Entre outras funções, foi deputado e várias vezes ministro
das Finanças, tendo em 1925 sido presidente do Ministério
(primeiro-ministro) de um dos governos da Primeira República Portuguesa.
Concluiu o curso liceal no Liceu Nacional de Viana
do Castelo, prosseguindo os seus estudos no Instituto Comercial e
Industrial do Porto, transferindo-se depois para a instituição congénere de
Lisboa.
Terminado o curso de comércio, em 1901 ingressou na Escola
do Exército, graduando-se como oficial de administração militar, iniciando
uma carreira que aliou um percurso na área da administração militar com a
docência nas áreas da administração e das finanças, tendo leccionado na Escola
do Exército, no Instituto dos Pupilos do Exército, no Instituto
Superior de Comércio e na entidade que lhe sucedeu, o Instituto Superior
de Ciências Económicas e Financeiras.
Ingressou cedo na vida política, iniciando-se como
apoiante de João Franco, mas logo em 1908 surgiu como um dos líderes
republicanos da revolta de 28 de Janeiro de 1908 contra a monarquia e o
governo de João Franco.
Integrou o comité militar criado para a proclamação da
República e após a sua implantação, em 1911 foi eleito deputado ao Congresso
Constituinte, pelo círculo eleitoral de Bragança.
Republicano convicto, foi membro da “Jovem Turquia”,
a associação paramilitar liderada por Álvaro de Castro, e do Partido
Democrático, mas ainda assim sempre se assumiu como centrista,
posicionando-se politicamente entre a ala dos “bonzos” e dos “canhotos”.
Estreou-se na acção governativa como ministro das Finanças
do governo de José de Castro, entre 19 de Junho e 29 de Novembro de 1915. Entre
16 e 22 de Dezembro de 1915 acumulou, interinamente, a pasta do Comércio.
Deflagrada a Primeira Guerra Mundial, foi
nomeado chefe dos serviços administrativos da 2ª Divisão do Corpo
Expedicionário Português. Terminada a Guerra, em 1919 participou em
várias comissões de contabilidade e de reforma do Banco Nacional Ultramarino,
sendo nesse mesmo ano eleito deputado pelo círculo eleitoral de Moncorvo. Em 15
de Fevereiro de 1919, foi feito cavaleiro da Ordem Militar de Avis e, em
28 de Fevereiro do mesmo ano, foi feito oficial da Antiga, Nobilíssima e
Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico,
Literário e Artístico. Foi delegado do Governo português à Comissão de
Reparações de Guerra (1919/1920), sendo feito grande-oficial da Ordem
Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo em 28 de Maio de 1919, e embaixador de
Portugal junto da Conferência Financeira de Bruxelas (1920).
Voltou a ser chamado ao cargo de ministro das Finanças
do governo presidido por Francisco da Cunha Leal, tendo exercido o cargo de 16
de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922, sendo simultaneamente delegado de
Portugal à Conferência Económica da Guerra (1922).
Foi novamente empossado como ministro das Finanças
do governo de António Maria da Silva, exercendo o cargo de 14 de Setembro a 30
de Novembro de 1922. Em 5 de Outubro de 1922, foi elevado a comendador da
Ordem Militar de São Bento de Avis. Foi então autor da importante reforma
tributária de 1923.
Foi nomeado presidente do Ministério, tendo exercido o
cargo de 15 de Fevereiro a 1 de Julho de 1925. Durante este período acumulou,
interinamente, a pasta de ministro das Finanças.
A partir do golpe de 28 de Maio de 1926, foi
afastado da política activa, terminando a sua carreira de oficial do Exército
em 1936, no posto de coronel de administração militar.
A sua obra publicada mais conhecida intitula-se “Contabilidade
Pública. Sua Origem e Evolução em Portugal”, tendo saído a público na “Revista
da Contabilidade Pública”, entre 1941 e 1943. Em 9 de Junho de 1941, foi
elevado a grande-oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis.
Vitorino Guimarães faleceu em 1957. Foi pai de Elina
Guimarães, activista dos direitos das mulheres; e sogro de Adelino da Palma
Carlos, advogado e primeiro-ministro em 1974.
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