Filipe Zau nasceu em Lisboa devido à profissão do seu
pai, natural de Cabinda e que na época era marítimo. A mãe era cabo-verdiana.
Concluiu os seus estudos de bacharel em Ciências da
Educação em 1971, em Portugal.
Desembarcou em Luanda no dia 1 de Abril de 1975. Na
cidade, contactou com músicos portugueses como Fausto, Zeca Afonso e a sua
mulher Zélia, Vitorino Salomé e Sérgio Godinho. Passou a tocar em grupos como o
“Duo Ouro Negro” e a banda Alerta Está, que dava concertos pelos
quartéis. Um dos seus colegas foi o baterista Guilherme Inês, com quem tocou na
banda Zoo, além do cantor José Cid.
Foi nomeado chefe do Departamento de Superação
da Direcção Nacional de Formação de Quadros de Ensino do Ministério
da Educação da República de Angola, de 1979 até 1984.
Partiu para o Brasil, onde se licenciou em Pedagogia
pelo Centro Universitário de Brasília (UNICEUB). Voltou a Luanda
e reassumiu o Departamento de Superação entre 1988 e 1990.
Foi nomeado como adido cultural na Embaixada de
Angola em Portugal, desempenhando funções entre 1990 e 1996, onde assume a
coordenação da representação angolana para a elaboração do Acordo
Ortográfico de 1990. No período em terras lusitanas, especializou-se em Estudos
superiores especializados em administração escolar (1994) no Instituto
Superior de Lisboa e Vale do Tejo (ISCE).
A partir de 1996, passa a dedicar-se à música,
composição e escrita, com a gravação da opereta intitulada “O Canto da
Sereia: o Encanto” em homenagem ao seu pai e em que foi co-autor com Filipe
Mukenga. Nesse ano, lança o disco “Luanda Lua e Mulher”, com a cantora
Celina Pereira gravando “Raiva di vulcão”, canção com letra de Filipe
Zau e música de Filipe Mukenga, no seu disco “Harpejos e gorjeios” de
1998. Paralelamente conclui, em 1999, o mestrado em Relações Interculturais
na Universidade Aberta de Portugal.
No campo da literatura e da investigação científica,
foram lançadas as obras literomusicais pelas editoras Lusafrica, Da
Banda e AUTORES.club, respectivamente: “Encanto de um Mar que eu Canto”,
em 1996, “Meu Canto à Razão e à Quimera das Circunstâncias”, em 2005 - ambas de
poesia, e o audiolivro “Marítimos Africanos e um Clube com História”
(2005) e a sua sequência “Marítimos”, em 2020.
Filipe Zau e Filipe Mukenga receberam o prémio Common
Ground Music Award de 2008, atribuído pela associação Search for Common
Ground, em Maio de 2008, durante a sessão de apresentação do CD “Angola
solta a tua voz”, onde os dois músicos também colaboraram. Ambos
colaboraram ainda com a Associação Unidos do Caxinde em “Os Nossos
Reis”, música do Carnaval de Luanda 2008.
O hino “Angola, país de futuro”, elaborado para
o Campeonato Africano das Nações de 2010, é da autoria da dupla Filipe
Mukenga e Filipe Zau, acompanhados pela banda Maravilha.
Em 2010, tornou-se conselheiro com as funções de Assessor
para os Assuntos de Educação, Cultura e Desportos na Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) e consultor do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento para a elaboração do Relatório de
Angola e para acompanhamento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
até 2011, assessorando a Casa Civil da Presidência da República de
Angola.
Passou a compor os quadros da Universidade
Independente de Angola (UNIA), tornando-se, durante a década, vice-reitor
e reitor da instituição, bem como professor da Faculdade de Ciências Sociais
da Universidade Agostinho Neto (UAN). Em 2020, concluiu o seu
doutoramento em Ciências da Educação na Universidade Aberta de
Portugal.
Em 2021, tornou-se embaixador da boa vontade da CPLP
para a língua portuguesa e foi nomeado ministro da Cultura e Turismo da República
de Angola.
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