quarta-feira, 1 de março de 2017

1 DE MARÇO - JOSÉ AGOSTINHO

EFEMÉRIDEJosé Agostinho, militar que se distinguiu como meteorologista e naturalista de renome internacional, nasceu em Angra do Heroísmo no dia 1 de Março de 1888. Morreu na mesma cidade em 17 de Agosto de 1978. Publicou algumas centenas de artigos sobre meteorologia, sismologia e biologia, para além de ter realizado mais de uma centena e meia de palestras radiofónicas sobre as mesmas matérias.
Fez os estudos preparatórios no Liceu de Angra do Heroísmo, terminando-os em Lisboa. Destinado a seguir a carreira militar, ingressou na Escola Politécnica em 1904, tendo terminado o respectivo curso em 1908. Frequentou depois a Escola do Exército onde se graduou, ingressando na arma de Artilharia.
Na sua carreira militar, integrou o Corpo Expedicionário Português enviado para França durante a Primeira Grande Guerra, tendo ali comandando um grupo de artilharia. Pelo seu desempenho na frente de batalha, foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe e com o grau de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.
Terminada a guerra, regressou aos Açores, sendo colocado – em 1918 – como observador no Observatório Meteorológico de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, trabalhando em estreita colaboração com o naturalista (e coronel do exército) Francisco Afonso Chaves, então director do Serviço Meteorológico dos Açores.
Quando o coronel Afonso Chaves faleceu, em 1926, sucedeu-lhe no cargo de director do serviço que, sob a sua direcção, alcançou grande expansão. Passou a dedicar-se também a observações do campo magnético terrestre e a estudos de aerologia. Paralelamente, foi-se afirmando como sismólogo e naturalista, passando a corresponder-se com alguns dos principais naturalistas da época e recolhendo espécimes da fauna e flora dos Açores, que enviou aos principais centros de investigação e museus naturais.
Nesta fase, publicou numerosos trabalhos científicos de diversos países e integrou diversas comissões internacionais nas áreas do geomagnetismo e da geoelectricidade, do estudo da alta atmosfera e da meteorologia sinóptica.
Com a extinção do Serviço Meteorológico dos Açores em Outubro de 1946, por integração no Serviço Meteorológico Nacional, passou a meteorologista/chefe daquela instituição, chefiando a delegação dos Açores.
Reformou-se, por atingir o limite de idade, em Maio de 1958. Era então tenente-coronel de artilharia.
Para além da sua actividade como meteorologista profissional e como naturalista, exerceu uma extensa actividade de divulgação científica, tendo realizado centenas de palestras, incluindo uma longa série que foi transmitida pelo Rádio Clube de Angra, o que fez dele uma das personalidades açorianas mais conhecidas nas décadas de 1950 e 1960.
Era membro de múltiplas sociedades científicas internacionais e sócio correspondente do Instituto de Coimbra e da Sociedade Broteriana.
Foi sócio fundador e presidente da Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves e de várias associações açorianas, entre as quais o Instituto Histórico da Ilha Terceira, a que presidiu de 1955 a 1957. Para além do seu labor como naturalista, também se interessou por assuntos de história e de etnologia, publicando diversos artigos sobre estas temáticas.
Foi grande oficial da Ordem de Santiago da Espada, comendador da Ordem Militar de Avis, oficial da Ordem de Cristo e oficial da Ordem do Império Britânico. Esta última condecoração foi-lhe atribuída pelos serviços prestados às forças britânicas estacionadas na ilha Terceira durante a Segunda Guerra Mundial.
Em sua homenagem, o Observatório Meteorológico de Angra do Heroísmo é hoje denominado Observatório José Agostinho e uma das principais artérias da cidade de Angra do Heroísmo denomina-se Avenida tenente-coronel José Agostinho.

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