EFEMÉRIDE – Mário Corino da Costa Andrade, médico e investigador, homem de vasta cultura humanística, uma das figuras cimeiras da neurologia portuguesa do século XX, nasceu em Moura no dia 10 de Junho de 1906. Faleceu no Porto em 16 de Junho de 2005, vítima de paragem cardiovascular.
Licenciou-se em Medicina e Cirurgia em Lisboa em 1929, tendo estagiado com Egas Moniz, Nobel de Medicina.
De 1931 a 1937, trabalhou no Laboratório de Neuropatologia da Faculdade de Medicina de Estrasburgo. Em 1937 partiu para Berlim, a fim de fazer um estágio nas áreas da Neurologia Clínica e da Neuropatologia, sob orientação do professor Oscar Voght.
Regressado a Portugal, radicou-se no Porto, cidade onde viveu até morrer. Em 1938, contratado como neurologista pelo Hospital de Santo António, ali criou e dirigiu o respectivo Serviço de Neurologia a partir do início da década de 1940.
Investigou mais tarde, em colaboração com Paula Coutinho, a epidemiologia e genética da doença de Machado-Joseph.
Fundou, com Nuno Grande, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
Corino Andrade foi o primeiro cientista a identificar e caracterizar, como nova entidade nosológica, a paramiloidose (ou polineuropatia amilóide familiar), uma doença neuro-degenerativa, cuja neuropatologia clínica e bases genéticas investigou em trabalho pioneiro na década de 1950 e que é hoje conhecida como doença de Andrade. Popularmente é também chamada “doença dos pezinhos”, uma condição neurológica típica das regiões piscatórias do Norte e Centro de Portugal, e que haveria de ser identificada noutras regiões litorais do Mundo (por exemplo, no Japão e na Suécia).
Cidadão de reconhecida intervenção cívica, fazendo muitas vezes questão de recordar que vivera os tempos da primeira e da segunda grandes guerras, Corino de Andrade escapou ao nazismo mas não à polícia política portuguesa (PIDE) do Estado Novo, que lhe moveu perseguições, no início da década de 1950, pelas suas convicções democráticas .
«Os meses que passei na cadeia serviram-me para muita informação e muita reflexão. Tirei disso muito proveito», diria ele em 1991.
Apoiou a candidatura de Norton de Matos à Presidência da República. Como opositor ao Estado Novo, fez parte do núcleo de homens de ciência do Porto, entre os quais se destacaram figuras notáveis, como Abel Salazar e Ruy Luís Gomes.
Confessava-se agnóstico e admitia que a Terra há-de tornar-se um planeta morto. As suas actividades, científica e cívica, mereceram-lhe distinções ao longo da vida, designadamente o Grau de Grande Oficial de Santiago de Espada (1979), a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1990), o Grande Prémio Fundação Oriente da Ciência (1990) e o Prémio Excelência de Uma Vida e Obra da Fundação Glaxo Wellcome (2000).
Licenciou-se em Medicina e Cirurgia em Lisboa em 1929, tendo estagiado com Egas Moniz, Nobel de Medicina.
De 1931 a 1937, trabalhou no Laboratório de Neuropatologia da Faculdade de Medicina de Estrasburgo. Em 1937 partiu para Berlim, a fim de fazer um estágio nas áreas da Neurologia Clínica e da Neuropatologia, sob orientação do professor Oscar Voght.
Regressado a Portugal, radicou-se no Porto, cidade onde viveu até morrer. Em 1938, contratado como neurologista pelo Hospital de Santo António, ali criou e dirigiu o respectivo Serviço de Neurologia a partir do início da década de 1940.
Investigou mais tarde, em colaboração com Paula Coutinho, a epidemiologia e genética da doença de Machado-Joseph.
Fundou, com Nuno Grande, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
Corino Andrade foi o primeiro cientista a identificar e caracterizar, como nova entidade nosológica, a paramiloidose (ou polineuropatia amilóide familiar), uma doença neuro-degenerativa, cuja neuropatologia clínica e bases genéticas investigou em trabalho pioneiro na década de 1950 e que é hoje conhecida como doença de Andrade. Popularmente é também chamada “doença dos pezinhos”, uma condição neurológica típica das regiões piscatórias do Norte e Centro de Portugal, e que haveria de ser identificada noutras regiões litorais do Mundo (por exemplo, no Japão e na Suécia).
Cidadão de reconhecida intervenção cívica, fazendo muitas vezes questão de recordar que vivera os tempos da primeira e da segunda grandes guerras, Corino de Andrade escapou ao nazismo mas não à polícia política portuguesa (PIDE) do Estado Novo, que lhe moveu perseguições, no início da década de 1950, pelas suas convicções democráticas .
«Os meses que passei na cadeia serviram-me para muita informação e muita reflexão. Tirei disso muito proveito», diria ele em 1991.
Apoiou a candidatura de Norton de Matos à Presidência da República. Como opositor ao Estado Novo, fez parte do núcleo de homens de ciência do Porto, entre os quais se destacaram figuras notáveis, como Abel Salazar e Ruy Luís Gomes.
Confessava-se agnóstico e admitia que a Terra há-de tornar-se um planeta morto. As suas actividades, científica e cívica, mereceram-lhe distinções ao longo da vida, designadamente o Grau de Grande Oficial de Santiago de Espada (1979), a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1990), o Grande Prémio Fundação Oriente da Ciência (1990) e o Prémio Excelência de Uma Vida e Obra da Fundação Glaxo Wellcome (2000).
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