Era ilho de José Cristino Pinto
de Andrade e de Ana Rodrigues Coelho. Em 1930, foi para Luanda, onde fez os
estudos primários no Seminário de Luanda e concluiu, em 1948, os estudos
secundários no Colégio das Beiras. Partiu para Lisboa, nesse mesmo ano,
para estudar Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa. Juntamente com outros estudantes e intelectuais de países
africanos lusófonos, como Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Francisco José
Tenreiro, criou o Centro de Estudos Africanos, em 1951, com o objectivo
de reflectir sobre problemáticas importantes de África.
Em 1954, partiu para o exílio em
Paris, onde conheceu outros círculos africanos, relacionando-se com Léopold
Senghor e Nelson Mandela, entre outros. Foi chefe de redacção, entre 1951 e
1958, da conceituada revista “Présence Africaine e”, em 1956, participou
no 1º Congresso de Escritores e Artistas Negros, tendo três anos mais
tarde, tomado parte no 2º Congresso, em Roma.
Na década de 1960,
tornou-se activista político e exerceu o cargo de presidente do MPLA, entre
1959 e 1962, e o de secretário-geral desse movimento, entre 1962 e 1972.
Dedicou-se também, entretanto, ao
estudo de Sociologia e à actividade de diversas publicações antológicas
e de obras literárias. Assim, publicou “Antologia da Poesia Negra de
Expressão Portuguesa” (1958), “La Poésie Africaine d’Expression
Portugaise” (1969), “Amilcar Cabral: Essai de Biographie Politique”
(1980) e “As origens do Nacionalismo Africano” (1997), entre muitos
outros.
Por ser considerado um dos mais
importantes ensaístas angolanos do século XX e tendo sido o primeiro africano
de língua portuguesa a elaborar textos críticos e estético-doutrinários sobre a
poesia africana lusófona, o Ministério da Cultura de Angola decidiu
criar o Prémio de Ensaio Literário Mário Pinto de Andrade.
Em 1990, Mário de Andrade faleceu
em Londres, aos 62 anos de idade.
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