A sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até à poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético,
com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. É
considerado o maior poeta de língua portuguesa por escritores
como Mia Couto.
Foi agraciado com vários prémios
literários, entre eles o Prémio Neustadt, tido como o Nobel Americano,
sendo o único brasileiro galardoado com tal distinção, e o Prémio Camões.
Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prémio
Nobel de Literatura.
Foi casado com Stella Maria
Barbosa de Oliveira, com quem teve os filhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e
João. Casou-se em segundas núpcias, em 1986, com a poetisa
Marly de Oliveira.
O escritor foi membro da Academia
Pernambucana de Letras (embora não tenha comparecido
a nenhuma reunião como académico, nem mesmo à sua posse) e da Academia
Brasileira de Letras.
Nascido em 1920, ingressou aos
dez anos no Colégio de Ponte d’Uchoa, dos Irmãos Maristas. Cabral
de Melo era admirador do futebol, chegando a sagrar-se
campeão juvenil pelo Santa Cruz FC.
Começou a trabalhar aos dezassete
anos, na Associação Comercial de Pernambuco
e, no ano seguinte, passou a frequentar a roda literária do tradicional Café Lafayette de Pernambuco.
Mudou-se nos anos 1940
para o Rio de Janeiro, onde conheceu diversos intelectuais, entre eles Carlos
Drummond de Andrade. Aos 25 anos, prestou concurso no
Itamaraty, onde iniciou a carreira de diplomata.
Em 1952, quando o Partido
Comunista do Brasil estava na ilegalidade, João Cabral foi acusado de criar
uma “célula comunista” no Itamaraty, junto com mais quatro diplomatas
(Antônio Houaiss, Amaury Banhos Porto de Oliveira, Jatyr de Almeida Rodrigues e
Paulo Cotrim Rodrigues Pereira), sendo todos afastados do órgão por Getúlio
Vargas em despacho de 20 de Março de 1953. Conseguiram voltar ao serviço em 1954, após recorrerem
ao Supremo Tribunal Federal.
Foi eleito membro da Academia
Brasileira de Letras em 15 de Agosto de 1968 e empossado em 6 de Maio de
1969.
Debilitado
pela cegueira e com crises de depressão, João Cabral faleceu em 1999.
Foi agraciado com duas
condecorações portuguesas: grande-oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da
Espada (26 de Novembro de 1987) e Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
(9 de Junho de 1998.
Recebeu em
1994, da Espanha, o Prémio Reina Sofía de Poisia Iberoamericana.
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