EFEMÉRIDE – Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes, diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, cantor e compositor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de Outubro de 1913. Faleceu na mesma cidade em 9 de Julho de 1980.
Escritor essencialmente lírico, o “poetinha” (como lhe chamavam) notabilizou-se pelos seus sonetos. Sendo um boémio inveterado, fumador e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador, tendo-se casado nove vezes.
A sua obra é vastíssima, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse pela poesia. Em 1924 ingressou no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer as suas primeiras composições e a apresentar-se em festas de amigos. Em 1929, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinícius de Moraes licenciou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve um emprego num departamento de cinema do Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, ganhou uma bolsa do “Conselho Britânico” para estudar a língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, voltou ao Brasil colaborando como crítico de cinema no jornal “A Manhã”. Tornou-se também colaborador da revista “Clima” e empregou-se no Instituto dos Bancários.
Em 1943, concorreu pela segunda vez, para o Ministério das Relações Exteriores e foi aprovado. Em 1946 assumiu o seu primeiro posto diplomático, como vice-cônsul em Los Angeles.
Com a morte do pai em 1950, retornou ao Brasil. Nesta década, foi colocado ainda em Roma e em Paris, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática, tendo sido reformado compulsoriamente pelo “Acto Institucional Número Cinco”. O poeta estava em Portugal a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu aquele documento. O motivo apontado para o afastamento era «o seu comportamento boémio que o impedia de cumprir as suas funções». Vinícius foi amnistiado (post-mortem) em 1998, sendo oficialmente reintegrado na carreira diplomática (2006). A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, em Fevereiro de 2010, a promoção póstuma do poeta ao cargo de “Ministro de primeira classe” do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática.
Vinícius começara a tornar-se notado com a sua peça de teatro “Orfeu da Conceição” (1956), premiada no Concurso do IV Centenário de São Paulo. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, iniciou também a sua carreira musical em meados da década de 1950. Na década seguinte, foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, lançou álbuns e livros de grande sucesso.
Numa noite de Julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum “Arca de Noé nº 2”, alegou cansaço e disse que precisava de tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte, foi acordado pela empregada, que o encontrou na banheira de casa, com dificuldades em respirar. Toquinho, que estava a dormir, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinícius morreu pela manhã, vítima de edema pulmonar.
Publicara o seu primeiro livro de poemas, “O Caminho para a Distância”, em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década.
Ainda nos anos 1930, estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Na sua fase considerada “mística”, recebeu o “Prémio Felipe D'Oliveira” pelo livro “Forma e Exegese” (1935). No ano seguinte, lançou o livro “Ariana, a Mulher”.
Na década de 1940, as suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, imbuídos de temas sociais. Jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista “Filme”.
De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após colocação nos Estados Unidos, começou a trabalhar no jornal “Última Hora”, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em 1953 foi para Paris, como segundo secretário da embaixada brasileira. No ano seguinte, publicou a sua colectânea de poemas “Antologia Poética” e a peça teatral “Orfeu da Conceição”.
Do encontro entre Vinícius e Tom Jobim nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira.
Entre 1957 e 1958, o realizador Marcel Camus filmou “Orfeu Negro”, para o qual Vinícius compôs “A Felicidade” e “O Nosso Amor”. Um ano depois, este filme seria contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Em 1957 foi transferido para Montevideu, onde permaneceu três anos.
O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a “Bossa Nova”. “Chega de Saudade”, de Vinícius, foi uma canção fundamental daquela novo movimento, especialmente porque contou com a participação de um jovem violonista (João Gilberto) que, com o seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova batida, marcaria definitivamente a “bossa nova” e a tornaria famosa no mundo inteiro.
Vinícius de Moraes prosseguiu incansavelmente escrevendo poemas, peças de teatro, letras para canções e bandas sonoras para filmes, tudo com grande sucesso, alargando as suas parcerias a Pixinguinha e Baden Powell, entre outros.
Em 1969, Vinícius de Moraes publicou o livro “Obra Poética” e apresentou-se ao lado de Maria Creuza e Dorival Caymmi em Punta del Este. O poetinha também fez um recital na “Livraria Quadrante”, em Lisboa. O evento foi gravado ao vivo e lançado em LP.
Em 1970 Vinícius apresentou-se na casa de espectáculos carioca “Canecão”, com o parceiro Tom Jobim, o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrava a trajectória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido ao sucesso obtido.
Em 1978 foi lançado o álbum “Vinícius e Amália”, disco gravado em Lisboa com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Em 1980, foi lançado o álbum “Arca de Noé”, que trouxe diversos intérpretes para as suas composições infantis, musicadas a partir do livro com o mesmo nome.
Mesmo após a morte, a sua obra musical manteve grande prestígio, sendo ainda lançados vários álbuns. Por ocasião dos vinte anos do seu desaparecimento, em 2000, a Praia de Ipanema foi palco de um grande show em sua homenagem.
Em 2005, “The Girl from Ipanema”, versão em inglês de “Garota de Ipanema”, foi escolhida como uma das “50 grandes obras musicais da Humanidade” pela Biblioteca do Congresso Americano.
