sábado, 28 de agosto de 2021

28 DE AGOSTO - BÉLA GUTTMANN

EFEMÉRIDE - Béla Guttmann, futebolista e treinador de futebol húngaro de origem judaica, morreu em Viena no dia 28 de Agosto de 1981.  Nascera em Budapeste, eram 27 de Janeiro de 1899. Em 2019, figurou na 20ª posição da lista dos “50 Melhores Treinadores de Futebol de Todos os Tempos”, da revista francesa “France Football”. Guttmann é considerado como tendo sido o descobridor do astro do futebol português Eusébio.

Nascido em 1899 em Budapeste, na época a capital da província húngara do Império Austro-Húngaro, Guttmann era oriundo de uma família judia, sendo os pais, Abraham e Ester, bailarinos de profissão, que o educaram musicalmente desde pequeno, razão pela qual, ainda muito novo, também se dedicou à dança. Durante a adolescência, apaixonou-se também pelo futebol, um desporto recém-chegado na Europa central, proveniente de Inglaterra. Os pais insistiram para que ele prosseguisse na dança e, aos dezasseis anos, já era professor de dança clássica. Em 1917, porém, a paixão pelo futebol levou-o a abandonar a dança, começando a jogar no Törekvés SE, onde se tornou profissional.

Muito mais tarde, já como treinador do Honvéd HFC, enfrentou Puskás pela substituição de um jogador, tendo nos balneários anunciado a sua renúncia. O seu estilo ofensivo reinou nas duas décadas de 1950 e 1960, em vários países, clubes e continentes.

Depois da sua saída da Hungria, tornou o Enschede holandês (agora FC Twente). Assim que chegou a Itália, levou o AC Milan à vitória no campeonato em 1954/1955. No ano seguinte, foi para o futebol uruguaio, sendo campeão com o CA Peñarol. Em 1957, fez outra mudança, desta vez para o Brasil, com o São Paulo FC. Béla Guttmann pôs uma condição: contratar Zizinho, “Mestre Ziza”, 35 anos, o jogador que encarnou o “futebol arte” no Brasil, o modelo e ídolo de Pelé, tendo-se tornado, uma vez mais, campeão.

De regresso à Europa, o destino foi Portugal, primeiro no FC Porto, onde também foi campeão, e depois para um dos “grandes” de Lisboa, o SL Benfica, onde se senta ao lado do técnico brasileiro do São Paulo, José Carlos Bauer, ex-jogador dos Mundiais de 1950 e 1954. Este conta-lhe que vira uma grande promessa em Lourenço Marques, Moçambique. Béla Guttmann manda um emissário e, em dias, no final de 1960, Eusébio da Silva Ferreira chega a Lisboa.

Na final do Torneio de Paris, 1961. Béla Guttmann, desespera-se contra o Santos FC de Pelé, que vencia por 3-0 no intervalo. A 20 minutos do final, colocou para jogar o Pantera Negra, Eusébio, que marcou três golos seguidos. Guttmann dizia a Eusébio e aos seus outros jogadores: «Metamos três golos e já veremos». Estes meteram então três golos, vencendo o Santos por 6 a 3. A revista “France Football” titulou «Eusébio 3 - Pelé 2». Béla Guttmann e Eusébio, à parte de ganharem os campeonatos portugueses, fizeram do Benfica uma das melhores equipas da Europa nos anos 1960. Foi o apogeu e o final feliz da grande história da vida de Béla Guttmann.

Segundo o jornalista brasileiro Fabio Lima, ele tinha uma regra para a sua carreira de treinador: nunca ficava mais de três anos numa equipa, pois considerava que este era o tempo… antes dos seus jogadores se desgastarem e perderem a motivação.

Em 1962, depois de ter conquistado duas Taças dos Campeões Europeus, ele pediu um aumento, que lhe foi negado. A razão pela qual Guttmann saiu de forma tão abrupta de Lisboa teve tudo a ver com a recusa da direcção do Benfica em aceitar pagar-lhe uma bonificação pela conquista da Taça dos Campeões duas vezes seguidas. Teorias alternativas afirmam que ele declarou numa entrevista que seriam necessários mais de 100 anos até que outro clube português conseguisse conquistar duas vezes uma taça continental. Qualquer que seja a versão em que queiramos acreditar, todas as previsões de Guttmann - verdadeiras ou ficção - tornaram-se realidade.

«Sem mim, nem em cem anos o Benfica vai conquistar outra taça europeia!» - esta a maldição que paira sobre o clube.    

Em 28 de Fevereiro de 2014, o Benfica inaugurou na porta 18 do Estádio da Luz uma estátua em bronze de Béla Guttmann com dois metros da autoria, do escultor húngaro Szatmari Juhos Laszlo. O objectivo simbólico é o de «quebrar a maldição» lançada pelo ex-treinador.

No entanto, a alegada maldição de Béla Guttmann persiste: o Benfica chegou a duas finais Europeias, mas não saiu vencedor - em Maio de 2013 e em Maio de 2014, respectivamente contra o Chelsea FC e o Sevilla FC.

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