EFEMÉRIDE – Tarsila do Amaral, uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do Movimento Modernista Brasileiro, nasceu em Capivari no dia 1 de Setembro de 1886. Faleceu em São Paulo, em 17 de Janeiro de 1973.
O pai herdou uma grande fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e os seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses. A sua primeira mestra, uma belga, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. A mãe passava horas ao piano e contava histórias dos romances que lia às crianças. O pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes da sua biblioteca.
Tarsila do Amaral estudou depois num colégio de freiras em São Paulo, completando os estudos em Barcelona, Espanha. Desde cedo se interessou pelas artes.
Começou a aprender pintura em 1917. Em 1920 viajou para Paris, frequentando a Academia Julian, onde desenhou intensamente nus e modelos vivos. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contacto com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil em 1922.
Regressou à Europa em 1923 viajando por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas, frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando frequentemente a academia deste mestre do cubismo.
Em 1924, numa viagem de “redescoberta do Brasil”, com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou a sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros.
Em 1926 realizou a sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris.
O seu quadro “Abaporu”, de 1928, inaugurou o “Movimento Antropofágico” nas artes plásticas. A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver as suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em 1929, Tarsila expôs as suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York e da consequente crise económica, Tarsila e a família sentiram no bolso os efeitos da crise do café.
Em 1930 conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo, dando início à organização do catálogo da colecção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento de Getúlio Vargas e a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.
Em 1931 vendeu alguns quadros da sua colecção particular, para poder ir à União Soviética. Esteve em Moscovo, Leninegrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Voltou a Paris, onde se sensibilizou com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Assim conseguiu o dinheiro necessário para regressar ao Brasil.
No Brasil, por ter participado em reuniões políticas de esquerda e pela sua viagem à URSS, Tarsila foi considerada suspeita e presa, acusada de subversão. Em 1933 ao pintar o quadro “Operários”, a artista passou por uma fase de temática mais social.
A partir da década de 1940, Tarsila retomou os estilos de fases anteriores. Expôs nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1960. Foi tema de uma sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresentou-se na 32ª Bienal de Veneza.
Em 1965 foi submetida a uma cirurgia à coluna que a deixou paralítica, numa cadeira de rodas. A partir daí, passou a vender os seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada pelo espírita Chico Xavier, de quem se tornou amiga. Ele visitava-a, quando de passagem por São Paulo, e ambos mantiveram uma longa correspondência.
Tarsila do Amaral morreu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, sendo enterrada vestida de branco, conforme seu desejo.
Foi homenageada pela União Astronómica Internacional que, em Novembro de 2008, atribuiu o nome “Amaral” a uma cratera do planeta Mercúrio.
O pai herdou uma grande fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e os seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses. A sua primeira mestra, uma belga, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. A mãe passava horas ao piano e contava histórias dos romances que lia às crianças. O pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes da sua biblioteca.
Tarsila do Amaral estudou depois num colégio de freiras em São Paulo, completando os estudos em Barcelona, Espanha. Desde cedo se interessou pelas artes.
Começou a aprender pintura em 1917. Em 1920 viajou para Paris, frequentando a Academia Julian, onde desenhou intensamente nus e modelos vivos. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contacto com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil em 1922.
Regressou à Europa em 1923 viajando por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas, frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando frequentemente a academia deste mestre do cubismo.
Em 1924, numa viagem de “redescoberta do Brasil”, com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou a sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros.
Em 1926 realizou a sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris.
O seu quadro “Abaporu”, de 1928, inaugurou o “Movimento Antropofágico” nas artes plásticas. A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver as suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em 1929, Tarsila expôs as suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York e da consequente crise económica, Tarsila e a família sentiram no bolso os efeitos da crise do café.
Em 1930 conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo, dando início à organização do catálogo da colecção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento de Getúlio Vargas e a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.
Em 1931 vendeu alguns quadros da sua colecção particular, para poder ir à União Soviética. Esteve em Moscovo, Leninegrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Voltou a Paris, onde se sensibilizou com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Assim conseguiu o dinheiro necessário para regressar ao Brasil.
No Brasil, por ter participado em reuniões políticas de esquerda e pela sua viagem à URSS, Tarsila foi considerada suspeita e presa, acusada de subversão. Em 1933 ao pintar o quadro “Operários”, a artista passou por uma fase de temática mais social.
A partir da década de 1940, Tarsila retomou os estilos de fases anteriores. Expôs nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1960. Foi tema de uma sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresentou-se na 32ª Bienal de Veneza.
Em 1965 foi submetida a uma cirurgia à coluna que a deixou paralítica, numa cadeira de rodas. A partir daí, passou a vender os seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada pelo espírita Chico Xavier, de quem se tornou amiga. Ele visitava-a, quando de passagem por São Paulo, e ambos mantiveram uma longa correspondência.
Tarsila do Amaral morreu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, sendo enterrada vestida de branco, conforme seu desejo.
Foi homenageada pela União Astronómica Internacional que, em Novembro de 2008, atribuiu o nome “Amaral” a uma cratera do planeta Mercúrio.
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