EFEMÉRIDE – Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, com grande importância na Reforma Católica e cujos membros são conhecidos como jesuítas, nasceu em Azpeitia, no País Basco, em 24 de Dezembro de 1491. Morreu em Roma no dia 31 de Julho de 1556. Actualmente, a Companhia de Jesus é a maior ordem religiosa católica no mundo.
Inácio foi o mais novo de treze irmãos. Em 1506, já órfão de pai e mãe, tornou-se pajem de um familiar, ministro do Tesouro Real de Castela, tendo vivido na casa de seu protector em Arévalo, de 1506 a 1517.
Inácio colocou-se depois ao serviço do vice-rei de Navarra. Gravemente ferido na batalha de Pamplona em Maio de 1521, passou meses inválido, aproveitando o tempo para ler muitos livros religiosos. A partir dessas leituras, empolgou-se com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando os feitos heróicos de Francisco de Assis e de outros líderes religiosos. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa. Durante esse período, desenvolveu os primeiros planos dos “Exercícios Espirituais”, que iriam adquirir uma grande influência na mudança dos métodos de evangelização da Igreja.
Após ter recuperado a saúde, decidiu deixar a casa familiar em segredo e dedicar-se ao serviço da “Divina Majestade”. Dirigiu-se ao Mosteiro de Montserrat, onde se confessou e rezou durante três dias. Em breve entrou no Mosteiro de Manresa, na Catalunha. Assumiu então um estilo de vida mendicante, impondo-se rigorosas penitências. Vivia de esmolas, privava-se de carne e vinho, frequentava a missa diária e rezava a Liturgia das Horas. Costumava visitar o hospital e levar comida para os doentes.
Em 1523, partiu com destino a Barcelona, decidido a ir para Jerusalém. Conseguiu uma passagem gratuita e arranjou provisões através de esmolas. De Barcelona partiu para Roma, para obter o passaporte pontifício. De lá, seguiu até Veneza, onde embarcou para o seu destino. Em Jerusalém, foi recebido pelos franciscanos. Na Terra Santa, visitou os lugares sagrados do cristianismo e decidiu-se a viver ali. Entretanto, os franciscanos não lho permitiram e ele embarcou de volta a Veneza, onde chegou em Janeiro de 1524, seguindo depois para Barcelona. Diante dos planos frustrados de viver em Jerusalém, novos ideais surgiram: ajudar as almas. Para isso, decidiu estudar.
Em Barcelona, estudou latim e dedicou-se à ajuda espiritual. Conquistou a estima de muitos, mas também sofreu maus-tratos pela sua condição mendicante. Diversos cavaleiros e damas importantes vinham ouvi-lo.
Pensou em reunir um grupo de pessoas para se dedicar à reforma da Igreja. Juntou três companheiros, que abandonaram o projecto.
Após o domínio do latim, o seu mestre aconselhou-o a procurar a Universidade de Alcalá para prosseguir os estudos.
Entrou na Universidade de Alcalá e recebeu abrigo no Hospital Antezana, onde permaneceu um ano e meio. Além dos estudos, dedicava-se à pregação e a dar os “Exercícios Espirituais”. A Inquisição suspeitou dele e denunciou-o ao vigário de Toledo. Era época de perseguição aos “alumbrados”, o que levantou as suspeitas sobre Inácio. Inicialmente foi obrigado a usar vestes comuns. Depois, foi preso durante um mês e meio. Na prisão, continuava a ensinar e a pregar. Por fim, nenhum mal foi encontrado nos seus ensinamentos, mas foi obrigado a vestir-se comummente e proibido de pregar.
Entrou para a Universidade de Salamanca, onde as suas pregações ganharam fama. Um dia, foi confessar-se num convento dominicano e o confessor ficou intrigado como Inácio falava de Deus sem ter estudado teologia. Isto despertou as suspeitas dos dominicanos, que decidiram interrogá-lo e denunciá-lo. Novamente foi preso, mas nada encontraram que o condenasse. Foi libertado, mas proibido de pregar até concluir quatro anos de estudos. Em 1528, decidiu ir estudar para Paris.
Entrou para a Universidade de Paris, actual Sorbonne, onde ficou sete anos e alargou a sua educação literária e teológica, tentando cativar o interesse dos outros estudantes para os seus exercícios espirituais. Em 1533, Inácio obteve a licenciatura como docente. Em 1534, tornou-se mestre em artes e tinha sete seguidores: seis espanhóis e um português (Simão Rodrigues). O plano do grupo era seguir para Jerusalém em 1537.
Em Agosto de 1534, fundaram a Companhia de Jesus, na capela cripta de Saint-Denis, na Igreja de Santa Maria em Montmartre, «para efectuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém, ou onde o papa quiser». Em 1537 viajaram até Itália para obter a aprovação papal. O papa Paulo III concedeu-lhes a aprovação e permitiu que fossem ordenados padres, o que aconteceu em Veneza.
