A juventude de Benny Carter foi
passada em Harlem, ao lado de Bubber Miley, o trompetista principal de Duke
Ellington. Carter foi influenciado por Miley, o que o levou a adquirir um
trompete, mas cedo percebeu que nunca iria tocar como Miley. Assim, trocou este
instrumento por um saxofone.
Carter começou a tocar
profissionalmente aos quinze anos. A sua primeira gravação data de 1928 e, no
ano seguinte, formou a sua primeira banda. Toca com Fletcher Henderson em 1930
e 1931, e torna-se o seu arranjador principal. Passa, temporariamente, pelo
grupo McKinney’s Cotton Pickers, até voltar a liderar a sua própria
banda, em 1932.
As poucas gravações que efectuam
entre 1933 e 1934, são consideradas, pelos profissionais do jazz, como marcos
nos primórdios do swing. Sofisticadas, e de arranjos complexos, algumas delas
tornaram-se standards, por diversas vezes interpretadas por outras bandas (“Blue
Lou” é um exemplo).
Foi também arranjador de Duke
Ellington durante estes anos. No início dos anos 1930, Carter e Johnny
Hodges eram considerados os melhores saxofonistas alto. Carter tornou-se, também,
um dos principais trompetistas a solo, nesta década, gravando várias
composições.
Em 1933, Carter fez parte de
várias sessões em que participou a banda britânica liderada por Spike Hughes,
vindo de Nova Iorque, especificamente para organizar uma série de gravações, em
que também participaram alguns dos melhores músicos negros da época.
Dois anos depois, em 1935, Carter
viaja para a Europa, onde se tornou o organizador da orquestra de dança da BBC,
e onde efectuou várias gravações. Compôs dois grandes sucessos: “Blues in My Heart” e “When
Lights are Low”. Em 1938, regressou aos EUA e lidera uma Big Band
e um sexteto, antes de se mudar para Los Angeles, em 1943, para escrever para
filmes.
O seu maior êxito foi “Cow Cow
Boogie”, uma música escrita com a colaboração de Don Raye e Gene Paul, que
se tornou um sucesso na voz de Ella Mae Morse, em 1942.
Na década de 1940 e na de 1950,
Benny Carter foi um dos primeiros negros a escrever músicas para filmes. Foi
mentor, e serviu de inspiração, a Quincy Jones, quando este começou a escrever
para televisão e cinema, nos anos 1960.
Miles Davis fez algumas das suas
primeiras gravações com Benny Carter, considerando-o um mentor e amigo pessoal.
Carter também participou, de forma discreta, no filme de 1952, “As Neves de
Kilimanjaro”.
Carter, foi membro do conselho de
música da National Endowment for the Arts. Foi também membro do Black
Film Makers’Hall of Fame (Quadro de Honra dos Realizadores Negros de
Filmes) e, em 1980, recebe o prémio Golden Score, da American
Society of Music Arrangers (Sociedade Americana de Arranjadores de
Música).
Benny Carter foi também
reconhecido pelo Kennedy Center, em 1996, e recebeu vários doutoramentos
honorários das universidades de Princeton, Harvard e Rutgers, e do
conservatório de New England.
Em 1987, Carter recebeu o Grammy
Lifetime Achievement Award, por lhe ter sido reconhecido o trabalho
dedicado toda a sua vida em prol da música.
Benny Carter faleceu em 12 de
Julho de 2003 de complicações respiratórias, no hospital de Los Angeles, aos 95
anos de idade.
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