EFEMÉRIDE – Arthur Duarte, de seu verdadeiro nome Arthur de Jesus Pinto Pacheco, actor e realizador português, nasceu em Lisboa no dia 17 de Outubro de 1895. Faleceu, também em Lisboa, em 22 de Agosto de 1982.
Frequentou o Conservatório Nacional, iniciando-se profissionalmente no campo da representação com a peça “A Morgadinha de Val-Flor” (1921).
Em 1923 experimentou o cinema, dirigindo um filme publicitário. Cada vez mais interessado nas potencialidades da arte cinematográfica, rumou a Paris em 1925, encetando uma carreira de actor de cinema, com pequenos papéis em várias produções. Dois anos depois optou por Berlim, assinando contrato com a empresa “UFA”. Teve cerca de cinco dezenas de desempenhos em filmes rodados na Alemanha, na Suíça e na Áustria. No início dos anos 1930, tornou-se assistente e director de produção de películas realizadas em França e Espanha, actividade que prosseguiu em Portugal a partir de 1934.
Tornar-se-ia um dos mais profícuos realizadores portugueses e um dos nomes mais associados ao “período de ouro” da comédia portuguesa, embora a maioria dos seus filmes acabem por não se integrar propriamente nessa categoria.
Estreou-se em longas-metragens, com a adaptação ao cinema - em 1938, do livro de Júlio Dinis “Os Fidalgos da Casa Mourisca”. Foi porém na comédia que se registaram os seus maiores êxitos, com títulos como “O Leão da Estrela” (1947) e “O Costa do Castelo” (1943).
Como outros cineastas, dedicou parte da sua actividade às chamadas “actualidades”, mormente de carácter desportivo. Realizou também curtas-metragens e filmes publicitários.
Salientem-se ainda os filmes: “A Menina da Rádio” (1944), “A Garça e a Serpente” (1954) e “O Noivo das Caldas” (1956).
Alguns dos seus filmes da década de 1950 começaram a afastar-se do rigor técnico e artístico das suas primeiras obras, numa fase em que o número de espectadores de cinema português também decrescia e os que possuíam maior cultura cinematográfica (fomentada essencialmente nos cineclubes) exigiam maior originalidade.
Partiu então para o Brasil, onde permaneceu de 1961 a 1965, merecendo maior destaque o filme “Em Legítima Defesa - Encontro com a Morte” (1965), proibido pela Censura nos cinemas portugueses.
Regressado a Portugal, não conseguiu obter os fundos necessários à realização duma longa-metragem, pelo que prosseguiu a sua actividade no âmbito dos documentários.
Após o 25 de Abril, o Instituto Português de Cinema, que se esperaria mais vocacionado para um exclusivo apoio a obras e realizadores consentâneos com o período revolucionário em curso, atribuiu um subsídio a Arthur Duarte para a realização de “Recompensa” (1977), a actualização duma peça famosa do dramaturgo Ramada Curto. Tratou-se, de certo modo, de uma homenagem a um cineasta que, pela sua longevidade profissional, corporizava a memória do próprio cinema português e que se pôde assim despedir da actividade a que se havia dedicado durante mais de cinco décadas, com um filme formalmente convencional (o que o distingue da maior parte da produção dos anos 1970), mas feito com indubitável profissionalismo.
Frequentou o Conservatório Nacional, iniciando-se profissionalmente no campo da representação com a peça “A Morgadinha de Val-Flor” (1921).
Em 1923 experimentou o cinema, dirigindo um filme publicitário. Cada vez mais interessado nas potencialidades da arte cinematográfica, rumou a Paris em 1925, encetando uma carreira de actor de cinema, com pequenos papéis em várias produções. Dois anos depois optou por Berlim, assinando contrato com a empresa “UFA”. Teve cerca de cinco dezenas de desempenhos em filmes rodados na Alemanha, na Suíça e na Áustria. No início dos anos 1930, tornou-se assistente e director de produção de películas realizadas em França e Espanha, actividade que prosseguiu em Portugal a partir de 1934.
Tornar-se-ia um dos mais profícuos realizadores portugueses e um dos nomes mais associados ao “período de ouro” da comédia portuguesa, embora a maioria dos seus filmes acabem por não se integrar propriamente nessa categoria.
Estreou-se em longas-metragens, com a adaptação ao cinema - em 1938, do livro de Júlio Dinis “Os Fidalgos da Casa Mourisca”. Foi porém na comédia que se registaram os seus maiores êxitos, com títulos como “O Leão da Estrela” (1947) e “O Costa do Castelo” (1943).
Como outros cineastas, dedicou parte da sua actividade às chamadas “actualidades”, mormente de carácter desportivo. Realizou também curtas-metragens e filmes publicitários.
Salientem-se ainda os filmes: “A Menina da Rádio” (1944), “A Garça e a Serpente” (1954) e “O Noivo das Caldas” (1956).
Alguns dos seus filmes da década de 1950 começaram a afastar-se do rigor técnico e artístico das suas primeiras obras, numa fase em que o número de espectadores de cinema português também decrescia e os que possuíam maior cultura cinematográfica (fomentada essencialmente nos cineclubes) exigiam maior originalidade.
Partiu então para o Brasil, onde permaneceu de 1961 a 1965, merecendo maior destaque o filme “Em Legítima Defesa - Encontro com a Morte” (1965), proibido pela Censura nos cinemas portugueses.
Regressado a Portugal, não conseguiu obter os fundos necessários à realização duma longa-metragem, pelo que prosseguiu a sua actividade no âmbito dos documentários.
Após o 25 de Abril, o Instituto Português de Cinema, que se esperaria mais vocacionado para um exclusivo apoio a obras e realizadores consentâneos com o período revolucionário em curso, atribuiu um subsídio a Arthur Duarte para a realização de “Recompensa” (1977), a actualização duma peça famosa do dramaturgo Ramada Curto. Tratou-se, de certo modo, de uma homenagem a um cineasta que, pela sua longevidade profissional, corporizava a memória do próprio cinema português e que se pôde assim despedir da actividade a que se havia dedicado durante mais de cinco décadas, com um filme formalmente convencional (o que o distingue da maior parte da produção dos anos 1970), mas feito com indubitável profissionalismo.
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