EFEMÉRIDE - Mariana Dolores Rey Colaço Robles Monteiro, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 28 de Dezembro de 1922. Faleceu, também em Lisboa, em 20 de Outubro de 2010.
Estreou-se em 1946, no Teatro Nacional D. Maria II, com a peça “Antígona” de Sófocles, um clássico do teatro mundial numa adaptação de Júlio Dantas.
Participou em numerosas peças da “Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro”. A sua carreira no “Nacional” só seria interrompida com o incêndio que danificou o edifício em 1964. «O meu teatro, o nosso teatro, morreu com o incêndio. Tinha uma graça, uma patine que nunca mais se encontrará», lamentava a actriz.
Na televisão fez a série “Gente Fina É Outra Coisa” e as telenovelas “Vila Faia” (1982), “Chuva na Areia” (1984), “Cinzas” (1992), “Roseira Brava” (1995) e “Vidas de Sal” (1996).
No cinema, participou em alguns filmes, entre os quais “Um dia de Vida”, que lhe valeu o “Óscar da Imprensa” em 1962.
Como teria sido a carreira de Mariana Rey Colaço, se não fosse “filha de Amélia Rey Colaço”? E teria tido ela uma carreira teatral se não fosse a herdeira do mais famoso casal do teatro português do século XX - Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro -, actores e empresários do D. Maria II desde 1929? Duas perguntas a que é difícil responder. Até à morte do pai, em 1958, Mariana serviu os progenitores. Depois, a mãe passou a ser o centro de tudo o que ela fazia no teatro. Só muito mais tarde “se emancipou”.
Mariana teve de lutar no seio da própria família para conseguir iniciar a sua carreira. «Os meus pais tinham pavor que eu fosse para o teatro», disse ela numa entrevista concedida aos 80 anos, «Fizeram tudo para que eu não tivesse de enfrentar as mesmas dificuldades que eles tinham encontrado. Adoravam-me. E sofriam muito com a profissão».
Aos 15 anos, foi estudar Inglês para o Reino Unido e, depois, experimentou diferentes trabalhos, entre os quais o de secretária de Henrique Galvão, então presidente da Emissora Nacional (mais tarde, em 1961, líder do célebre desvio do paquete Santa Maria). Apesar das preocupações familiares, a estreia em palco da "Marianinha" (era assim que a tratavam tanto em casa como no teatro) tinha acontecido, aos 12 anos, pela mão da mãe, que a fez entrar no coro de uma encenação de “A Castro”, no Mosteiro de Alcobaça.
O escritor Urbano Tavares Rodrigues afirmou que, para além de uma grande actriz, «Mariana era uma criatura maravilhosa, delicada, gentilíssima, com uma serenidade, inteligência e humanidade que nunca passavam despercebidas». Já sobre a sua dimensão artística, Fernando Midões, um histórico da crítica de teatro em Portugal, que acompanhou praticamente toda a sua carreira, disse simplesmente que Mariana Rey Colaço «juntava intuição, inteligência e perfeição na arte de representar - não se ficava pelo texto, aprofundava o subtexto de cada peça».
«Após a sua morte toda a gente fala dela e a elogia», disse Simone de Oliveira, «mas quando se retirou, ninguém quis saber, ninguém lhe mandou uma simples flor».
Estreou-se em 1946, no Teatro Nacional D. Maria II, com a peça “Antígona” de Sófocles, um clássico do teatro mundial numa adaptação de Júlio Dantas.
Participou em numerosas peças da “Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro”. A sua carreira no “Nacional” só seria interrompida com o incêndio que danificou o edifício em 1964. «O meu teatro, o nosso teatro, morreu com o incêndio. Tinha uma graça, uma patine que nunca mais se encontrará», lamentava a actriz.
Na televisão fez a série “Gente Fina É Outra Coisa” e as telenovelas “Vila Faia” (1982), “Chuva na Areia” (1984), “Cinzas” (1992), “Roseira Brava” (1995) e “Vidas de Sal” (1996).
No cinema, participou em alguns filmes, entre os quais “Um dia de Vida”, que lhe valeu o “Óscar da Imprensa” em 1962.
Como teria sido a carreira de Mariana Rey Colaço, se não fosse “filha de Amélia Rey Colaço”? E teria tido ela uma carreira teatral se não fosse a herdeira do mais famoso casal do teatro português do século XX - Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro -, actores e empresários do D. Maria II desde 1929? Duas perguntas a que é difícil responder. Até à morte do pai, em 1958, Mariana serviu os progenitores. Depois, a mãe passou a ser o centro de tudo o que ela fazia no teatro. Só muito mais tarde “se emancipou”.
Mariana teve de lutar no seio da própria família para conseguir iniciar a sua carreira. «Os meus pais tinham pavor que eu fosse para o teatro», disse ela numa entrevista concedida aos 80 anos, «Fizeram tudo para que eu não tivesse de enfrentar as mesmas dificuldades que eles tinham encontrado. Adoravam-me. E sofriam muito com a profissão».
Aos 15 anos, foi estudar Inglês para o Reino Unido e, depois, experimentou diferentes trabalhos, entre os quais o de secretária de Henrique Galvão, então presidente da Emissora Nacional (mais tarde, em 1961, líder do célebre desvio do paquete Santa Maria). Apesar das preocupações familiares, a estreia em palco da "Marianinha" (era assim que a tratavam tanto em casa como no teatro) tinha acontecido, aos 12 anos, pela mão da mãe, que a fez entrar no coro de uma encenação de “A Castro”, no Mosteiro de Alcobaça.
O escritor Urbano Tavares Rodrigues afirmou que, para além de uma grande actriz, «Mariana era uma criatura maravilhosa, delicada, gentilíssima, com uma serenidade, inteligência e humanidade que nunca passavam despercebidas». Já sobre a sua dimensão artística, Fernando Midões, um histórico da crítica de teatro em Portugal, que acompanhou praticamente toda a sua carreira, disse simplesmente que Mariana Rey Colaço «juntava intuição, inteligência e perfeição na arte de representar - não se ficava pelo texto, aprofundava o subtexto de cada peça».
«Após a sua morte toda a gente fala dela e a elogia», disse Simone de Oliveira, «mas quando se retirou, ninguém quis saber, ninguém lhe mandou uma simples flor».
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