EFEMÉRIDE
– Claude Nougaro, poeta, compositor e cantor francês, nasceu em Toulouse no
dia 9 de Setembro de 1929. Morreu em Paris, em 4 de Março de 2004. Iniciou
a sua carreira profissional como compositor e, a partir de 1958, passou a
interpretar igualmente as suas próprias canções.
Grande
amador de jazz e de música latina e africana, dedicou-se, ao longo da sua
carreira, a um inusitado casamento de géneros, unindo canções francesas àqueles
ritmos. Simultaneamente com as suas actividades literárias e musicais,
entregou-se também à pintura e ao desenho.
Era
filho de um cantor de ópera e de uma professora de piano italiana. Foi criado
pelos avós paternos. Ainda adolescente, já escutava Glenn Miller, Édith Piaf e
Louis Armstrong, o que o inspirou a seguir a vida artística.
Entre
1944 e 1947, frequentou sucessivamente, como pensionista, a Abadia-Escola de
Sorèze, o Colégio Montaigne de Vence e o Colégio de Cusset.
Depois
do serviço militar em Rabat (1949), começou a fazer jornalismo, escrevendo para
diversos jornais, entre eles o “Journal
des curistes” de Vichy e “L'Écho” da Argélia. Em paralelo,
escrevia canções para Marcel Amont e Philippe Clay. Conheceu por essa época Georges
Brassens, que ficou a ser seu mentor e amigo.
Nougaro
enviou alguns dos seus textos a Marguerite Monnot, compositora de Édith Piaf,
que os musicou. Começou a actuar no cabaret parisiense “Lapin agile”
(1954), declamando poemas de sua autoria. Foi aqui que decidiu cantar os seus
próprios textos, para ganhar a vida. Seguiram-se actuações em vários cabarets.
Em
Outubro de 1958, gravou o seu primeiro álbum. O sucesso só chegaria porém em
1962, quando assinou contrato com a Philips. Antes, participara em alguns
concertos de Dalida.
Um
acidente de automóvel imobilizou-o durante vários meses em 1963. No ano
seguinte, fez uma viagem ao Brasil. No regresso a França, deu espectáculos em
salas de prestígio: Olympia de Paris, Palais d'Hiver de
Lyon e Théâtre de la
Ville de Paris.
Em
1965, começou uma longa colaboração com o pianista de jazz Maurice Vander, que passou
a ser o seu principal parceiro musical. Se bem que não fosse atraído pela
política, os acontecimentos de Maio de 1968 inspiraram-lhe “Paris Mai”
que foi proibido na rádio. No mesmo ano, gravou o seu primeiro álbum ao vivo,
no Olympia: “Une soirée avec Claude Nougaro”.
A
sua carreira prosseguiu de um modo regular. Em 1975, passou a gravar para a Barclay,
mas sem grandes sucessos. Vendeu a casa que tinha no bairro de Montmartre e
partiu para Nova Iorque, à procura de inspiração. Foi recompensado com a
publicação de três novos álbuns e com dois prémios importantes.
A
sua saúde começou a degradar-se a partir de 1995, ano em que foi operado ao coração.
De 1998 a
2004, dedicou-se mais a concertos e festivais. Em 2003, não conseguiu actuar no
Festival do Verbo em Toulouse, por motivos de saúde. No ano anterior,
apresentara-se em várias localidades francesas, num espectáculo falado (gravado
em DVD), onde revisitou vários dos seus textos.
Depois
de algumas intervenções cirúrgicas no princípio do ano, faleceu em Março de
2004, vítima de cancro no pâncreas. O funeral foi celebrado em Toulouse, na Basílica
de Saint-Sernin cujo carrilhão tocou as notas da sua canção “Toulouse”.
As cinzas foram dispersas no rio Garonne.
Entre outras homenagens da cidade onde nasceu, um jardim municipal, um colégio
e uma estação de metro têm hoje o seu nome.
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