EFEMÉRIDE – Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, crítico literário, lexicógrafo, filólogo, professor, tradutor e escritor brasileiro, nasceu em Passo de Camaragibe no dia 3 de Maio de 1910. Morreu no Rio de Janeiro em 28 de Fevereiro de 1989.
Em 1923, mudou-se para Maceió onde, aos 14 anos de idade, começou a dar aulas particulares de português. Aos 15 anos, ingressou no magistério, convidado pelo Ginásio Primeiro de Março para leccionar o seu curso primário. Naquela época, começava já a interessar-se pela língua e literatura portuguesas. Licenciou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1936. Nesse mesmo ano, tornou-se professor de Língua Portuguesa e Francesa e de Literatura no Colégio Estadual de Alagoas.
Passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1938, continuando no magistério, como professor de Português e Literatura Brasileira no Colégio Anglo-Americano (1939/1940), de Português no Colégio Pedro II (1940/1969) e do ensino médio no Estado do Rio de Janeiro (1949/1980).
Publicou artigos, contos e crónicas na imprensa carioca. De 1939 a 1943, foi secretário da “Revista do Brasil”. Em 1941, deu início ao seu trabalho de lexicógrafo, colaborando no “Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa”. Em 1942, lançou o livro de contos “Dois Mundos”, que foi premiado pela Academia Brasileira de Letras em 1944. No ano seguinte, trabalhou no “Dicionário Enciclopédico do Instituto Nacional do Livro”. Em 1945, publicou o ensaio “Linguagem e Estilo de Eça de Queirós”. Neste mesmo ano, participou no I Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo , e lançou – juntamente com Paulo Rónai – o primeiro dos cinco volumes da colecção “Mar de Histórias”, uma antologia de contos da literatura universal. Entre 1947 e 1960, produziu textos para a secção “O Conto da Semana”, no suplemento literário do “Diário de Notícias”.
A partir de 1950, começou a escrever para a revista “Selecções do Reader’s Digest”, na sessão “Enriqueça o Seu Vocabulário”. Oito anos mais tarde, reuniu todos os artigos que produzira para aquela secção e publicou-os num livro com o mesmo título. De 1954 a 1955, leccionou Estudos Brasileiros na Universidade Autónoma do México, contratado pelo Ministério das Relações Exteriores.
A preocupação com a língua portuguesa e o amor pelas palavras levou-o a estudar e pesquisar o idioma durante muitos anos, com o objectivo de lançar o seu próprio dicionário. Finalmente, em 1975, publicou o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”, conhecido como “Dicionário Aurélio” ou simplesmente “Aurelião” ou “Aurélio”. Em 1977, publicou o “Minidicionário da Língua Portuguesa”, que também é chamado “Miniaurélio”. Em 1989, lançou o “Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa”, com ilustrações de Ziraldo.
Aurélio Buarque de Holanda também traduziu várias obras.
Foi membro da Associação Brasileira de Escritores na secção do Rio de Janeiro (1944/1949), da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil (centro brasileiro da Associação Internacional dos Escritores), da Comissão Nacional do Folclore, da Academia Alagoana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Hispanic Society of America.
Aurélio Buarque de Holanda tinha ascendentes holandeses. Ao contrário do que muita gente julga, não era pai nem tio de Chico Buarque, mas sim um seu parente afastado.
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