sábado, 27 de janeiro de 2024

27 DE JANEIRO - SUHARTO

EFEMÉRIDE - Hadji Mohamed Suharto, ou simplesmente Suharto, político e militar indonésio, morreu em Jacarta no dia 27 de Janeiro de 2008. Nascera em Kemusuk, Yogyakarta, em 8 de Junho de 1921.

Foi presidente da Indonésia, mantendo-se no cargo durante 31 anos, desde o derrube do presidente Sukarno, em 1967, até à sua renúncia, em 1998.

Ele foi amplamente considerado por observadores estrangeiros como um ditador. Contudo, o legado do seu governo, marcado por corrupção e progressos, continua controverso até aos dias actuais.

Suharto nasceu numa pequena vila chamada Kemusuk, em Java, na cidade de Yogyakarta, durante a dominação colonial holandesa, crescendo numa família empobrecida. Os seus pais, que eram javaneses muçulmanos, divorciaram-se logo após o nascimento dele, o que o forçou a viver em lares adoptivos durante toda a sua infância.

Durante a ocupação japonesa da Indonésia, Suharto serviu num grupo de segurança indonésio criado pelos japoneses. Durante a luta pela independência, juntou-se ao recém-formado exército indonésio. Suharto foi subindo nas patentes e após a independência, foi promovido a major-general.

Entre 30 de Setembro e 1 de Outubro de 1965, ocorreu uma tentativa de golpe de estado na Indonésia, que foi detida por tropas lideradas por Suharto. De acordo com a liderança das forças armadas, o golpe foi orquestrado pelo Partido Comunista.

Entre 1965 e 1966, o exército realizou uma série de expurgos contra os comunistas e, no final, o presidente Sukarno foi forçado a deixar o poder, com o general Suharto assumindo a presidência.

Ele foi formalmente apontado como chefe de estado interino em 1967 e eleito presidente oficialmente no ano seguinte. Ele então montou uma campanha social chamada «de-Sukarnoização» para tentar reduzir a influência do seu antecessor.

Nos primeiros anos no poder, o governo de Suharto gozou de apoio popular e da lealdade das forças armadas, permitindo a ele implementar o que chamou de “Nova Ordem”.

Até à década de 1990, o seu regime foi marcado por acentuado autoritarismo, repressão política e corrupção desenfreada que, lentamente, começou a minar a sua base de apoio.

Em meados dos anos 1990, a sua situação ficou insustentável, especialmente após a crise financeira asiática de 1997, que levou a uma série de protestos e instabilidade.

Sem alternativa, Suharto anunciou, em Maio de 1998, que renunciava à presidência. Ele faleceu dez anos depois, em 2008, de falência múltipla dos órgãos e teve um funeral de Estado.

Sob a sua administração, Suharto construiu um governo forte, centralizado e dominado por militares. A capacidade de manter a estabilidade numa Indonésia ampla e diversa, além da sua postura declaradamente anticomunista, conquistou o apoio económico e diplomático do Ocidente durante a Guerra Fria. Num dos eventos mais marcantes da sua ditadura, Suharto ordenou a brutal invasão do Timor-Leste, em 1975, na qual morreram, segundo grupos de direitos humanos, cerca de 200 mil timorenses. Durante boa parte da sua presidência, a economia da Indonésia melhorou significativamente, com o país sendo industrializado e a qualidade de vida em ascensão, puxado principalmente por melhorias nos níveis de educação.

Planos para conceder o status de Herói Nacional a Suharto estão a ser considerados pelo governo indonésio e têm sido debatidos vigorosamente no país.

De acordo com a organização Transparência Internacional, Suharto foi um dos líderes mais corruptos da era moderna, tendo desviado e assumido ilegalmente uma fortuna avaliada entre US$ 15/35 bilhões de dólares.

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