quinta-feira, 3 de junho de 2010

EFEMÉRIDEAlain Resnais, realizador de cinema francês, nasceu em Vannes (Morbihan) no dia 3 de Junho de 1922. É conhecido sobretudo pelas suas obras-primas “Hiroshima meu amor” e “O Ano passado em Marienbad”.
Resnais também realizou documentários de grande importância na História do cinema, como “Noite e nevoeiro” (1955), sobre os campos de extermínio nazis.
Com catorze anos, filmou as primeiras curtas-metragens entre as quais uma adaptação de “Fantomas”. Além do cinema, interessava-se igualmente pela fotografia, pintura, banda desenhada e literatura, apreciando sobremaneira as obras de Marcel Proust e de André Breton.
Em 1942 fez um pequeno papel em “Os visitantes da Noite”. Chegou a pensar em se tornar livreiro mas, finalmente, passou o exame de admissão no IDHEC, onde ingressou em 1943 na secção de Montagem.
A sua carreira de realizador começou em 1948, com a curta-metragem “Van Gogh”. Depois, durante uma dezena de anos, rodou documentários com temas muito variados.
Em 1959 realizou a sua primeira longa-metragem de ficção, escrita por Marguerite Duras, “Hiroshima meu amor”. O filme, que evoca a bomba atómica, teve êxito mundial e foi apreciado tanto pela crítica como pelo público. Segundo o realizador francês Luís Malle «este filme fez com que a história do cinema desse um grande salto em frente». Seguiu-se “O ano passado em Marienbad” (1961).
Começava a definir-se o seu estilo, uma mistura de surrealismo, de onirismo e de distanciamento brechtiano. A vontade de destruir a narração linear era igualmente perceptível. Nos seus filmes encontra-se muitas vezes um engajamento social e político.
Os temas por si abordados, embora muito variados, focam sempre mecanismos psicológicos, a questão do livre arbítrio, do determinismo e do condicionamento sociocultural.
Nos anos 1990, Alain Resnais abriu-se a novas colaborações e passou a tocar um público ainda mais vasto, desenvolvendo o aspecto lúdico e fantasista do seu cinema. Resnais foi nomeado oito vezes para o “César do Melhor Realizador”, tendo sido galardoado por duas vezes (1978 e 1994). É igualmente o único cineasta com três obras coroadas com o “César de Melhor Filme” (1978, 1994 e 1998).
Tanto nos documentários como nos filmes de ficção, ele é reputado pelo seu trabalho de pesquisa meticuloso. «Procuro geralmente balizar sozinho os locais das filmagens. Quando cheguei a Hiroshima pela primeira vez, saí do hotel às três horas da manhã e parti ao acaso… Nesses momentos a máquina fotográfica é preciosa. Sirvo-me dela como se fosse um bloco-notas onde registo as imagens mais diversas. Elas servirão mais tarde para materializar os filmes». Ele exige também aos seus colaboradores uma ficha biográfica completa e fiável de todos os personagens.
Raramente concede entrevistas aos órgãos de informação. Foi casado com Florence Malraux, filha do escritor André Malraux. Em 1980 começou a viver com a sua actriz fetiche, Sabine Azéma, com quem casou em 1998. Era amigo próximo do cantor americano Jim Morrison (The Doors), tendo sido uma das últimas pessoas a vê-lo em vida.
Têm sido galardoado com inúmeros prémios, de que se destacam : Leão de Ouro no “Festival de Veneza” de 1961; Prémio da Crítica Internacional no mesmo festival em 1963; Grande Prémio do Júri no “Festival de Cannes” de 1980; Urso de Prata pela Melhor Contribuição Artística (1994) e pelo Conjunto da Carreira (1998) nos “Festivais de Berlim” desses mesmos anos; Leão de Prata pela Melhor Realização no “Festival de Veneza” em 2006 e Prémio Excepcional no “Festival de Cannes” em 2009 pelo Conjunto da sua Obra.

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