Foi presidente da Indonésia, mantendo-se no cargo durante
31 anos, desde o derrube do presidente Sukarno, em 1967, até à sua renúncia, em
1998.
Ele foi amplamente considerado por observadores
estrangeiros como um ditador. Contudo, o legado do seu governo, marcado por
corrupção e progressos, continua controverso até aos dias actuais.
Suharto nasceu numa pequena vila chamada Kemusuk, em
Java, na cidade de Yogyakarta, durante a dominação colonial holandesa, crescendo
numa família empobrecida. Os seus pais, que eram javaneses muçulmanos,
divorciaram-se logo após o nascimento dele, o que o forçou a viver em lares adoptivos
durante toda a sua infância.
Durante a ocupação japonesa da Indonésia, Suharto
serviu num grupo de segurança indonésio criado pelos japoneses. Durante a luta pela
independência, juntou-se ao recém-formado exército indonésio. Suharto foi
subindo nas patentes e após a independência, foi promovido a major-general.
Entre 30 de Setembro e 1 de Outubro de 1965, ocorreu
uma tentativa de golpe de estado na Indonésia, que foi detida por tropas
lideradas por Suharto. De acordo com a liderança das forças armadas, o golpe
foi orquestrado pelo Partido Comunista.
Entre 1965 e 1966, o exército realizou uma série de
expurgos contra os comunistas e, no final, o presidente Sukarno foi forçado a
deixar o poder, com o general Suharto assumindo a presidência.
Ele foi formalmente apontado como chefe de estado
interino em 1967 e eleito presidente oficialmente no ano seguinte. Ele então
montou uma campanha social chamada «de-Sukarnoização» para tentar
reduzir a influência do seu antecessor.
Nos primeiros anos no poder, o governo de Suharto
gozou de apoio popular e da lealdade das forças armadas, permitindo a ele
implementar o que chamou de “Nova Ordem”.
Até à década de 1990, o seu regime foi marcado
por acentuado autoritarismo, repressão política e corrupção desenfreada que,
lentamente, começou a minar a sua base de apoio.
Em meados dos anos 1990, a sua situação ficou
insustentável, especialmente após a crise financeira asiática de 1997, que
levou a uma série de protestos e instabilidade.
Sem alternativa, Suharto anunciou, em Maio de 1998,
que renunciava à presidência. Ele faleceu dez anos depois, em 2008, de falência
múltipla dos órgãos e teve um funeral de Estado.
Sob a sua administração, Suharto construiu um governo
forte, centralizado e dominado por militares. A capacidade de manter a
estabilidade numa Indonésia ampla e diversa, além da sua postura declaradamente
anticomunista, conquistou o apoio económico e diplomático do Ocidente durante a
Guerra Fria. Num dos eventos mais marcantes da sua ditadura, Suharto
ordenou a brutal invasão do Timor-Leste, em 1975, na qual morreram, segundo
grupos de direitos humanos, cerca de 200 mil timorenses. Durante boa parte da
sua presidência, a economia da Indonésia melhorou significativamente, com o
país sendo industrializado e a qualidade de vida em ascensão, puxado
principalmente por melhorias nos níveis de educação.
Planos para conceder o status de Herói Nacional
a Suharto estão a ser considerados pelo governo indonésio e têm sido debatidos
vigorosamente no país.
De acordo com a organização Transparência
Internacional, Suharto foi um dos líderes mais corruptos da era moderna,
tendo desviado e assumido ilegalmente uma fortuna avaliada entre US$ 15/35
bilhões de dólares.
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