Fez a sua formação teatral na Escola
de Teatro do Conservatório Nacional, tendo ao mesmo tempo
participado em peças de Vasco Morgado. Foi igualmente bolseira na American
Academy of Dramatic Arts de Nova Iorque durante uma pausa da carreira, na década
de 1980, e participou em vários workshops no Actors
Studio.
A sua carreira artística incluiu
televisão, cinema e teatro, tendo sido nesta modalidade que se destacou, com
participação em cerca de quarenta peças.
Estreou-se em 1957, com sete
anos, na peça “Fogo de Vista”, de Amílcar Ramada Curto. Aos dez anos,
fez parte da peça “A sapateira prodigiosa”,
levada à cena pela companhia de teatro Rey Colaço-Robles Monteiro, e
onde também participou Eunice Muñoz. O seu primeiro sucesso aconteceu com a
peça “O Milagre de Anne Sullivan”, encenada
por Luís de Sttau Monteiro.
No cinema, salienta-se “A Promessa”
(1972), de António de Macedo, baseado uma peça de Bernardo Santareno, tendo
protagonizado o primeiro nu integral no cinema nacional.
Este filme passou por vários festivais de cinema, incluído
o de Cannes, e foi premiado no Festival de
Belgrado e Cartagena. No cineasta, participou ainda
em “O Princípio da Sabedoria” (1975) e “A Bicha de Sete Cabeças”
(1978).
Foi, a partir de 1978 até à sua
extinção (em 1998), actriz da Companhia Residente do Teatro Nacional D.
Maria II, tendo aí representado, em peças como “Auto
da Geração Humana”, “O Alfageme de Santarém”, “As Alegres Comadres de Windsor”, “A
Bisbilhoteira”, “A Casa de Bernarda Alba”, “Romance de Lobos”,
“Bodas de Fígaro”, “Slag, Maria Stuart”,
ou “O Leque de Lady Windermere”.
Começa a fazer televisão com a
série “Uma Cidade Como a Nossa” (1981).
Participou no especial da série brasileira “O Bem
Amado”, da TV Globo, gravado em Lisboa. Participou nas películas “O
Barão de Altamira” (1986), de Artur Semedo, “O Vestido Cor de Fogo”
(1986), de Lauro António, “Os Emissários de Khalom”
(1988) e “Serenidade” (1989) de Rosa Coutinho Cabral.
Na televisão, participou em
séries e novelas como “Cobardias” (1987), “Passerelle” (1988), “A
Grande Mentira” (1990), “Quem Manda Sou Eu” (1991), a aclamada telenovela “Na Paz dos Anjos” (1994), “Nico
D'Obra” (1993), “Nós os Ricos” (1996), “Super Pai”, “Olhos
de Água”, “Tudo por Amor”, “Morangos com Açúcar”, “Bem-Vindos
a Beirais”, “A Única Mulher”, “Filhos do Vento” (1996) e “Esquadra
de Polícia” (1998).
Participou no filme “No Dia
dos Meus Anos” (1992), de João Botelho. Salienta-se ainda o seu monólogo na
peça “Shirley Valentine”, exibida na Sala
Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, em Janeiro de 1996. Outros
monólogos seus que se destacaram foram os das peças “Andy
& Melissa” (2001), “Zelda” (2004), “Stôra Margarida”
(2006) e “Sexo? Sim, mas com orgasmo” (2010).
Participou nas séries da RTP
“Não és Homem não és Nada” (1999), “O Crime...” (2001) e nas
novelas da TVI “Olhos de Água” (2001), “Tudo por Amor”
(2002) e “Baía das Mulheres” (2004).
Em 2006, interpretou no teatro a
peça “Stôra Margarida”, de Roberto Athayde,
no Casino Estoril. A partir de certa altura, a actriz começou a aparecer
com menos regularidade (no Teatro, Televisão e
Cinema) devido à falta de convites para trabalhar.
Em 1997, representou com grande
sucesso na peça “Casa de nha Bernarda” no Centro
Cultural Português do Mindelo, uma adaptação da obra “A Casa de Bernarda
Alba”, de García Lorca, que teve igualmente grande êxito.
Estreou “Os Monólogos da Vagina”, de
Eve Ensler, no Teatro Auditório do Casino Estoril, em 20 de Outubro de
2000. De forma a organizar a peça, Guida Maria teve de enfrentar várias
dificuldades, incluindo de ordem financeira, e um teatro que estivesse
disponível. Segundo a actriz, a administração do Estoril Sol também
esteve inicialmente contra a organização da peça no seu nome
original, tendo depois dado autorização para avançar.
Apesar de ter sido um fracasso no
dia de estreia, acabou por ser depois um grande
sucesso, tendo a peça ficado vários meses em cena, com diversas reposições,
apesar de ter sofrido os efeitos do clima de insegurança gerado após os ataques
terroristas de 11 de Setembro de 2001. Para o sucesso da peça contribuiu
decisivamente a cobertura por parte da comunicação
social, que publicou vários artigos sobre a mesma.
Posteriormente, lançou a peça “Zelda”,
que também financiou, e que foi novamente um
fracasso, por estar a decorrer naquele momento o Campeonato
Europeu de Futebol de 2004 em Portugal.
Finalmente, apresentou a peça “Stôra
Margarida” no Teatro do Casino do Estoril, que também falhou, apesar
de ter tido um grande sucesso originalmente no Brasil.
Em 2009, foi editada a biografia “Guida
Maria - Uma vida”, da autoria de Rui Costa Pinto.
Em 2017, interpretou no Auditório
da Biblioteca do Espaço Cultural Cinema Europa a peça “Os Malefícios do Tabaco”,
um monólogo escrito por Anton Tchekhov com encenação de Paulo Ferreira, produzido pela Junta de Freguesia de Campo de
Ourique
e com o Apoio da AMA - Academia Mundo das Artes.
Faleceu em 2018, aos 67 anos, no Hospital
de São Francisco Xavier, em Lisboa. Estava internada naquela unidade de
saúde devido a um cancro no pâncreas, doença do qual já
padecia há vários meses. O velório teve lugar na Basílica da Estrela,
tendo o corpo sido inumado no Cemitério dos
Prazeres.
Esteve
relacionada com o músico Mike Sergeant, tendo o casal tido uma filha, a
actriz Julie Sargeant.
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