EFEMÉRIDE
- Patrick Lafcadio Hearn (também conhecido como Koizumi Yakumo, nome que adoptou
após adquirir a cidadania japonesa), jornalista, escritor e tradutor irlandês, nasceu
na ilha Levkas (Grécia) em 27 de Junho de 1850. Morreu em Tóquio no dia 26
de Setembro de 1904. Lafcadio é especialmente conhecido devido aos seus contos
tradicionais, um dos quais foi mesmo transformado em filme por Masaki Kobayashi
(“Kwaidan”, 1965). Viveu vários anos no Japão e conquistou, com a sua
obra, grande renome internacional.
O
pai, um cirurgião militar irlandês, estava a servir o exército britânico em
Levkas, durante a ocupação inglesa das ilhas Jónicas. Aos 6 anos de idade, devido
à morte dos pais, Lafcadio mudou-se para casa de uma tia na Irlanda, tendo
estudado em Dublin. Em
1865, estudou por um curto período no Ushaw College em Durham. Esteve uns
tempos em Londres e em Paris.
Aos dezanove anos, foi viver para os Estados Unidos, instalando-se
primeiro em Nova Iorque
e depois em Cincinnati.
Nesta última cidade, desenvolveu uma amizade que duraria toda
a vida com o impressor inglês Henry Watkin. Com a ajuda dele, iniciou-se no jornalismo. Devido ao seu talento como
escritor, progrediu rapidamente na carreira e tornou-se repórter no “Cincinnati Daily
Enquirer”, onde permaneceu de 1872 a 1875. Com total liberdade criativa, desenvolveu
uma boa reputação em virtude dos seus sensíveis e fascinantes relatos sobre os
desfavorecidos de Cincinnati. Casou-se com Matthie, uma cozinheira mestiça, o
que na época era uma prática ilegal (casamentos mistos). Quando o «escândalo» se
tornou público, foi demitido do “Enquirer” e ingressou no jornal rival,
o “Cincinnati Commercial”. No entanto, em breve se mudaria para Nova
Orleães (1877).
De 1877 a 1891, escreveu para o
“Times Democrat”. Os seus escritos concentraram-se então na história crioula
da cidade, na sua culinária peculiar, na marginalidade e no Vodu. Os seus
artigos publicados na “Harper's Weekly” e no “Scribner's Magazine”
ajudaram a moldar a imagem de Nova Orleães como um colorido reduto da
decadência e do hedonismo. O seu livro mais conhecido sobre a Luisiana é “Gombo
Zhebes” (1885).
O “Times
Democrat” enviou-o para as Índias Ocidentais como correspondente em 1889. Ali
passou dois anos, tendo escrito “Dois Anos nas Índias Ocidentais Francesas”
e “Youma, a História de um Escravo das Índias Ocidentais”, ambos em
1890.
No
ano seguinte, foi ao Japão - país onde veio a encontrar o seu lar definitivo e a
sua maior fonte de inspiração. Durante a década de 1890, foi professor
de Literatura Inglesa na Universidade Imperial de Tóquio e logo
se sentiu totalmente enfeitiçado pelo Japão. Casou-se com uma japonesa, filha
de um samurai, e naturalizou-se japonês, adoptando a religião budista. A sua saúde tornou-se
frágil nos últimos tempos de vida, forçando-o a abandonar o ensino. Morreu em
1904, vítima de ataque cardíaco.
No
fim do século XIX, o Japão era ainda desconhecido e exótico para o mundo
ocidental. Com a introdução da estética japonesa, particularmente na Exposição
Universal de 1900, em Paris, o Ocidente adquiriu um apetite insaciável pelo
Japão e Hearn tornou-se mundialmente conhecido pela profundidade, originalidade
e sinceridade dos seus contos.
Traduziu
para a língua inglesa vários escritores franceses, como Maupassant, Théophile
Gautier, Flaubert, Hugo, Zola e Anatole France, entre outros.
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