quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

7 DE FEVEREIRO - AMÉLIA MUGE

EFEMÉRIDE - Maria Amélia Salazar Muge, cantora, instrumentista, compositora e escritora de letras para canções, portuguesa, nasceu em Moçambique no dia 7 de Fevereiro de 1952.

A sua música junta tradição e inovação, partindo da música tradicional portuguesa e africana para alcançar uma grande modernidade. Recorre tanto a instrumentos tradicionais como a novas tecnologias, nessa busca de inovação.

A música da Amélia Muge destaca-se também pela beleza das letras das suas canções, musicando tanto poemas seus como poemas de vários poetas da língua portuguesa, entre os quais se destacam Fernando Pessoa e Grabato Dias, sem esquecer os poemas de origem tradicional.

Recém-formada na Universidade Eduardo Mondlane, fez parte de um primeiro grupo de ex-alunos convidado a compor o quadro de docentes da universidade, nos primeiros momentos da pós-independência moçambicana. Trabalhou na universidade principalmente para montar os cursos das Ciências Sociais, tendo como companheiros nomes como Ruth First, Marc Eric Wuyts, Aquino de Bragança, Bridget O’Laughlin, Barry Munslow, Dan O’Meara e Jacques Depelchin, além de contemporâneos recém-formados como Ana Loforte e Isabel Casimiro.

Formou o grupo Irmãs Muge, com a sua irmã Teresa, que em 1967 ficaram em 3º lugar no I Festival da Canção Ligeira de Lourenço Marques.

Vive em Portugal desde 1984. Apareceu no disco “Braguesa” de Júlio Pereira. Em Portugal, estudou Belas Artes e História.

O seu primeiro disco a solo, “Múgica”, foi lançado em 1992. Em 1994, publicou o álbum “Todos os dias...”, que teve produção musical e direcção artística de José Mário Branco. Foi nomeada como Melhor Cantora nos prémios “Blitz” desse ano.

Com João Afonso e José Mário Branco, gravou em 1995 o disco “Maio Maduro Maio”, dedicado à obra de José Afonso. O disco recebeu o Prémio José Afonso atribuído pela Câmara Municipal da Amadora.

Em 1998 participa no colectivo “Terras de Canto”, com Lucilla Galiazzi e Elena Ledda. Na Expo 98, toca com Vozes Búlgaras do Pirin Folk Ensemble. O álbum “Taco a taco” foi editado nesse ano e contou com arranjos musicais de José Mário Branco em sete canções. Voltou a vencer o Prémio José Afonso com esse disco.

Em conjunto com os Gaiteiros de Lisboa participou no disco “Novas vos trago”, promovido pela Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses, onde são recriados alguns romances da tradição portuguesa.

Participou no disco “Habelas Hailas” do galego Camerata Meiga. Os Underground Sound of Lisbon incluiram a sua remistura de “Taco a taco” no seu álbum “Etnocity”.

Amélia Muge e António José Martins produziram o álbum “Esta Voz Que Me Atravessa” de Mafalda Arnauth editado em 2001.

Regressou aos discos em 2002, com o álbum “A Monte”, que é intercalado com textos de alguns dos autores e compositores mais marcantes no percurso artístico de Amélia Muge.

Estreia-se na dramaturgia com “O Dono do Nada”, uma peça pensada para crianças e adultos, estreada em Outubro de 2003.

Com António José Martins produziu, em 2006, o álbum “Cantos da Língua”, do ACERT. Participou também no tema “Senhora de Dois Nomes” do disco “Popétnico” dos Fadomorse.

Em 2007, foi editado o álbum “Não Sou Daqui” gravado desde o início de 2006.

É a autora de “O Fado da Procura”, um dos grandes sucessos do disco “Para Além da Saudade” de Ana Moura.

Em fins de 2008, apresentou-se ao vivo no espectáculo “Uma Autora, 202 Canções”. O registo desse concerto foi lançado em 2009, num formato livro+CD com ilustrações da própria cantora.

No concerto “Uma Autora, 202 Canções” incluiu temas compostos para si e também cantados por outros, como Camané ou Ester Formosa (Espanha), Ana Moura, Mafalda Arnauth ou Mísia e temas com letras dela como no caso dos Gaiteiros de Lisboa.

Com o apoio da Fundação GDA, foi editado em 2014 o álbum “Amélia” com versos de Amália, onde são interpretados poemas de Amália Rodrigues. José Mário Branco voltou a colaborar com a artista e foi o responsável pelos arranjos e direcção musical desse álbum, sendo também o autor da música das canções “Tenho dois corações”, “Quero cantar para a lua” e “Carta a Vitorino Nemésio”.

Continua a colaboração com Michales Loukovikas no disco “Archipelagos” de 2018.

O seu disco “Periplus”, com Michales Loukovikas, foi nomeado para o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores na categoria de Melhor Álbum do Ano de 2012.

Em 2022, o disco “Amélia” foi considerado um dos melhores do ano quer em Portugal quer a nível internacional. Portugal apareceu entre os melhores discos nas listas criadas pelo “Público”, “Expresso”, Antena3, Blitz e o site Altamont. Foi capa da revista norte-americana “Rootsworld”, o programa Mundofonias, que faz parte da Transglobal World Chart, colocou-o entre os melhores do ano e foi também distinguido pela BBC no programa Music Planet.

Escreveu para nomes como Pedro Moutinho, Rui Júnior e Cristina Branco, entre outros.

Trabalhou com artistas internacionais como Amancio Prada, Pirin Folk Ensemble, Camerata Meiga, Elena Ledda e Lucilla Galiazzi no colectivo “Terras do Canto”, Carlo Rizzo e Ricardo Tesi, entre outros.

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