terça-feira, 2 de setembro de 2014

2 DE SETEMBRO - HANS JÆGER



EFEMÉRIDEHans Henrik Jæger, escritor norueguês, filósofo e teórico anarquista, nasceu em Drammen no dia 2 de Setembro de 1854. Morreu em Tostrupgarden, em 8 de Fevereiro de 1910, vítima de cancro. Influenciou muito os meios intelectuais noruegueses, no fim da década de 1880.
Ficou órfão aos catorze anos, tendo sido obrigado muito cedo a desenvencilhar-se por si só. Alistou-se na marinha. Em 1874, já como capitão, desembarcou e ficou a estudar em Kristiania, onde levou uma vida libertina. Obteve o bacharelato em 1875, começando depois os seus estudos de filosofia sobre a “procura da liberdade”. Insurgia-se contra os casamentos burgueses e as convenções religiosas que prendiam as Mulheres ao lar, na melhor das hipóteses rodeadas de rendas e bordados e ocupadas em dirigir e vigiar uma criadagem aplicada e numerosa, enquanto os homens dominadores frequentavam locais tolerados de prostituição.
Profissionalmente, enquanto aprendiz literário, trabalhava no registo e arquivo dos debates do parlamento norueguês. Como pensador, multiplicava as suas intervenções. Em 1881/82, durante uma série de conferências para trabalhadores e estudantes, defendeu o amor livre. A chegada à Noruega dos primeiros romances de Émile Zola suscitou-lhe uma irreprimível vocação para romancista naturalista.
Em 1885, publicou “Fra Kristiania Bohemen”, romance-testemunho de características naturalistas, composto de descrições quase fotográficas  da vida dos artistas e escritores noruegueses daquela época. Não era uma verdadeira obra literária, mas uma reportagem jornalística sem sofisticações hipócritas, em que factos triviais, ao serviço de uma moral sexual libertária e de uma filosofia de liberdade anarquista, levaram à sua apreensão pelas autoridades com a alegação de que se tratava de um «atentado aos bons costumes». Foi preso, pagou uma multa, perdeu o emprego e, em 1886, foi julgado e condenado por imoralidade, sendo praticamente convidado a exilar-se. 
Jæger foi para Paris mas, de 1886 a 1890, colaborou ainda na revista norueguesa “Impressionisten”. Tornou-se uma celebridade da boémia norueguesa no exílio, tendo sido retratado pelo pintor Edvard Munch em 1889.
Instável e muitas vezes doente, sentia a nostalgia do seu país, onde voltava regularmente para reencontrar os velhos amigos. O grupo, outrora animado e solidário, começava porém a dispersar-se e todas as loucuras de antanho já não eram para as suas idades. Quando Hans Jæger voltou definitivamente para Oslo, era um homem só. Esperavam-no a solidão pessimista e a miséria. Viveu penosamente os seus dois últimos anos de vida, doente e esquecido por todos.
As suas obras julgadas mais “subversivas” só foram publicadas na Noruega nos anos 1950 e, depois, de um modo mais global, em 1969.

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