Teve, entre outras funções, os cargos de deputado, ministro
das Finanças, ministro da Instrução Pública e presidente do
Ministério (primeiro-ministro). Foi membro da Maçonaria.
Nasceu no lugar de Quintãs, freguesia de São Salvador,
em Ílhavo, e era descendente pelo ramo materno de uma família de grandes
tradições liberais. Era filho de António José de Barros e de Matilde da
Conceição Queiroz, que era irmã do famoso desembargador Joaquim José de
Queiroz, chefe da Revolução liberal de 1828 e avô do romancista Eça de
Queiroz.
Mudou-se para Lisboa, começando a trabalhar aos 8 anos
de idade como caixeiro numa casa comercial, tendo crescido entre o proletariado
urbano da época. Depois de uma aprendizagem como autodidacta, apenas na década
de 1890 conseguiu matricular-se na Escola Elementar de Comércio de
Lisboa.
Aderiu ao republicanismo, tornando-se em 1888
militante do Partido Republicano Português, ascendendo rapidamente a
lugares cimeiros na direcção daquele partido. Manter-se-ia sempre no campo
ideológico dos republicanos liberais, militando nos diversos partidos que
ocuparam aquela região do espectro ideológico.
Envolvido nas lutas operárias apoiadas pelos
republicanos, foi um dos promotores da criação da Associação dos Caixeiros
Nocturnos de Lisboa, ligando-se por essa via à imprensa, sendo fundador de “A
Voz do Caixeiro” e colaborando no periódico “O Caixeiro”.
Eleito em listas republicanas, foi, entre 1908 e 1911,
presidente da Junta de Freguesia de Santa Justa e vereador da Câmara
Municipal de Lisboa.
Tendo demonstrado grande inteligência e jeito para os
negócios, acabou por adquirir em 1911 a Casa José de Oliveira, onde era
caixeiro. Cedo se revelou como um dos mais bem-sucedidos comerciantes de
Lisboa, ingressando nos círculos financeiros. Foi membro da direcção da Companhia
do Boror e co-fundador e director da Mutualidade Portuguesa. Mais
tarde, seria nomeado sucessivamente vogal, vice-presidente e presidente do
conselho de administração da empresa dos Caminhos-de-Ferro Portugueses.
Foi também presidente do Conselho Disciplinar do Ministério das
Finanças.
Com a cisão do Partido Republicano Português
após a proclamação da República Portuguesa, integrou o Partido
Unionista, onde militou entre 1911 e 1919. Integrando as listas daquele
partido, foi eleito deputado pelo círculo de Lisboa e, depois, pelo de Torres
Vedras, ocupando os cargos de presidente da Comissão de Reforma Aduaneira e
Serviços Fiscais. Foi também secretário-geral e director-geral da Fazenda
Pública, cargo em que foi o principal autor da reforma tributária de 1911.
Como deputado por Torres Vedras, no mandato de 1911 a
1915, foi escolhido para vice-presidente da Câmara dos Deputados,
apresentando então um parecer, na altura considerado excepcional, sobre a Lei
de Meios de 1912/1913 (o orçamento do Estado na época).
Em 1912, iniciou-se na Maçonaria, na loja
Acácia, de Lisboa, adoptando o nome simbólico de «Garibaldi».
Na sequência da Revolução de 14 de Maio de 1915,
aceitou o lugar de ministro das Finanças, cargo que exerceu até 18 de Junho
de 1916.
Mantendo-se na actividade política, já em período de
degenerescência da Primeira República Portuguesa, quando a instabilidade
política e o constante golpismo tornavam impossível a formação de executivos
estáveis, voltou ao Governo no período entre 24 de Maio e 30 de Agosto
de 1921, como presidente do Ministério (o título do primeiro-ministro da
época), acumulando com a sua antiga pasta das Finanças. O seu curto
mandato à frente do governo português ficou marcado pela profunda crise
financeira do Estado e por uma tentativa desesperada de recorrer ao
crédito externo, através da contracção de um empréstimo de 50 milhões de
dólares nos Estados Unidos. Este empréstimo, anunciado como salvador pelo líder
republicano Afonso Costa, acabou por não se materializar, o que conduziu à
queda do Governo e ao descrédito das instituições da Primeira
República, sendo uma das causas do aumento da instabilidade social e
política que levaria ao golpe de 28 de Maio de 1926.
Em 1922, foi eleito deputado pelo círculo açoriano da
Horta, reingressando nesse mesmo ano pelo círculo de Lisboa, mantendo-se no
parlamento até 1924.
Desde 1923, passou a militar no Partido Republicano
Nacionalista. Faleceu em 1926, já em pleno final da Primeira República
Portuguesa de que fora um dos fundadores.
Nunca aceitou condecorações por ser Maçon.
Na toponímia, tem ruas com o seu nome em Lisboa,
Sintra, Agualva, Oeiras e Ílhavo.
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