EFEMÉRIDE – Rabindranath Tagore, poeta, romancista, dramaturgo, músico, pintor e filósofo indiano, nasceu em Calcutá no dia 7 de Maio de 1861. Morreu na mesma cidade em 7 de Agosto de 1941. Tagore terá sido a figura mais importante da literatura bengali. Foi o primeiro escritor asiático a receber o Prémio Nobel de Literatura (1913). Insigne representante da cultura hindu, a sua influência e popularidade internacional talvez só possa ser comparada à de Gandhi.
Tagore já escrevia poemas aos oito anos de idade. Em 1877, publicou a sua primeira poesia substancial sob o pseudónimo de “Bhanushingho”, tendo escrito igualmente nesta época os seus primeiros contos e dramas. Condenava a soberania britânica e apoiou sempre a causa da independência.
Modernizou a arte bengali, desprezando as rígidas formas clássicas. Os seus romances, histórias, canções, danças dramáticas e ensaios falavam sobre temas políticos e pessoais. Os seus versos, contos e romances foram aclamados pelo seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e contemplação. Tagore foi o único literato que escreveu os hinos nacionais de dois países: Bangladesh e Índia, respectivamente o “Amar Shonar Bangla” e o “Jana Gana Mana”.
Tagore começou por ser educado pelos serviçais da família, uma vez que a mãe tinha morrido quando ele tinha poucos anos de vida e o pai fazia muitas e longas viagens. Frequentou pouco o ensino regular. Em Fevereiro de 1873, fez uma viagem pela Índia, que durou vários meses, em companhia do pai.
Estudou depois Direito na Universidade de Londres, entre 1878 e 1880, não finalizando porém o curso. Voltou à sua terra natal, casou-se em 1883 e, em 1890, começou a administrar as propriedades agrícolas da família. Dedicou-se ao desenvolvimento da agricultura e a projectos de saúde e de educação. Com formação filosófica, chegou a criar uma escola em 1901, dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. A sua obra poética compreende um conjunto de três mil poemas em língua bengali, sobre temas religiosos, políticos e sociais. A obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, é extensa e inclui cerca de 60 ensaios, romances, novelas e contos. Muitos dos seus romances e novelas foram adaptados ao cinema, nomeadamente pelo cineasta Satyajit Ray.
Como músico, compôs cerca de duas mil canções num estilo muito próprio, em que fundia a música clássica indiana com as tradições folclóricas de diferentes regiões da Índia. No campo da música, pode afirmar-se que foi um inovador, já que procurou expressar musicalmente as cores e subtilezas dos seus versos.
Tagore participou no movimento nacionalista indiano e era amigo pessoal de Mahatma Gandhi que o apelidava de “Sentinela da Índia”. Como escritor, alcançou muita notoriedade também no Ocidente, mercê das muitas viagens que fez e da publicação dos seus textos em inglês, muitos das vezes traduzidos por ele próprio.
Em 1919, como forma de protesto contra a política britânica em relação ao Punjab, renunciou ao título de “Sir” que lhe tinha sido concedido pela Coroa Britânica em 1915.
Nos últimos anos de vida, sofreu de dores crónicas e teve vários períodos de doença prolongada. Em 1937, desmaiou e ficou em estado de coma durante muito tempo. Três anos mais tarde, em 1940, teve outra crise grave, de que nunca recuperou, falecendo no ano seguinte.
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