EFEMÉRIDE
– Eugen Weidmann, criminoso alemão, célebre por ter sido a última pessoa a
ser guilhotinada em público, morreu em Versalhes, França, no dia 17 de Junho de
1939. Era conhecido como «o assassino com olhar de veludo». Nascera
em Frankfurt, na Alemanha, em 5 de Fevereiro de 1908. Tinha sido julgado e
condenado pelo assassinato de seis pessoas, todas mortas com um tiro na nuca,
entre Julho e Novembro de 1937.
Oriundo
de uma família da burguesia, tornou-se chefe de um bando de adolescentes, antes
de ser educado «duramente» pelos avós, após a saída do pai do domicílio
familiar. Esteve em várias casas de correcção.
Ainda
muito jovem, deixou a Alemanha com destino ao Canadá, onde continuou a fazer
malfeitorias que lhe valeram algum tempo na prisão, antes de o deportarem para
a Alemanha em 1932.
Pretextando
ir criar uma sociedade de táxis, convenceu a mãe a oferecer-lhe uma viatura,
que passou a utilizar para alguns dos seus golpes. Premeditou o rapto de um
rico herdeiro, mas a tentativa falhou. Foi detido e preso durante perto de seis
anos. Na prisão, conheceu dois franceses, encarcerados em virtude de tráfego de
dinheiro. Os três homens tornam-se
amigos. Os franceses foram libertados primeiramente e partiram para
Paris. Weidmann, tendo antecedentes criminais, foi libertado mais tarde, mas
sem ter teoricamente o direito de sair da Alemanha. Conseguiu, no entanto,
arranjar um passaporte por intermédio da Gestapo e passou sem problemas
a fronteira. Não se conseguiu averiguar se, simultaneamente, foi incumbido de
alguma missão por aquela organização policial.
Os
três amigos reencontram-se em Paris e decidem organizar alguns raptos. A
Exposição Universal acabava de ser inaugurada e, entre os
visitantes, iam haver certamente muitos estrangeiros ricos. Weidmann utilizou o
seu físico avantajado e o seu domínio da língua inglesa para arranjar um lugar
de intérprete na Exposição. O grupo alugou também uma vivenda, que
serviria para sequestrar as vítimas.
Os
motivos exactos dos crimes que se seguiram, todos assacados a Weidmann, são
desconhecidos. Medo de ser denunciado? Desejo de obter dinheiro imediato? Ou
sadismo de serial-killer?
A
polícia conseguiu prendê-lo em Dezembro de 1937. Começou por resistir, ferindo
dois polícias, mas acabou por ser também atingido o que o levou à rendição.
Confessou os crimes facilmente e sem arrependimento.
Foi
executado no exterior da prisão Saint-Pierre, como era comum até então. O
comportamento dos espectadores foi considerado «histérico» e o
presidente da República Albert Lebrun convenceu o governo da época a passar a
proceder às execuções no interior das prisões, longe das possíveis «emoções
populares». Mulheres houve que queriam ensopar os seus lenços no sangue do
executado, para guardar como recordação.
A
utilização da guilhotina para execuções «em privado» continuou, mas cada
vez mais raramente, até Setembro de 1977. Finalmente, a pena de morte foi
abolida em França em Setembro de 1981, através de um decreto do presidente
François Mitterrand.
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