segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

12 DE FVEREIRO - FRANCISCO COELHO MADURO DIAS

EFEMÉRIDE - Francisco Coelho Maduro Dias, escritor, pintor, desenhador, professor, cenógrafo e homem do teatro, nasceu em Angra do Heroísmo no dia 12 de Fevereiro de 1904.  Morreu na mesma cidade em 21 de Dezembro de 1986.

Fez parte dos membros fundadores e colaboradores do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1942) e do Rádio Clube de Angra (1946), tendo um papel relevante no panorama cultural açoriano da primeira metade do século XX.

Desde cedo, foi colaborador assíduo nos jornais, publicando, com 17 anos (1921), o seu primeiro livro de poemas.

Enquanto estudava Belas-Artes em Lisboa (a partir de 1927), teve oportunidade de contactar com artistas de renome: Armando de Lucena (seu mestre), Abel Manta, Jorge Barradas, Diogo de Macedo e Rui Gameiro, entre outros.

Ainda em Lisboa, colaborou no Pavilhão Português para a Exposição de Sevilhaonde colheu «proveitosos conhecimentos através dos quais beberia os princípios da forma em que assentariam as suas futuras criações estéticas».

O empedrado da Praça Velha é, provavelmente, um dos trabalhos mais marcantes da sua vida. Nessa altura, estava a regressar dos estudos em Lisboa e imediatamente fez por se ligar a todas as manifestações artísticasTerminado em 1930 e inspirado no desenho de uma manta regional terceirense, a solução artística desse empedrado, «dado o arrojo da concepção modernista, seria motivo de acesas polémicas».

Uma das amizades que teve oportunidade de fazer ao longo da sua vida foi com António Dacosta. Ambos tiveram a oportunidade de criar retratos um do outro, como é o caso do “Retrato de Maduro Dias” documentado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Desde o regresso de Lisboa que a sua presença artística ecléctica e organização de exposições foram marcando a Ilha Terceira. Alguns exemplos dessas intervenções são: a encenação da opereta Água Corrente” (estreia em 1928); a organização da exposição, em 1934, no Palácio do Governo Civil (actual Palácio dos Capitães-Generais);  da Exposição do Esforço do Emigrante Açoriano, em 1940, na Junta Geral de Angra do Heroísmo; o Cruzeiro alusivo à Restauração de 1640 (1940), no Pico Matias Simão; livros de poemas como “Melodia Íntima” e “Poemas de Eiramá “(1985); quadros como “Sonho do Infante”; capas de livros; e trabalhos de ornamentação nas Sanjoaninas.

Desde 1961 até ao começo de 1985, «foi convidado a desenvolver ensino artístico no destacamento americano da Base das Lajes (Clube de Oficiais, onde se realizaram várias exposições), o que denota a sua vocação para um certo magistério artístico que nunca o abandonou».

Faleceu na sua cidade natal, em 1986, e Augusto Gomes, em artigo biográfico na revista “Ilha Terceira” desse mês de Dezembro, recorda-o assim: «Como prosador, Maduro Dias deu-nos as mais belas páginas da literatura açórica, numa realização estética, das mais seguras e acabadas, tal como nas outras manifestações artísticas a que se entregava de alma e coração».

Maduro Dias foi feito cavaleiro da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 14 de Junho de 1950. Ganhou vários prémios literários em Jogos Florais e foi homenageado com a Medalha de Honra do Município.

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