianças, ao mesmo tempo que continuava a leccionar. Acabou
por publicar “O Paraíso dos Ogros” em 1985. Em 1995, deixou a profissão
de professor para se dedicar inteiramente à literatura.
Daniel Pennac guarda da sua
infância, uma nostalgia do lar e uma ternura pela família. Mesmo sendo a sua
escrita divertida e cheia de uma imaginação desenfreada, Pennac escreveu também
“Como um Romance”, um ensaio de pedagogia activa, lúcida e entusiasta.
A banda desenhada “La Débauche”,
que assinou com Jacques Tardi, revela a sua consciência social e cívica. Desde
o início, Pennac estuda e critica as instituições que negam o indivíduo.
Daniel Pennac defende o prazer da
leitura em voz alta. Grande amante de livros em áudio, gravou - ele mesmo -
vários dos seus livros para as edições Gallimard e para a associação Lire
dans le noir. Em cena, após ter
interpretado “Merci” no Teatro do Rond-Point, leu “Bartleby le
scribe” no Pépinière Théâtre. “Bartleby en coulisses” é um
documentário, realizado por Jérémie Carboni, acerca da preparação deste
espectáculo de leitura.
Em Outubro de 2012, Daniel Pennac
leu “Journal d’un corps” no Théâtre des Bouffes du Nord. A sua
peça “Le 6è Continent” foi representada na mesma sala de espectáculos.
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