Filho de um casal de actores,
cedo pisou os palcos teatrais. Ainda adolescente, demonstrou um especial
interesse pela fotografia.
Com 17 anos, empregou-se em
Hollywood como assistente de câmara, não demorando a ser promovido a cameraman
principal, por influência do produtor Hal Roach, que o colocou a trabalhar em
algumas comédias de Stan Laurel e Oliver Hardy, como “Two Tars” de 1928
e “Big Business” de 1929. Em 1930, estreou-se como realizador, rodando duas
curtas-metragens simultâneas: “Ladies Last” e “The Kickoff”. Foi
nos estúdios da RKO Pictures que fez a sua primeira longa-metragem: “The
Cohens and Kellys in Trouble” de 1933. Entre 1933 e 1934, Stevens foi um
dos realizadores mais profícuos de Hollywood, realizando onze títulos.
O seu primeiro filme de grande sucesso
foi “Alice Adams” (“Sonhos Dourados”, 1935), onde fez uma
recriação do dia-a-dia de uma pequena cidade norte-americana cuja personagem
principal (interpretada por Katharine Hepburn) tenta melhorar as suas condições
de vida através de um casamento de interesse, acabando por se apaixonar por um
rapaz humilde (Fred MacMurray).
O realizador enveredou depois
pelo musical, dirigindo a dupla Fred Astaire -Ginger Rogers em “Swing Time”
(“Ritmo Louco”, 1936). As opções de Stevens resultavam bem em termos de bilheteiras.
Comprovou-o em “Gunga Din” de 1939, um filme de aventuras desenrolado na
Índia, nos finais do Século XIX, e centrado na história de três sargentos
ingleses (Cary Grant, Douglas Fairbanks Jr. e Victor McLaglen), que fogem da
perseguição de um culto de assassinos.
Seguiram-se outros filmes, que
ajudaram a estabelecer uma sólida reputação à sua carreira: “Woman of the
Year” (“A Primeira Dama”, 1942) foi o primeiro filme em conjunto do
futuro casal Spencer Tracy e Katharine Hepburn e “The More the Merrier”
(“Gentes a Mais… Casas a Menos”, 1943), que conferiu a Stevens a sua
primeira nomeação para o Oscar de Melhor Realizador. Durante a Segunda
Guerra Mundial, foi operador de câmara no exército norte-americano, tendo
filmado momentos cruciais como o desembarque do exército aliado nas praias da
Normandia e a libertação dos prisioneiros judeus do campo de concentração de
Dachau.
Voltou ao activo com “I
Remember Mama” (“O Seu Grande Mistério”, 1948), um melodrama sobre
um casal de imigrantes nórdicos que tenta iniciar uma nova vida nos Estados
Unidos.
A década de 1950 foi a
mais frutuosa para Stevens. Venceu o seu primeiro Oscar com “A Place
in the Sun” (“Um Lugar ao Sol”, 1951), um retrato cru da moral
norte-americana, que venceu seis Oscars e que guindou ao estrelato os
actores Montgomery Clift e Elizabeth Taylor. Seguiram-se “Shane” de
1953, um clássico dos westerns sobre um herói solitário (Alan Ladd) que
protege uma família das investidas de um poderoso fazendeiro, e aquela que foi
considerada como a sua obra-prima, a saga “Giant” (“O Gigante / Assim
caminha a humanidade”, 1956), que retrata o confronto entre um barão de
gado (Rock Hudson) e um milionário do petróleo (James Dean), que valeu a
Stevens novo Oscar. A partir daí, rodou mais três filmes: “The Diary
of Anne Frank” (“O Diário de Anne Frank”, 1959), “The Greatest
Story Ever Told” (“A Maior História de Todos os Tempos”, 1965, com
Max von Sydow) e “The Only Game in Town” (“Quando o Jogo É o Amor”,
1970).
Morreu vítima de ataque cardíaco. Tem uma estrela na Calçada da Fama, em 1701 Vine Street.
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