A sua música junta tradição e inovação, partindo da
música tradicional portuguesa e africana para alcançar uma grande modernidade.
Recorre tanto a instrumentos tradicionais como a novas tecnologias, nessa busca
de inovação.
A música da Amélia Muge destaca-se também pela beleza
das letras das suas canções, musicando tanto poemas seus como poemas de vários
poetas da língua portuguesa, entre os quais se destacam Fernando Pessoa e
Grabato Dias, sem esquecer os poemas de origem tradicional.
Recém-formada na Universidade Eduardo Mondlane,
fez parte de um primeiro grupo de ex-alunos convidado a compor o quadro de
docentes da universidade, nos primeiros momentos da pós-independência
moçambicana. Trabalhou na universidade principalmente para montar os cursos das
Ciências Sociais, tendo como companheiros nomes como Ruth First, Marc
Eric Wuyts, Aquino de Bragança, Bridget O’Laughlin, Barry Munslow, Dan O’Meara
e Jacques Depelchin, além de contemporâneos recém-formados como Ana Loforte e
Isabel Casimiro.
Formou o grupo Irmãs Muge, com a sua irmã
Teresa, que em 1967 ficaram em 3º lugar no I Festival da Canção Ligeira de
Lourenço Marques.
Vive em Portugal desde 1984. Apareceu no disco “Braguesa”
de Júlio Pereira. Em Portugal, estudou Belas Artes e História.
O seu primeiro disco a solo, “Múgica”, foi
lançado em 1992. Em 1994, publicou o álbum “Todos os dias...”, que teve
produção musical e direcção artística de José Mário Branco. Foi nomeada como Melhor
Cantora nos prémios “Blitz” desse ano.
Com João Afonso e José Mário Branco, gravou em 1995 o
disco “Maio Maduro Maio”, dedicado à obra de José Afonso. O disco
recebeu o Prémio José Afonso atribuído pela Câmara Municipal da
Amadora.
Em 1998 participa no colectivo “Terras de Canto”,
com Lucilla Galiazzi e Elena Ledda. Na Expo 98, toca com Vozes
Búlgaras do Pirin Folk Ensemble. O álbum “Taco a taco” foi
editado nesse ano e contou com arranjos musicais de José Mário Branco em sete
canções. Voltou a vencer o Prémio José Afonso com esse disco.
Em conjunto com os Gaiteiros de Lisboa participou
no disco “Novas vos trago”, promovido pela Comissão Nacional para os
Descobrimentos Portugueses, onde são recriados alguns romances da tradição
portuguesa.
Participou no disco “Habelas Hailas” do galego
Camerata Meiga. Os Underground Sound of Lisbon incluiram a sua remistura
de “Taco a taco” no seu álbum “Etnocity”.
Amélia Muge e António José Martins produziram o álbum “Esta
Voz Que Me Atravessa” de Mafalda Arnauth editado em 2001.
Regressou aos discos em 2002, com o álbum “A Monte”,
que é intercalado com textos de alguns dos autores e compositores mais
marcantes no percurso artístico de Amélia Muge.
Estreia-se na dramaturgia com “O Dono do Nada”,
uma peça pensada para crianças e adultos, estreada em Outubro de 2003.
Com António José Martins produziu, em 2006, o álbum “Cantos
da Língua”, do ACERT. Participou também no tema “Senhora de Dois
Nomes” do disco “Popétnico” dos Fadomorse.
Em 2007, foi editado o álbum “Não Sou Daqui”
gravado desde o início de 2006.
É a autora de “O Fado da Procura”, um dos
grandes sucessos do disco “Para Além da Saudade” de Ana Moura.
Em fins de 2008, apresentou-se ao vivo no espectáculo “Uma
Autora, 202 Canções”. O registo desse concerto foi lançado em 2009, num
formato livro+CD com ilustrações da própria cantora.
No concerto “Uma Autora, 202 Canções” incluiu
temas compostos para si e também cantados por outros, como Camané ou Ester
Formosa (Espanha), Ana Moura, Mafalda Arnauth ou Mísia e temas com letras dela
como no caso dos Gaiteiros de Lisboa.
Com o apoio da Fundação GDA, foi editado em
2014 o álbum “Amélia” com versos de Amália, onde são interpretados
poemas de Amália Rodrigues. José Mário Branco voltou a colaborar com a artista
e foi o responsável pelos arranjos e direcção musical desse álbum, sendo também
o autor da música das canções “Tenho dois corações”, “Quero cantar
para a lua” e “Carta a Vitorino Nemésio”.
Continua a colaboração com Michales Loukovikas no
disco “Archipelagos” de 2018.
O seu disco “Periplus”, com Michales
Loukovikas, foi nomeado para o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa
de Autores na categoria de Melhor Álbum do Ano de 2012.
Em 2022, o disco “Amélia” foi considerado um
dos melhores do ano quer em Portugal quer a nível internacional. Portugal
apareceu entre os melhores discos nas listas criadas pelo “Público”, “Expresso”,
Antena3, Blitz e o site Altamont. Foi capa da revista
norte-americana “Rootsworld”, o programa Mundofonias, que faz
parte da Transglobal World Chart, colocou-o entre os melhores do ano e
foi também distinguido pela BBC no programa Music Planet.
Escreveu para nomes como Pedro Moutinho, Rui Júnior e
Cristina Branco, entre outros.
Trabalhou com artistas internacionais como Amancio
Prada, Pirin Folk Ensemble, Camerata Meiga, Elena Ledda e Lucilla
Galiazzi no colectivo “Terras do Canto”, Carlo Rizzo e Ricardo Tesi,
entre outros.
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