sexta-feira, 27 de junho de 2014

27 DE JUNHO - LAFCADIO HEARN



EFEMÉRIDE - Patrick Lafcadio Hearn (também conhecido como Koizumi Yakumo, nome que adoptou após adquirir a cidadania japonesa), jornalista, escritor e tradutor irlandês, nasceu na ilha Levkas (Grécia) em 27 de Junho de 1850. Morreu em Tóquio no dia 26 de Setembro de 1904. Lafcadio é especialmente conhecido devido aos seus contos tradicionais, um dos quais foi mesmo transformado em filme por Masaki Kobayashi (“Kwaidan”, 1965). Viveu vários anos no Japão e conquistou, com a sua obra, grande renome internacional.
O pai, um cirurgião militar irlandês, estava a servir o exército britânico em Levkas, durante a ocupação inglesa das ilhas Jónicas. Aos 6 anos de idade, devido à morte dos pais, Lafcadio mudou-se para casa de uma tia na Irlanda, tendo estudado em Dublin. Em 1865, estudou por um curto período no Ushaw College em Durham. Esteve uns tempos em Londres e em Paris. Aos dezanove anos, foi viver para os Estados Unidos, instalando-se primeiro em Nova Iorque e depois em Cincinnati. Nesta última cidade, desenvolveu uma amizade que duraria toda a vida com o impressor inglês Henry Watkin. Com a ajuda dele, iniciou-se  no jornalismo. Devido ao seu talento como escritor, progrediu rapidamente na carreira  e tornou-se repórter no “Cincinnati Daily Enquirer”, onde permaneceu de 1872 a 1875. Com total liberdade criativa, desenvolveu uma boa reputação em virtude dos seus sensíveis e fascinantes relatos sobre os desfavorecidos de Cincinnati. Casou-se com Matthie, uma cozinheira mestiça, o que na época era uma prática ilegal (casamentos mistos). Quando o «escândalo» se tornou público, foi demitido do “Enquirer” e ingressou no jornal rival, o “Cincinnati Commercial”. No entanto, em breve se mudaria para Nova Orleães (1877).
De 1877 a 1891, escreveu para o “Times Democrat”. Os seus escritos concentraram-se então na história crioula da cidade, na sua culinária peculiar, na marginalidade e no Vodu. Os seus artigos publicados na “Harper's Weekly” e no “Scribner's Magazine” ajudaram a moldar a imagem de Nova Orleães como um colorido reduto da decadência e do hedonismo. O seu livro mais conhecido sobre a Luisiana é “Gombo Zhebes” (1885).
O “Times Democrat” enviou-o para as Índias Ocidentais como correspondente em 1889. Ali passou dois anos, tendo escrito “Dois Anos nas Índias Ocidentais Francesas” e “Youma, a História de um Escravo das Índias Ocidentais”, ambos em 1890.
No ano seguinte, foi ao Japão - país onde veio a encontrar o seu lar definitivo e a sua maior fonte de inspiração. Durante a década de 1890, foi professor de Literatura Inglesa na Universidade Imperial de Tóquio e logo se sentiu totalmente enfeitiçado pelo Japão. Casou-se com uma japonesa, filha de um samurai, e naturalizou-se japonês, adoptando  a religião budista. A sua saúde tornou-se frágil nos últimos tempos de vida, forçando-o a abandonar o ensino. Morreu em 1904, vítima de ataque cardíaco.
No fim do século XIX, o Japão era ainda desconhecido e exótico para o mundo ocidental. Com a introdução da estética japonesa, particularmente na Exposição Universal de 1900, em Paris, o Ocidente adquiriu um apetite insaciável pelo Japão e Hearn tornou-se mundialmente conhecido pela profundidade, originalidade e sinceridade dos seus contos.
Traduziu para a língua inglesa vários escritores franceses, como Maupassant, Théophile Gautier, Flaubert, Hugo, Zola e Anatole France, entre outros.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...