EFEMÉRIDE
– Fernando Arrabal Terán, escritor e realizador espanhol, nasceu
em Melilla no dia 11
de Agosto de 1932. Vive em França desde 1955 e considera-se um
“desterrado”. Aprendeu a ler e escrever em Ciudad Rodrigo ,
onde venceu o Prémio Nacional de Superdotado, aos dez anos de idade. Fez
os seus estudos universitários em Madrid.
Ainda
criança, sofreu o misterioso desaparecimento do pai, condenado à morte pela
ditadura espanhola e que conseguiu escapar em 1941, depois de uma tentativa de
suicídio e após ser considerado louco. Fugiu de pijama e nunca mais foi visto,
nem morto nem vivo.
Arrabal
viria a ser igualmente preso pelo regime franquista em 1967, devido ao
engajamento político da sua obra. Durante a sua detenção, recebeu o apoio de
inúmeros escritores da época, de François Mauriac à Arthur Miller, e uma
declaração de Samuel Beckett dirigida ao tribunal e pedindo a sua absolvição.
Após
a morte de Franco, foi incluído – ao lado de Santiago Carrillo, La Pasionaria ,
Líster e El Campesino – no grupo dos espanhóis “mais perigosos” e
impedido de regressar ao país. Anos mais tarde, teve o reconhecimento da
Espanha com numerosas distinções, entre as quais dois Prémios Nacionais de
Teatro.
Realizou
sete longas-metragens de cinema, publicou catorze romances, um sem número de
livros de poesia, perto de uma centena de peças de teatro, vários ensaios e a
sua famosa “Carta al General Franco”, ainda em vida do ditador. O seu
teatro completo, editado nas principais línguas, foi publicado em dois volumes
de mais de duas mil páginas, na Colección Clásicos Castellanos de Espasa.
Com
Alejandro Jodorowsky e Roland Topor, fundou em 1963 o Grupo de Teatro Pânico.
Amigo de Andy Warhol e de Tristan Tzara, participou durante três anos no grupo
surrealista de André Breton.
Apesar
de ser um dos escritores mais controversos do seu tempo, tem recebido o aplauso
internacional pela sua obra. O Colégio de Patafísica distinguiu-o com o
título de Trascendente Sátrapa (equivalente do Nobel para este
colégio). Esta distinção foi, neste último meio século, recebida por quarenta
personalidades, entre elas Eugénio Ionesco, Boris Vian, Dario Fo e Umberto Eco.
Em
14 de Julho de 2005, recebeu a Legião de Honra Francesa e, em 2007, foi doutorado
honoris causa pela
Universidade Aristote da Grécia. Tem colaborado regularmente nos
periódicos “L’Express”, “El Mundo”, “ABC” e “El País”.
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