Marcelino Lima nasceu na cidade
da Horta, onde frequentou a instrução primária, ingressando em 1879 no Liceu
da Horta. Empregou-se como funcionário dos Correios e Telégrafos,
atingindo o lugar de chefe da Estação Telégrafo-Postal da Horta.
Ingressou muito cedo nas lides
jornalísticas, pois com apenas 17 anos de idade já dirigia, com Júlio Lacerda,
o semanário literário da ilha do Faial intitulado “O Bibliófilo”,
fundado a 31 de Maio de 1885.
Dirigiu também, e foi redactor
principal da “Revista Faialense”, um semanário literário e desportivo
fundado em 1 de Fevereiro de 1893, e da segunda série do semanário literário e
noticioso “O Faialense” (1899), redigido em colaboração com Florêncio
Terra e Rodrigo Guerra. Foi colaborador assíduo de múltiplos periódicos, com
destaque para os jornais faialenses “O Telégrafo”, “A Democracia”,
“Correio da Horta” e “Arauto”.
Embora mantivesse activa
colaboração na imprensa periódica, a partir de finais da década de 1920
passou a dedicar-se a estudos históricos e genealógicos, com especial
incidência sobre as questões relacionadas com as famílias e a história
faialense.
Foi sócio fundador, e por várias
vezes presidente, do Ginásio Clube (então grafado Gymnasio Club),
agremiação fundada na cidade da Horta em 18 de Maio de 1880. Foi presidente da
Sociedade Luz e Caridade e do Grémio Literário Faialense. Fez parte
do grupo dramático António Baptista.
Apoiado na obra de Garcia do
Rosário, publicou em 1922, uma genealogia das principais famílias faialenses,
incluindo notas históricas sobre os seus principais membros.
Fixou-se em Lisboa a partir de
1927, dedicando-se então ao estudo da história faialense. Quando a Câmara
Municipal da Horta resolveu redigir os “Anais do Município”, um
trabalho que andava em preparação há mais de meio século, decidiu, em sessão de
14 de Agosto de 1939, convidar Marcelino Lima para os redigir.
Marcelino Lima aceitou o convite,
conseguindo levar a termo, em 1943, a elaboração dos “Anais”, naquela
que é a sua obra de maior vulto.
Marcelino Lima faleceu em Lisboa,
deixando inédita a obra “Faial Letrado”, uma listagem dos escritores
faialenses. Foi um dos últimos intelectuais da excepcional elite faialense do
fim do século XIX, que incluiu escritores como Florêncio Terra, Rodrigo Guerra,
Manuel Zerbone, Manuel Garcia Monteiro, Manuel Joaquim Dias, Osório Goulart e
Manuel Greaves.
A cidade da Horta homenageou Marcelino Lima na sua toponímia, dedicando-lhe, por decisão da Câmara Municipal de 24 de Outubro de 1979, a artéria onde se encontra instalada a sede do Parlamento Açoriano.
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