EFEMÉRIDE
– Lila Ripoll, poetisa, pianista e militante comunista brasileira, nasceu em
Quaraí no dia 12 de Agosto de 1905. Morreu em Porto Alegre , em 7 de
Fevereiro de 1967.
Em
1927, com vinte e dois anos, deixou a sua terra natal e mudou-se para Porto Alegre,
com a finalidade de estudar piano no Conservatório de Música do Instituto
Livre de Belas Artes. Como estudante, publicou poemas na “Revista
Universitária”.
Em
1930, tornou-se professora de Canto Orfeónico no Grupo Escolar
Venezuela. Foi neste período que se aproximou de escritores e intelectuais
gaúchos, que compunham a então chamada Geração de 30.
Em
1934, com o assassinato do seu primo Waldemar, jornalista e membro do Partido
Libertador, Lila Ripoll decidiu engajar-se na luta política. Participou então
na Frente Intelectual do Partido Comunista e no Sindicato dos
Metalúrgicos, de cujo departamento cultural foi directora.
Em
1938, publicou o seu livro de estreia, “De Mãos Postas”, que foi muito
bem recebido pela crítica. Três anos depois, surgiu “Céu Vazio”,
vencedor do Prémio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras.
Em 1944, casou-se com Alfredo Luís Guedes, também militante político. Com a
legalização do Partido Comunista, no ano seguinte, passou a lutar mais activamente
pelas reivindicações dos operários e, simultaneamente, publicou textos na
revista “A Província de São Pedro”.
Em
1949, Lila Ripoll ficou viúva e, apesar da depressão que se seguiu, continuou a
sua militância política e colaborou em campanhas pacifistas. Foi candidata a
deputada pelo PCB em 1950, mas não foi eleita. Em 1951, colaborou na
revista “Horizonte”, publicando textos de escritores latino-americanos
como Pablo Neruda e Gabriela Mistral. No mesmo ano, editou “Novos Poemas”,
que lhe trouxe o Prémio Pablo Neruda da Paz, em Praga, na Checoslováquia.
Em 1954, o longo poema “Primeiro de Maio”, que tem como tema o massacre
ocorrido no Dia do Trabalhador na cidade de Rio Grande, foi publicado.
Em 1958, a
sua única peça teatral, “Um Colar de Vidro”, foi apresentada no Theatro
São Pedro.
Em
1964, logo após o golpe militar, Lila Ripoll foi presa, mas rapidamente
libertada em função de sua saúde, pois tinha um cancro em estado muito avançado.
A sua última obra poética foi “Águas Móveis” (1965). Faleceu aos
sessenta e um anos.
Em sua
homenagem, foi criado em 2005 o Prémio Lila Ripoll de Poesia, promovido
pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O prémio é aberto a
todas as pessoas que desejem expressar-se sobre temas ligados às causas sociais
e ao género.
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