Inicialmente, dedicaram-se a pregar e a fazer obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os turcos otomanos, tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável. Decidiram esperar um ano na esperança de conseguirem chegar ao destino almejado.
Acabaram por se fixar em Roma, onde pregavam em igrejas e praças e pediam esmola nas ruas. Novas suspeitas foram levantadas sobre o grupo. Acusavam Inácio de ser um fugitivo da Inquisição espanhola. O peregrino dirigiu-se então ao papa, solicitando que se abrisse um novo processo. Novamente a sua obra foi examinada e nada foi encontrado que o condenasse.
O Papa, diante de um mundo em expansão, necessitava de missionários para terras longínquas, como as Américas e o Oriente. Contava com os jesuítas para esta tarefa. Novos companheiros queriam aderir ao grupo. Perante isto, verificou-se a necessidade de organizar a “Ordem”, através de novas regras de vida. Apresentada ao papa, veio a aprovação em Setembro de 1539, sendo Inácio de Loyola escolhido para seu primeiro Superior Geral. Enviou os seus companheiros como missionários, para criarem escolas, liceus e seminários por toda a Europa.
Em 1551 criou o Colégio Romano, que viria a ser a actual Pontifícia Universidade Gregoriana, de ensino gratuito, que renovou o ensino em Itália. Com o advento do Papa Paulo IV, desfavorável a Inácio, a Obra passou por dificuldades financeiras. Em prol do sustento do colégio, a própria Ordem teve que passar por muitas privações económicas, até ser mantida pelo Papa Gregório XIII, 25 anos após a morte do fundador (daí o nome de Universidade Gregoriana).
A Companhia passou por diversas adversidades. Não possuía nenhuma fonte de renda fixa e era mantida por doações. Além disso, o novo estilo de vida da Ordem despertava suspeitas, ao ponto da Universidade de Paris a decretar perigosa para a fé. Inácio manteve-se firme diante de todas estas contrariedades e trabalhou intensamente nas Constituições Jesuítas, adoptadas em 1554, que criaram uma organização hierarquicamente rígida, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e aos superiores hierárquicos.
Em 1548 foram impressos os “Exercícios espirituais”, objecto de inspecção pela Inquisição romana, tendo sido no entanto autorizados.
Quando Inácio de Loyola morreu, os jesuítas eram aproximadamente 1 000, espalhados por 12 províncias, 72 residências e 79 casas e colégios.
Os jesuítas foram um grande factor do sucesso da Reforma Católica (também chamada Contra-Reforma) face à Reforma Protestante. Inácio de Loyola foi canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV.
Inácio foi o mais novo de treze irmãos. Em 1506, já órfão de pai e mãe, tornou-se pajem de um familiar, ministro do Tesouro Real de Castela, tendo vivido na casa de seu protector em Arévalo, de 1506 a 1517.
Inácio colocou-se depois ao serviço do vice-rei de Navarra. Gravemente ferido na batalha de Pamplona em Maio de 1521, passou meses inválido, aproveitando o tempo para ler muitos livros religiosos. A partir dessas leituras, empolgou-se com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando os feitos heróicos de Francisco de Assis e de outros líderes religiosos. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa. Durante esse período, desenvolveu os primeiros planos dos “Exercícios Espirituais”, que iriam adquirir uma grande influência na mudança dos métodos de evangelização da Igreja.
Após ter recuperado a saúde, decidiu deixar a casa familiar em segredo e dedicar-se ao serviço da “Divina Majestade”. Dirigiu-se ao Mosteiro de Montserrat, onde se confessou e rezou durante três dias. Em breve entrou no Mosteiro de Manresa, na Catalunha. Assumiu então um estilo de vida mendicante, impondo-se rigorosas penitências. Vivia de esmolas, privava-se de carne e vinho, frequentava a missa diária e rezava a Liturgia das Horas. Costumava visitar o hospital e levar comida para os doentes.
Em 1523, partiu com destino a Barcelona, decidido a ir para Jerusalém. Conseguiu uma passagem gratuita e arranjou provisões através de esmolas. De Barcelona partiu para Roma, para obter o passaporte pontifício. De lá, seguiu até Veneza, onde embarcou para o seu destino. Em Jerusalém, foi recebido pelos franciscanos. Na Terra Santa, visitou os lugares sagrados do cristianismo e decidiu-se a viver ali. Entretanto, os franciscanos não lho permitiram e ele embarcou de volta a Veneza, onde chegou em Janeiro de 1524, seguindo depois para Barcelona. Diante dos planos frustrados de viver em Jerusalém, novos ideais surgiram: ajudar as almas. Para isso, decidiu estudar.
Em Barcelona, estudou latim e dedicou-se à ajuda espiritual. Conquistou a estima de muitos, mas também sofreu maus-tratos pela sua condição mendicante. Diversos cavaleiros e damas importantes vinham ouvi-lo.
