EFEMÉRIDE – Valentín Paz Andrade, jurista, empresário, político, escritor e jornalista espanhol, morreu em Vigo no dia 19 de Maio de 1987. Nascera em Pontevedra, em 23 de Abril de 1898. Era, desde 1978, membro da Real Academia Galega, que lhe dedicou o Dia das Letras Galegas em 2012.
Licenciou-se em Direito na Universidade de Santiago de Compostela em 1921, começando a exercer a advocacia no Tribunal de Pontevedra. Colaborou, simultaneamente, na “Gaceta de Galícia” e foi chefe de redacção do semanário “La província de Pontevedra”.
Escreveu diversos ensaios literários, históricos e económicos, que reflectem bem o seu interesse pelo desenvolvimento e progresso da Galiza. Deixou igualmente muitos escritos sobre o mundo da pesca.
Poeta da Geração de 1925 da literatura galega, muitas das suas obras poéticas são marcadas pelo patriotismo, como: “Soldado da morte” (1921) e “Pranto matricial” (1954), em que evoca a morte de Alfonso Castelao (escritor, político e artista de quem era amigo e que muito influenciou a sua obra). Em “Sementeira do vento” (1968), divinizou as paisagens e as pessoas da Galiza. “Cen chaves de sombra” (1979) e “Cartafol de homenaxe a Ramón Otero Pedrayo” (1986) foram livros dedicados a este escritor, nascido em Ourense.
Colaborou em várias revistas culturais galegas (“Grial”, “O Ensino” e “Outeiro”), com artigos sobre literatura em geral e, em particular, à volta da figura emblemática de Castelao. Dirigiu e colaborou igualmente em revistas especializadas na indústria da pesca, como “Industrias Pesqueras” e “Industria Conservera”. Escreveu também artigos sobre economia e política nos diários “El País” e “La Vanguardia ”.
Politicamente, em 1930, fundou e presidiu, em Vigo, ao Grupo Autonomista Galego, ao mesmo tempo que intensificava a sua actividade em prol da Galiza, sendo candidato às Cortes Constituintes de 1931. Não foi eleito por uma escassa margem de votos. Em 1933, fez parte da lista Esquerda Republicana e voltou a apresentar-se a eleições em Fevereiro de 1936. No começo da Guerra Civil Espanhola, ajudou a fugir diversos intelectuais galegos e defendeu outros nos tribunais. Esteve detido e foi desterrado por várias vezes. Com o regresso à democracia nos anos 1970, voltou à actividade política. Em 1975, fez parte da Xunta Democrática e, quando recebeu o Pedrón de Oro, incluiu – no discurso de aceitação do prémio – a reivindicação de mais democracia e autonomia.
Em 1982, publicou “Castelao na luz e na sombra”, que começara a escrever em 1975, uma biografia completa e detalhada do «seu irmão mais velho». Em 1984, ingressou na Real Academia Gallega de Ciencias.
Faleceu aos 89 anos, na Clínica Nuestra Señora de Fátima, em Vigo, vítima de problemas cardiovasculares, sendo sepultado em jazigo de família, envolto numa bandeira galega como era seu desejo.
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