EFEMÉRIDE
– Rosa Ramalho, de seu verdadeiro nome Rosa Barbosa Lopes, ceramista
e figura emblemática da olaria tradicional portuguesa, nasceu em São Martinho de
Galegos, Barcelos, no dia 14 de Agosto de 1888. Morreu na mesma localidade
em 24 de Setembro de 1977.
Filha
de um sapateiro e de uma tecedeira, casou-se aos 18 anos com um moleiro e teve
sete filhos. Aprendeu a trabalhar o barro desde muito nova, mas interrompeu a
actividade durante cerca de 50 anos para cuidar da família. Só após a morte do
marido, e já com 68 anos de idade, retomou o trabalho com o barro e começou a
criar as figuras que a tornaram famosa. As suas peças simultaneamente
dramáticas e fantasistas, denotadoras de uma imaginação prodigiosa,
distinguiam-na de outros ceramistas e oleiros e proporcionaram-lhe uma fama que
ultrapassou fronteiras.
Foi
ao pintor António Quadros que se ficou a dever a descoberta de Rosa Ramalho
pela crítica artística e a sua divulgação nos meios culturais.
Em
1968, recebeu a medalha As Artes ao Serviço da Nação. Nesse ano, foi
apresentada na Feira de Artesanato de Cascais e os seus trabalhos
passaram a ser procurados por milhares de portugueses e estrangeiros.
Foi
enterrada no pequeno cemitério de São Martinho e a população de Barcelos
dirigiu, logo na ocasião, uma petição ao governo no sentido de transformar o
barracão e o telheiro onde ela trabalhava num museu de cerâmica com o seu nome.
Foi
a primeira ceramista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o
reconhecimento, entre outros, da Presidência da República que, em Abril de 1981, a título póstumo, lhe
atribuiu o grau de Dama da Ordem de Sant'Iago da Espada.
Sobre
a artista, há um livro de Mário Cláudio (“Rosa” de 1988, integrado na “Trilogia
da mão”) e uma curta-metragem documental de Nuno Paulo Bouça (“À volta
de Rosa Ramalho” de 1996). Actualmente, dá o nome a uma rua da cidade de
Barcelos e a uma escola da freguesia de Barcelinhos. O seu trabalho tem sido
continuado pela neta Júlia Ramalho, que já a acompanhava nos trabalhos
efectuados no velho telheiro.
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