terça-feira, 28 de maio de 2013

28 DE MAIO - JAIME NEVES

EFEMÉRIDEJaime Alberto Gonçalves das Neves, militar português que desempenhou um papel decisivo nas operações que levaram ao fim do Processo Revolucionário Em Curso, após a Revolução dos Cravos, nasceu em São Martinho de Anta, Sabrosa, em 28 de Maio de 1936. Morreu em Lisboa no dia 27 de Janeiro de 2013.
Entrou para a Escola do Exército em 1953. Finalizado o curso, foi destacado para África, onde cumpriu quatro missões, duas em Angola e duas em Moçambique. O Batalhão de Comandos, que liderou em Moçambique, perpetrou um dos mais infames massacres de civis, plasmado na História como o Massacre de Wiriyamu (região de Tete), denunciado por missionários Combonianos então presentes naquela região.
Era tenente-coronel, graduado em coronel, no Verão Quente de 1975 e chefiava o Regimento de Comandos. Foi agraciado em Julho de 1995, pelo então presidente da República Mário Soares, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Foi promovido a major-general (quando já estava na situação de reforma desde 1980, com o posto de coronel), por proposta do Exército, com a aprovação das chefias de todos os ramos das Forças Armadas, após sugestão de Ramalho Eanes e Rocha Vieira. A promoção baseou-se no seu papel durante o 25 de Novembro de 1975, que pôs fim ao PREC, e teve em conta «o papel muito relevante que Jaime Neves teve para evitar que Portugal caísse numa ditadura, além de garantir que o País iria trilhar o caminho do pluralismo, da democracia e da liberdade de expressão». As chefias militares consideraram que o «seu mérito e os serviços prestados à Pátria justificavam esta promoção por distinção». A promoção a major-general foi confirmada pelo 19º presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, em Abril de 2009.
Esta prerrogativa, apesar de prevista no estatuto militar, nunca tinha sido utilizada para promover um oficial na reforma a um posto de topo de carreira (o grau de marechal, atribuído por exemplo a Spínola e a Costa Gomes, eram meramente honoríficos).
A notícia da promoção de Jaime Neves causou grande polémica entre os militares, sobretudo por coincidir com as celebrações do 35º aniversário do 25 de Abril de 1974. As críticas foram tanto maiores quanto nenhum dos oficiais do 25 de Abril foi objecto de tratamento idêntico. Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, criticou duramente a «decisão absolutamente inédita» de promover Jaime Neves. Em declarações ao semanário “Expresso”, disse que «não acreditara até aí que os responsáveis militares e políticos tivessem tanta falta de bom senso e de decoro, hostilizando e ofendendo profundamente os militares de Abril e o próprio 25 de Abril».

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...