Vinícius foi autor ou co-autor de mais de 400 canções, muitas sendo verdadeiros clássicos da música brasileira.
Escritor essencialmente lírico, o “poetinha” (como lhe chamavam) notabilizou-se pelos seus sonetos. Sendo um boémio inveterado, fumador e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador, tendo-se casado nove vezes.
A sua obra é vastíssima, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse pela poesia. Em 1924 ingressou no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer as suas primeiras composições e a apresentar-se em festas de amigos. Em 1929, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinícius de Moraes licenciou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve um emprego num departamento de cinema do Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, ganhou uma bolsa do “Conselho Britânico” para estudar a língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, voltou ao Brasil colaborando como crítico de cinema no jornal “A Manhã”. Tornou-se também colaborador da revista “Clima” e empregou-se no Instituto dos Bancários.
Em 1943, concorreu pela segunda vez, para o Ministério das Relações Exteriores e foi aprovado. Em 1946 assumiu o seu primeiro posto diplomático, como vice-cônsul em Los Angeles.
Com a morte do pai em 1950, retornou ao Brasil. Nesta década, foi colocado ainda em Roma e em Paris, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática, tendo sido reformado compulsoriamente pelo “Acto Institucional Número Cinco”. O poeta estava em Portugal a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu aquele documento. O motivo apontado para o afastamento era «o seu comportamento boémio que o impedia de cumprir as suas funções». Vinícius foi amnistiado (post-mortem) em 1998, sendo oficialmente reintegrado na carreira diplomática (2006). A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, em Fevereiro de 2010, a promoção póstuma do poeta ao cargo de “Ministro de primeira classe” do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática.
Vinícius começara a tornar-se notado com a sua peça de teatro “Orfeu da Conceição” (1956), premiada no Concurso do IV Centenário de São Paulo. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, iniciou também a sua carreira musical em meados da década de 1950. Na década seguinte, foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, lançou álbuns e livros de grande sucesso.
Numa noite de Julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum “Arca de Noé nº 2”, alegou cansaço e disse que precisava de tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte, foi acordado pela empregada, que o encontrou na banheira de casa, com dificuldades em respirar. Toquinho, que estava a dormir, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinícius morreu pela manhã, vítima de edema pulmonar.
Publicara o seu primeiro livro de poemas, “O Caminho para a Distância”, em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década.
Ainda nos anos 1930, estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Na sua fase considerada “mística”, recebeu o “Prémio Felipe D'Oliveira” pelo livro “Forma e Exegese” (1935). No ano seguinte, lançou o livro “Ariana, a Mulher”.
Na década de 1940, as suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, imbuídos de temas sociais. Jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista “Filme”.
De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após colocação nos Estados Unidos, começou a trabalhar no jornal “Última Hora”, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em 1953 foi para Paris, como segundo secretário da embaixada brasileira. No ano seguinte, publicou a sua colectânea de poemas “Antologia Poética” e a peça teatral “Orfeu da Conceição”.
Do encontro entre Vinícius e Tom Jobim nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira.
Entre 1957 e 1958, o realizador Marcel Camus filmou “Orfeu Negro”, para o qual Vinícius compôs “A Felicidade” e “O Nosso Amor”. Um ano depois, este filme seria contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Em 1957 foi transferido para Montevideu, onde permaneceu três anos.
O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a “Bossa Nova”. “Chega de Saudade”, de Vinícius, foi uma canção fundamental daquela novo movimento, especialmente porque contou com a participação de um jovem violonista (João Gilberto) que, com o seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova batida, marcaria definitivamente a “bossa nova” e a tornaria famosa no mundo inteiro.
Vinícius de Moraes prosseguiu incansavelmente escrevendo poemas, peças de teatro, letras para canções e bandas sonoras para filmes, tudo com grande sucesso, alargando as suas parcerias a Pixinguinha e Baden Powell, entre outros.
Em 1969, Vinícius de Moraes publicou o livro “Obra Poética” e apresentou-se ao lado de Maria Creuza e Dorival Caymmi em Punta del Este. O poetinha também fez um recital na “Livraria Quadrante”, em Lisboa. O evento foi gravado ao vivo e lançado em LP.
Em 1970 Vinícius apresentou-se na casa de espectáculos carioca “Canecão”, com o parceiro Tom Jobim, o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrava a trajectória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido ao sucesso obtido.
Em 1978 foi lançado o álbum “Vinícius e Amália”, disco gravado em Lisboa com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Em 1980, foi lançado o álbum “Arca de Noé”, que trouxe diversos intérpretes para as suas composições infantis, musicadas a partir do livro com o mesmo nome.
Mesmo após a morte, a sua obra musical manteve grande prestígio, sendo ainda lançados vários álbuns. Por ocasião dos vinte anos do seu desaparecimento, em 2000, a Praia de Ipanema foi palco de um grande show em sua homenagem.
Em 2005, “The Girl from Ipanema”, versão em inglês de “Garota de Ipanema”, foi escolhida como uma das “50 grandes obras musicais da Humanidade” pela Biblioteca do Congresso Americano.
Vinícius foi autor ou co-autor de mais de 400 canções, muitas sendo verdadeiros clássicos da música brasileira.
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