EFEMÉRIDE – Sebastião Artur Cardoso da Gama, poeta português, morreu em Lisboa no dia 7 de Fevereiro de 1952. Nascera em Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, em 10 de Abril de 1924, filho mais novo de uma doméstica e de um comerciante. Aos catorze anos foi-lhe diagnosticada uma tuberculose óssea. Apesar de tudo, conseguiu licenciar-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e exerceu a profissão de professor em Setúbal, Lisboa e Estremoz. Casou-se em 1951, na Capela da Arrábida, com Joana Luísa, uma amiga e vizinha desde os tempos da adolescência. Sete meses apenas duraria este casamento porque “a morte os veio separar”.
Colaborou nas revistas literárias “Árvore”, “Brotéria” e “Távola Redonda”. Escreveu igualmente para a então muito conceituada “Gazeta do Sul”. Publicou alguns dos seus poemas sob o pseudónimo de “Zé d’Anixa”. Foi membro fundador da Liga para a Protecção da Natureza (1948).
Os seus livros estão intimamente ligados à Serra da Arrábida, onde passou a residir com sua mãe a conselho do médico. Apesar da morte o ter traído aos 27 anos, ainda teve tempo para dar voz à "sua" Serra, ao Mar e aos Homens que ali vivem. A doença e o isolamento não conseguiram retirar-lhe a alegria, a vivacidade e o fácil relacionamento com as pessoas.
Seis anos após a sua morte foi publicado o seu “Diário”, que é um testemunho das suas importantes reflexões sobre o Ensino. Nele ficou também registada, indelevelmente, a qualidade do convívio com os seus alunos. Em 1999, abriu ao público na sua terra natal o Museu Sebastião da Gama para preservar a memória e a obra de um homem simples, entusiástico e exuberante. A antiga Escola Técnica de Setúbal, onde foi professor, tem hoje o seu nome. Nem sempre os homens são esquecidos, nem sempre os homens são injustos.
Publicou em vida “Serra Mãe” (1945), “Loas a Nossa Senhora da Arrábida” (1946), em colaboração com Miguel Caleiro, “Cabo da Boa Esperança” (1947) e “Campo Aberto” (1951). Postumamente, e por empenho da sua viúva, foram publicados “Pelo Sonho é que Vamos” (1953), “Diário” (1958), “Itinerário Paralelo” (1967), “O Segredo é Amar” (1969) e “Cartas I” (1994).
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