domingo, 12 de novembro de 2023

12 DE NOVEMBRO - LOUIS ANTOINE DE BOUGAINVILLE

EFEMÉRIDE - Louis Antoine de Bougainville, oficial, navegador e escritor francês, nasceu em Paris no dia 12 de Novembro de 1729. Morreu na mesma cidade em 31 de Agosto de 1811. Recebera o título de conde em 1808.

Na juventude, estudou Direito, mas logo abandonou a profissão. Em 1753, entrou no exército, no corpo dos mosqueteiros. Com 25 anos, publicou um tratado de cálculo integral como suplemento do tratado De l’Hôpital, Des infiniment petits.

Em 12 de Outubro de 1754, foi enviado a Londres como secretário da embaixada de França e tornou-se membro da Royal Society.

Primeiro ajudante (aide de camps) de Montcalm em 1756, ao lado do qual combateu em 1759, tornou-se capitão de fragata em 1753 e tentou em vão colonizar as ilhas Malvinas (1763/1765).

«Participou activamente na guerra franco-inglesa no Canadá»», diz a Brasiliana da Biblioteca Nacional, pg 49, «e realizou três viagens às Malvinas, com interesse em transportar colonos canadenses para as ilhas». Mesmo com as enormes perdas da guerra, procurou convencer o governo francês a reforçar as frotas naval e mercantil, com a finalidade de alargar e recuperar o império francês. Nos Mares do Sul, segundo o militar viajante, os franceses encontrariam as especiarias, o ouro e produtos tropicais perdidos para os ingleses. Os novos territórios forneceriam ainda elementos preciosos para a História Natural.

Em 1766, Bougainville recebeu de Luís XV de França a missão de navegar ao redor do globo numa expedição com um naturalista, cartógrafo e astrónomo. Tornou-se o 14° navegador da história e o primeiro francês a conseguir o feito: a realização dessa volta ao mundo revigorou o prestígio da França após as suas humilhantes derrotas durante a Guerra dos sete anos.

Bougainville zarpou em 1766 com dois navios, La Boudeuse e L’Etoile. Esteve no Rio de Janeiro em 1767 e reuniu dados sobre as fortificações, administração e comércio. «Se inicialmente recebera boa acolhida das autoridades locais, incidentes no Sul, envolvendo portugueses e espanhóis, provocaram mudança na atitude do vice-rei em relação aos franceses», segundo conta Maria Fernanda Bicalho. Ele e os seus oficiais foram proibidos de permanecer nos arredores da cidade, inviabilizando a colheita de espécies vegetais pelo naturalista Philibert Commerson, célebre pelas suas ideias conservacionistas. No seu álbum “Pitoresco”, entretanto, retratou os principais monumentos naturais e artificiais e o aspecto geral das cidades e populações: a prancha 34, por exemplo, reproduz a «Cascade de la Grande Tijuca, près Rio-Janeiro» que é hoje chamada a cascatinha da Tijuca, no Parque do Açude, Alto da Boa Vista.

Visitou a ilha de Taiti em Abril de 1768 e por pouco perdeu a oportunidade de se tornar o seu descobridor, desconhecendo a visita anterior de Samuel Wallis no HMS Dolphin menos de um ano antes. Em Março de 1769, a expedição completou a sua circum-navegação e chegou a Saint-Malo, com a perda de somente sete dos 200 homens que compunham a tripulação, facto excepcional naquela época, e um crédito extra ao bom comando da expedição de Bougainville. A sua viagem foi também excepcional pelo facto de ter sido a primeira a incluir uma mulher, Jeanne Baré, empregada do naturalista da expedição acima mencionado, Philibert Commerçon.

Descrevendo o Taiti no seu livro de 1771 “Voyage autour du Monde”, Bougainville ofereceu a visão de um paraíso terrestre onde homens e mulheres viviam felizes, em completa inocência, longe da corrupção da civilização. Ele ilustrou o conceito de «nobre selvagem», e influenciou as ideias utópicas de filósofos como Jean-Jacques Rousseau antes do advento da Revolução francesa.

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