EFEMÉRIDE – Manuel Paulo de Carvalho da Costa, cantor e compositor português, nasceu em Lisboa no dia 15 de Maio de 1947.
Em 1963, foi um dos fundadores dos Sheiks. O sucesso desta banda, a que chamaram “os Beatles portugueses”, pôs fim às suas veleidades de querer ser jogador de futebol do SL e Benfica. Em 1968, o ingresso no serviço militar fez dispersar o grupo.
Regressado à vida civil, fez parte de vários outros grupos, entre os quais a Banda 4, o projecto Fluido e o Thilo´s Combo de Thilo Krassmann. Um EP da Banda 4 foi lançado na segunda metade de 1968. No ano seguinte, formou – com outros companheiros – o grupo de rock psicadélico Fluido, um projecto músico-cultural, com a colaboração de Vasco Noronha e Dórdio Guimarães. Apesar de ser o vocalista principal destes grupos, só em 1970 iniciou a carreira verdadeiramente a solo, ao ser convidado, por Pedro Osório e Carlos Portugal, para cantar “Corre Nina”, no Festival RTP da Canção. Com esta canção, ganhou o Prémio Casa da Imprensa para o Melhor Intérprete.
Em 1971, ficou em segundo lugar no Festival RTP da Canção, com “Flor Sem Tempo” da autoria de José Calvário. Gravou o disco colectivo “Festival de Camaradagem”, juntamente com Fernando Tordo, Duo Orpheu e José Carlos Ary dos Santos. Participou no filme “Perdido Por Cem” de António Pedro Vasconcelos, onde interpretou a canção “Menina e Moça”.
Em 1972, participou no VII Festival Internacional do Rio de Janeiro, com a canção “Maria, Vida Fria” de José Niza e Pedro Osório. Em Fevereiro de 1973, participou no Festival RTP da Canção com “Semente”.
Venceu o Festival RTP da Canção de 1974, com “E Depois do Adeus”, canção que seria uma das senhas para a Revolução dos Cravos. Escreveu depois o hino do Partido Popular Democrático, a convite de Francisco Sá Carneiro.
Em 1975, regressou ao Festival RTP da Canção, com os temas “Com Uma Arma, Com Uma Flor” e “Memória”. Obteve o Prémio de Interpretação no Festival de Slantchev Briag, na Bulgária.
Em 1976, estreou-se como compositor para outros cantores, com a canção “Lisboa Menina e Moça”, que viria a ser celebrizada na voz de Carlos do Carmo. Foi um dos fundadores da cooperativa artística Toma Lá Disco", juntamente com Ary dos Santos, Fernando Tordo, Joaquim Pessoa, Carlos Mendes e Luís Vilas Boas, entre outros.
Venceu o Festival RTP da Canção de 1977, com “Os Amigos”. Participou no Festival da OTI 1977, realizado em Madrid, interpretando “Amor Sem Palavras”, com texto de Joaquim Pessoa. Em 1978, gravou o álbum “Volume I”, com diversas canções de sucesso, arranjos de Pedro Osório e colaboração de Fernando Assis Pacheco. Com Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, Fernando Tordo e Carlos Mendes, gravou “Os Operários do Natal”, um dos mais importantes discos para crianças que se fizeram em Portugal.
Os Sheiks regressaram em 1979, para uma série de treze programas na RTP, aproveitada para gravar os discos “Pintados de Fresco” e “Sheiks com Cobertura”. Em Março de 1980, obteve o 2º lugar no Festival Internacional de Viña del Mar, no Chile, com “Mi Amor Por Ana”. No Festival SOPOT, na Polónia, obteve o Prémio de Melhor Intérprete. Gravou o álbum “Até Me Dava Jeito”, com a participação especial de Rui Veloso. Em 1982, recebeu o Prémio Casa da Imprensa.
Participou no Festival RTP da Canção de 1984, com o tema “Já Pode Ser Tarde”. O álbum “Desculpem qualquer coisinha”, em 1985, incluiu o grande sucesso “Meninos de Huambo” de Rui Mingas e Manuel Rui Monteiro. Foi o primeiro Disco de Ouro da sua carreira.
Em 1989, com Carlos Mendes, Fernando Tordo e Pedro Osório, participou em “Só Nós Três”, um dos espectáculos mais importantes da música ligeira realizados em Portugal.
Foi um dos autores de “Cidade Até Ser Dia”, canção interpretada por Anabela que venceu o Festival RTP da Canção. Por ocasião dos 30 Anos de Carreira, foi homenageado pela Casa de Imprensa na Grande Noite do Fado.
Iniciou o projecto “Música D'Alma”, onde participaram músicos e compositores de cultura Ibérica e Africana, tais como Vicente Amigo (Espanha), Tito Paris (Cabo Verde), Felipe Mukenga (Angola) e Mingo (Moçambique). Foi editado um disco com o mesmo nome e foram feitos espectáculos no Canadá e em Cabo Verde , bem como uma digressão por Portugal.
Colaborou com a Fundação Nacional da Luta Contra a Sida, participando em espectáculos e compondo músicas cujos direitos reverteram para aquela causa. O disco “Alma” de 1994, gravado nos estúdios Abbey Road com a London Symphony Orchestra, incluiu uma versão de “Pomba Branca”, em dueto com Dulce Pontes. O trabalho foi apresentado ao vivo em Caracas, com a participação da Orquestra Sinfónica local.
“Fados Meus” foi o seu trabalho discográfico de 1996, onde colaboraram nomes como Carlos do Carmo, Rita Guerra e Maria João. Participou no espectáculo “4 Caminhos”. Em 1997, iniciou uma temporada de actuações no Casino Estoril, onde se manteve até ao final de 1998. Juntamente com Ivan Lins, realizou um espectáculo no Anfiteatro da Doca durante a Expo-98. Participou na banda sonora da telenovela “Os Lobos”.
Em 2003, realizou uma série de espectáculos denominados “Uma Voz, Uma Vida”. Em Maio de 2004, foi editado o CD “Cores do Fado”, onde voltou a contar com a colaboração do cantor e compositor brasileiro Ivan Lins.
Foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade em Junho de 2009. Em Setembro de 2012, recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.
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