EFEMÉRIDE – Pierre Teilhard de Chardin, padre jesuíta, pesquisador, teólogo, filósofo e paleontólogo francês, nasceu em Orcines no dia 1 de Maio de 1881. Morreu em Nova Iorque, em 10 de Abril de 1955.
Ficou conhecido por não ver oposição entre a fé católica e a ciência, legando-nos uma filosofia que as reconcilia. Disposto a desfazer o mal-entendido entre a ciência e a religião, acabou por ser mal visto pelos representantes de ambas. Muitos cientistas negaram o valor científico da sua obra, acusando-a de vir carregada de misticismo e com uma linguagem estranha à ciência. Do lado da Igreja Católica, por sua vez, foi proibido de leccionar, de publicar as suas obras teológicas e foi submetido a um quase exílio na China.
Originário de uma família profundamente católica, Chardin entrou para a Companhia de Jesus em Aix-en-Provence no ano de 1899 e mais tarde em Laval. Era a época das reformas liberais, que retirou das universidades católicas o direito de conceder licenciaturas e posteriormente dissolveu as ordens religiosas, expulsando vinte mil religiosos de França. Teve por isso de deixar o país e prosseguir os seus estudos na ilha de Jersey, em Inglaterra. Licenciou-se em 1902. Entre 1905 e 1908 foi professor de física e química no Colégio Jesuíta da Sagrada Família, no Cairo, onde teve oportunidade de continuar as suas pesquisas geológicas, iniciadas em Inglaterra. Os seus estudos de teologia foram retomados em Ore Place, de 1908 a 1912, tendo sido ordenado sacerdote em 1911.
Entre 1912 e 1914 estudou paleontologia no Museu de História Natural de Paris, o que constituiu a sua porta de entrada na comunidade científica. Durante os seus estudos teve oportunidade de visitar os sítios pré-históricos do noroeste da Espanha, entre eles, Altamira.
Durante a Primeira Guerra Mundial, foi carregador de macas dos feridos e depois capelão em diversas frentes de batalha.
Acabada a Guerra, retomou os estudos em Paris, onde obteve um doutoramento em 1922 na Universidade de Sorbonne. Em 1920 tornara-se professor de geologia no Instituto Católico de Paris. O ambiente intelectual da capital francesa proporcionou-lhe encontros fecundos para o exercício intelectual. Costumava apresentar as suas ideias a plateias de jovens leigos, seminaristas e professores. Do ponto de vista teológico, já assumira as ideias evolucionistas e realizava uma síntese original entre a ciência e a fé cristã.
Por divergências com a Santa Sé, foi obrigado a abandonar a cátedra em Paris e a embarcar para Tianjin na China. Este acontecimento marcou uma nova etapa da sua carreira: o silêncio sobre temas da igreja que duraria o resto da sua vida. Foi-lhe permitido trabalhar em pesquisas científicas, mas as suas publicações deveriam ser cuidadosamente revistas.
Na Ásia realizou diversas expedições paleontológicas em Pequim, no Turquestão, na Índia e na Birmânia.
Em Pequim, escreveu a sua obra-prima “O Fenómeno Humano”. Enviou a obra para Roma em 1940, tendo-lhe sido prometido o exame por teólogos competentes. Houve várias revisões, mas a autorização para publicar não foi concedida.
Em 1946 voltou a Paris, onde foi nomeado Oficial da Legião de Honra, como reconhecimento pelo «brilhante» trabalho desenvolvido na China.
Os seus textos circulavam clandestinamente e as suas conferências esgotavam os auditórios. Foi convidado para ensinar no “Collège de France” mas, perante ameaças de novas sanções pela Santa Sé, dirigiu-se a Roma em 1948. A visita foi inútil: foi proibido de ensinar no “Colégio da França” e a publicação do “Fenómeno Humano” não foi autorizada.
Entre 1949 e 1950 deu cursos na Sorbonne e em 1950 foi eleito membro da Academia de Ciências do Instituto de Paris.
Em 1951 mudou-se para Nova Iorque a convite da Fundação Wenner-Gren que lhe patrocinou duas expedições científicas a África, para pesquisas sobre as origens do homem.
Teilhard de Chardin faleceu num domingo de Páscoa, em Nova York. No campo científico deixou uma obra de cerca de quatrocentos trabalhos em vinte revistas científicas. No campo filosófico, o seu pensamento pôde ser editado por um comité internacional, visto que ele deixara o direito das suas obras a um colega e não à sua ordem religiosa.
O Santo Ofício solicitou ao Arcebispo de Paris que detivesse a publicação das obras. Em 1957 um decreto deste mesmo órgão decidiu que estes livros fossem retirados das bibliotecas dos seminários e institutos religiosos, não fossem vendidos em livrarias católicas e não fossem traduzidos. Este decreto não teve muita adesão. A sua obra continuou a ser editada em vários volumes e foi traduzida em diversos idiomas. O seu trabalho teve grande repercussão, gerando diversos estudos que duram até aos dias de hoje.
