sábado, 14 de abril de 2007

EFEMÉRIDE - Joaquim Soeiro Pereira Gomes, um dos maiores nomes do neo-realismo literário português, nasceu em Gestaçô, no distrito do Porto, em 14 de Abril de 1909. Morreu, bastante novo, em Lisboa, no dia 5 de Dezembro de 1949. Militante comunista, na sua obra está sempre presente a denúncia das desigualdades, das prepotências e das injustiças.
Fez a instrução primária em Espinho, tirou o Curso de Regente Agrícola em Coimbra e foi mais tarde trabalhar para Angola. Um ano e pouco depois, regressou a Portugal fixando-se em Alhandra.
Em 1939, começou a publicar artigos no jornal “O Diabo” e “Sol Nascente” e, dois anos depois, publicou a sua obra­-prima “Esteiros”. A primeira edição foi ilustrada por Álvaro Cunhal, secretário-geral do Partido Comunista. Soeiro Pereira Gomes dedicou este livro «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». O livro “Engrenagem”, escrito mais tarde, seria dedicado aos «trabalhadores sem trabalho - rodas paradas duma engrenagem caduca».
Adoeceu vítima de tuberculose e foi impedido de receber assistência médica, devido à clandestinidade a que tinha recorrido em 1944, para evitar a repressão salazarista. Morreu e foi sepultado em Espinho. No seu túmulo, apenas esta frase: «A tua luta foi uma dádiva total».
Para além da literatura e da actividade profissional, como quadro superior na “Cimentos Tejo”, foi também um notável dinamizador social. Organizava cursos de ginástica para os operários, ajudou a criar várias bibliotecas e deu força ao projecto de construção de uma piscina para o povo da terra em que vivia. Organizava igualmente passeios de barco pelo Tejo onde, a pretexto de confraternização, se discutia política e se estabeleciam contactos, longe dos olhares da polícia política.

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