EFEMÉRIDE
– Henrik Pontoppidan, escritor dinamarquês, morreu em Charlottenlund no dia
21 de Agosto de 1943. Nascera em Fredericia, em 24 de Julho de 1857. Foi
galardoado com o Prémio Nobel de Literatura em 1917, ex-aequo com o seu compatriota Karl Adolph
Gjellerup.
Filho
de um vigário da Jutlândia, pertencia a uma antiga família de vigários e
escritores. Pontoppidan desistiu de se formar como engenheiro, para ser
professor de instrução primária, tendo-se dedicado depois ao jornalismo
independente e à escrita a tempo inteiro. Fez a sua estreia literária em 1881,
com uma recolha de contos (“Staekkede Vinger”).
A
primeira fase da sua obra caracterizou-se por uma crítica social rebelde,
tendo-se revoltado mesmo contra os privilégios de que beneficiara a própria família.
Em
contos prosaicos, descreveu impiedosamente a vida dos camponeses e dos
proletários do país, com quem ele vivia em contacto próximo. Henrik foi talvez
o primeiro escritor dinamarquês progressista a quebrar com o retrato idealista
dos agricultores. Os contos desta época foram recolhidos em dois volumes: “Landsbybilleder”
(“Retratos de Aldeia”, 1883) e “Fra Hytterne” (“A partir das
Cabanas”, 1887). É importante salientar igualmente a colectânea de contos
políticos de 1890 – “Skyer” (“Nuvens”) – uma descrição mordaz da
Dinamarca, sob a autoritária semi-ditadura dos Conservadores, condenando
os opressores mas também a falta de rebeldia dos seus conterrâneos.
Após
este período, concentrou-se cada vez mais em problemas psicológicos e
naturalistas, sem desistir todavia do seu compromisso social. A revisão que fez
em 1889 de “Messias” e a sua peça “Den gamle Adam” (“O velho
Adão”) de 1890 foram publicadas anonimamente e desencadearam grande
polémica, após serem acusadas de blasfemas. O editor Ernst Brandes foi multado
em 300 coroas por “Messias”, em Dezembro de 1891, tendo-se suicidado no
ano seguinte.
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