Ficou conhecido por não ver oposição entre a fé católica e a ciência, legando-nos uma filosofia que as reconcilia. Disposto a desfazer o mal-entendido entre a ciência e a religião, acabou por ser mal visto pelos representantes de ambas. Muitos cientistas negaram o valor científico da sua obra, acusando-a de vir carregada de misticismo e com uma linguagem estranha à ciência. Do lado da Igreja Católica, por sua vez, foi proibido de leccionar, de publicar as suas obras teológicas e foi submetido a um quase exílio na China.
Originário de uma família profundamente católica, Chardin entrou para a Companhia de Jesus em Aix-en-Provence no ano de 1899 e mais tarde em Laval. Era a época das reformas liberais, que retirou das universidades católicas o direito de conceder licenciaturas e posteriormente dissolveu as ordens religiosas, expulsando vinte mil religiosos de França. Teve por isso de deixar o país e prosseguir os seus estudos na ilha de Jersey, em Inglaterra. Licenciou-se em 1902. Entre 1905 e 1908 foi professor de física e química no Colégio Jesuíta da Sagrada Família, no Cairo, onde teve oportunidade de continuar as suas pesquisas geológicas, iniciadas em Inglaterra. Os seus estudos de teologia foram retomados em Ore Place, de 1908 a 1912, tendo sido ordenado sacerdote em 1911.
Entre 1912 e 1914 estudou paleontologia no Museu de História Natural de Paris, o que constituiu a sua porta de entrada na comunidade científica. Durante os seus estudos teve oportunidade de visitar os sítios pré-históricos do noroeste da Espanha, entre eles, Altamira.
Durante a Primeira Guerra Mundial, foi carregador de macas dos feridos e depois capelão em diversas frentes de batalha.
Acabada a Guerra, retomou os estudos em Paris, onde obteve um doutoramento em 1922 na Universidade de Sorbonne. Em 1920 tornara-se professor de geologia no Instituto Católico de Paris. O ambiente intelectual da capital francesa proporcionou-lhe encontros fecundos para o exercício intelectual. Costumava apresentar as suas ideias a plateias de jovens leigos, seminaristas e professores. Do ponto de vista teológico, já assumira as ideias evolucionistas e realizava uma síntese original entre a ciência e a fé cristã.
Por divergências com a Santa Sé, foi obrigado a abandonar a cátedra em Paris e a embarcar para Tianjin na China. Este acontecimento marcou uma nova etapa da sua carreira: o silêncio sobre temas da igreja que duraria o resto da sua vida. Foi-lhe permitido trabalhar em pesquisas científicas, mas as suas publicações deveriam ser cuidadosamente revistas.
Na Ásia realizou diversas expedições paleontológicas em Pequim, no Turquestão, na Índia e na Birmânia.
Em Pequim, escreveu a sua obra-prima “O Fenómeno Humano”. Enviou a obra para Roma em 1940, tendo-lhe sido prometido o exame por teólogos competentes. Houve várias revisões, mas a autorização para publicar não foi concedida.
Em 1946 voltou a Paris, onde foi nomeado Oficial da Legião de Honra, como reconhecimento pelo «brilhante» trabalho desenvolvido na China.
Os seus textos circulavam clandestinamente e as suas conferências esgotavam os auditórios. Foi convidado para ensinar no “Collège de France” mas, perante ameaças de novas sanções pela Santa Sé, dirigiu-se a Roma em 1948. A visita foi inútil: foi proibido de ensinar no “Colégio da França” e a publicação do “Fenómeno Humano” não foi autorizada.
Entre 1949 e 1950 deu cursos na Sorbonne e em 1950 foi eleito membro da Academia de Ciências do Instituto de Paris.
Em 1951 mudou-se para Nova Iorque a convite da Fundação Wenner-Gren que lhe patrocinou duas expedições científicas a África, para pesquisas sobre as origens do homem.
Teilhard de Chardin faleceu num domingo de Páscoa, em Nova York. No campo científico deixou uma obra de cerca de quatrocentos trabalhos em vinte revistas científicas. No campo filosófico, o seu pensamento pôde ser editado por um comité internacional, visto que ele deixara o direito das suas obras a um colega e não à sua ordem religiosa.
O Santo Ofício solicitou ao Arcebispo de Paris que detivesse a publicação das obras. Em 1957 um decreto deste mesmo órgão decidiu que estes livros fossem retirados das bibliotecas dos seminários e institutos religiosos, não fossem vendidos em livrarias católicas e não fossem traduzidos. Este decreto não teve muita adesão. A sua obra continuou a ser editada em vários volumes e foi traduzida em diversos idiomas. O seu trabalho teve grande repercussão, gerando diversos estudos que duram até aos dias de hoje.
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