EFEMÉRIDE
– Joris Ivens, cineasta holandês, morreu em Paris no dia 28 de Junho de 1989,
sendo sepultado no cemitério de Montparnasse. Nascera em Nijmegen, em 18 de Novembro de 1898. Estudou Economia em Roterdão
(1917/20), mas o seu interesse pelo cinema era muito maior. O pai era
proprietário de uma firma de cinema e fotografia, em Amesterdão, o que lhe permitiu
uma sólida aprendizagem de base, de tal forma que se tornou um dos maiores
expoentes do “cinema documentário” no século XX.
A
exemplo de muitos intelectuais da sua época, Ivens era simpatizante comunista,
defendendo nas suas obras os ideais socialistas. Em 1931, foi à União Soviética
para fazer “Song of Heroes”, um filme sobre a construção da nova cidade
industrial de Magnitogorsk. No ano anterior, tinha sido convidado para uma
tournée de vários meses pela URSS, com a finalidade de apresentar os seus
filmes.
Em
1937, rodou “Terra de Espanha”, durante a Guerra Civil Espanhola.
Neste filme, exaltou a luta dos republicanos contra a agressão franquista, que
era apoiada pelo fascismo italiano e pelo nazismo alemão. Em 1938, filmou a
resistência chinesa contra a invasão japonesa e a ocupação da Manchúria (“Os
Quatrocentos Milhões”).
Entre
1940 e 1945, viveu nos Estados Unidos onde fez vários filmes mas, sob suspeita
de ser comunista, teve de abandonar o país. Trabalhou depois em vários estúdios
do leste europeu. A sua posição a favor do bloco comunista, durante a Guerra
Fria, incomodou o governo holandês, que o obrigava a renovar o passaporte de
três em três meses.
A
partir de 1957, instalou-se em França e fez longas estadias na Ásia e em África.
Em 1964, assistiu no Chile aos primeiros passos do governo de Salvador Allende.
Em todos estes países participou também na formação de novos cineastas.
A
luta dos trabalhadores é uma constante dos documentários de Ivens, destacando-se
o confronto com a natureza e com as opressões sociais nas mais diversas regiões
do globo. Fez igualmente documentários sobre a luta de vários povos pela
independência.
Tem
sido considerado um dos mais activos criadores do “cinema experimental”. Entre
longas e curtas-metragens, fez cerca de 40 filmes, o último dos quais aos 90
anos de idade.
Entre
as distinções que recebeu, salientam-se: o Prémio Internacional da Paz (1954);
a Palma de Ouro de Curta-metragem no Festival de Cannes (1958); o
Prémio Lenine da Paz (1968); o César da Academia do Cinema Francês
de Melhor Documentário de Curta-metragem (1977); e o Leão de Ouro para
o Conjunto da Carreira no Festival de Veneza (1988). Desde 1990,
existe uma Fundação com o seu nome na localidade onde nasceu.
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