Pensou em reunir um grupo de pessoas para se dedicar à reforma da Igreja. Juntou três companheiros, que abandonaram o projecto.
Após o domínio do latim, o seu mestre aconselhou-o a procurar a Universidade de Alcalá para prosseguir os estudos.
Entrou na Universidade de Alcalá e recebeu abrigo no Hospital Antezana, onde permaneceu um ano e meio. Além dos estudos, dedicava-se à pregação e a dar os “Exercícios Espirituais”. A Inquisição suspeitou dele e denunciou-o ao vigário de Toledo. Era época de perseguição aos “alumbrados”, o que levantou as suspeitas sobre Inácio. Inicialmente foi obrigado a usar vestes comuns. Depois, foi preso durante um mês e meio. Na prisão, continuava a ensinar e a pregar. Por fim, nenhum mal foi encontrado nos seus ensinamentos, mas foi obrigado a vestir-se comummente e proibido de pregar.
Entrou para a Universidade de Salamanca, onde as suas pregações ganharam fama. Um dia, foi confessar-se num convento dominicano e o confessor ficou intrigado como Inácio falava de Deus sem ter estudado teologia. Isto despertou as suspeitas dos dominicanos, que decidiram interrogá-lo e denunciá-lo. Novamente foi preso, mas nada encontraram que o condenasse. Foi libertado, mas proibido de pregar até concluir quatro anos de estudos. Em 1528, decidiu ir estudar para Paris.
Entrou para a Universidade de Paris, actual Sorbonne, onde ficou sete anos e alargou a sua educação literária e teológica, tentando cativar o interesse dos outros estudantes para os seus exercícios espirituais. Em 1533, Inácio obteve a licenciatura como docente. Em 1534, tornou-se mestre em artes e tinha sete seguidores: seis espanhóis e um português (Simão Rodrigues). O plano do grupo era seguir para Jerusalém em 1537.
Em Agosto de 1534, fundaram a Companhia de Jesus, na capela cripta de Saint-Denis, na Igreja de Santa Maria em Montmartre, «para efectuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém, ou onde o papa quiser». Em 1537 viajaram até Itália para obter a aprovação papal. O papa Paulo III concedeu-lhes a aprovação e permitiu que fossem ordenados padres, o que aconteceu em Veneza.
Inicialmente, dedicaram-se a pregar e a fazer obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os turcos otomanos, tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável. Decidiram esperar um ano na esperança de conseguirem chegar ao destino almejado.
Acabaram por se fixar em Roma, onde pregavam em igrejas e praças e pediam esmola nas ruas. Novas suspeitas foram levantadas sobre o grupo. Acusavam Inácio de ser um fugitivo da Inquisição espanhola. O peregrino dirigiu-se então ao papa, solicitando que se abrisse um novo processo. Novamente a sua obra foi examinada e nada foi encontrado que o condenasse.
O Papa, diante de um mundo em expansão, necessitava de missionários para terras longínquas, como as Américas e o Oriente. Contava com os jesuítas para esta tarefa. Novos companheiros queriam aderir ao grupo. Perante isto, verificou-se a necessidade de organizar a “Ordem”, através de novas regras de vida. Apresentada ao papa, veio a aprovação em Setembro de 1539, sendo Inácio de Loyola escolhido para seu primeiro Superior Geral. Enviou os seus companheiros como missionários, para criarem escolas, liceus e seminários por toda a Europa.
Em 1551 criou o Colégio Romano, que viria a ser a actual Pontifícia Universidade Gregoriana, de ensino gratuito, que renovou o ensino em Itália. Com o advento do Papa Paulo IV, desfavorável a Inácio, a Obra passou por dificuldades financeiras. Em prol do sustento do colégio, a própria Ordem teve que passar por muitas privações económicas, até ser mantida pelo Papa Gregório XIII, 25 anos após a morte do fundador (daí o nome de Universidade Gregoriana).
A Companhia passou por diversas adversidades. Não possuía nenhuma fonte de renda fixa e era mantida por doações. Além disso, o novo estilo de vida da Ordem despertava suspeitas, ao ponto da Universidade de Paris a decretar perigosa para a fé. Inácio manteve-se firme diante de todas estas contrariedades e trabalhou intensamente nas Constituições Jesuítas, adoptadas em 1554, que criaram uma organização hierarquicamente rígida, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e aos superiores hierárquicos.
Em 1548 foram impressos os “Exercícios espirituais”, objecto de inspecção pela Inquisição romana, tendo sido no entanto autorizados.
Quando Inácio de Loyola morreu, os jesuítas eram aproximadamente 1 000, espalhados por 12 províncias, 72 residências e 79 casas e colégios.
Os jesuítas foram um grande factor do sucesso da Reforma Católica (também chamada Contra-Reforma) face à Reforma Protestante. Inácio de Loyola foi canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV.
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