domingo, 25 de fevereiro de 2024

25 DE FEVEREIRO - LEE EVANS

EFEMÉRIDE - Lee Edward Evans, atleta bicampeão olímpico norte-americano, especialista na prova dos 400 m planos s, nasceu em Madera (EUA) no dia 25 de Fevereiro de 1947. Morreu na Nigéria em 19 de Maio de 2021.

Velocista desde a adolescência, Evans foi imbatível nas provas de 400 m e 440 jardas na escola e na San Jose State University de 1964 a 1966. O seu único rival na altura e o único a derrota-lo nesta época, foi o seu companheiro Tommie Smith, futuro campeão olímpico dos 200 m planos. A competitividade entre os dois era tão grande que o técnico Bud Winter os impedia de treinarem um contra o outro.

Evans conquistou o seu primeiro recorde mundial em 1966, integrando a estafeta 4X400 m dos Estados Unidos numa prova em Los Angeles, a primeira vez em que a prova foi completada em menos de 3 min (2min59s6).

Em 1967, venceu os 400 m nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, com um tempo de 44s95, a primeira vez que o tempo da prova baixava de 45s com cronometragem electrónica na era da cronometragem manual.

Em 1968, venceu as selectivas americanas para os Jogos, fixando novo recorde mundial (44s) e, na Cidade do México, na final olímpica, conquistou o ouro batendo mais uma vez a sua própria marca, estabelecendo novo recorde olímpico e mundial (43s85) que, até hoje, é a sétima melhor marca para a prova e perdurou por vinte anos. Ainda nos mesmos Jogos na altitude mexicana, ganhou mais uma medalha de ouro fechando a estafeta 4x400 m dos EUA, com novo recorde mundial (2:56.16), tempo que permaneceu imbatível durante 24 anos.

Durante a cerimónia de premiação desta prova, Evans e o seu companheiro Ron Freeman receberam as suas medalhas de ouro usando boinas negras ao estilo dos Panteras Negras. Durante a mesma cerimónia da prova dos 200 m, realizada anteriormente, o seu ex-rival de treino Tommie Smith, campeão olímpico dos 200 m e John Carlos, o medalha de bronze, também receberam as suas medalhas de boinas e luvas negras com saudações para o alto, o que lhes valeu a suspensão em competições futuras pelo presidente do COI, o norte-americano branco Avery Brundage.

Depois de se tornar campeão nacional da AAU (Amateur Athletic Union) em 1969 e 1972, Evans conseguiu apenas o quinto lugar nas selectivas para os Jogos de Munique em 1972, o que lhe garantiu um lugar de reserva na estafeta 4X400 m, para disputar as preliminares. Entretanto, com a suspensão de dois integrantes da equipa, Vince Matthews e Wayne Collett, ouro e prata na prova individual dos 400 m, pela mesma demonstração no pódio que a anteriormente feita pelos velocistas negros na Cidade do México 1968, e a contusão de outro atleta, John Smith, os Estados Unidos ficaram sem homens suficientes para formar a estafeta e ele não pôde competir nestes Jogos.

Lee Evans foi toda a vida um defensor dos direitos dos negros, fundador do OPHR (Olympic Project for Human Rights), trabalhou por mais de quatro décadas como director de programas de atletismo nacionais em seis diferentes nações de África, além de técnico das equipas de atletismo de pista e de cross-country da University of South Alabama.

Em Dezembro de 2011, foi diagnosticado com um tumor no cérebro e apesar de todo o seu passado como atleta e técnico, sem ter um plano de saúde e condições de tratamento, uma campanha de arrecadação de fundos para ajudá-lo foi lançada pelo seu companheiro de equipa em 1968, John Carlos.

Evans faleceu em Maio de 2021, aos 74 anos de idade, após sofrer um derrame. Ele encontrava-se na Nigéria, a sua família chegou a abrir uma companha virtual para angariar dinheiro para levar Evans de volta aos Estados Unidos, mas ele morreu antes que fosse possível atingir o valor necessário.

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