É considerado um herói da Segunda Guerra Mundial.
Grover-Williams era filho de Frederick Grover e de
Hermance Dagan. O pai, inglês, era criador de cavalos. Aos 11 anos de idade,
foi enviado para a Inglaterra, onde passou alguns anos vivendo com parentes na
região de Hertfordshire.
Depois do fim da Primeira Guerra Mundial,
Charles voltou com os seus pais e a família mudou-se para o Mónaco, local em
que desenvolveu a sua paixão por automóveis.
Aos 15 anos, obteve licença para conduzir e comprou
uma motocicleta Indian, com a qual passou a disputar corridas locais,
sem, contudo, revelar tal facto aos pais.
Adoptou o pseudónimo W Williams para continuar
a correr de forma anónima. Em 1919, Grover-Williams foi contratado, como
motorista particular, pelo pintor irlandês William Orpen. Ao mesmo tempo,
desenvolveu uma amizade com a então namorada de Orpen, Yvonne Aupicq. Quando
Yvonne se separou de Orpen, passou a namorar Grover-Williams, com quem casou em
1929.
Após alguns anos a disputar corridas de moto,
Grover-Williams passou a disputar corridas automobilísticas em França, ao
volante de uma Bugatti.
Ainda com o pseudónimo W Williams, disputou o Grand
Prix de Provence, em Miramas, e o Rali de Monte Carlo.
Em 1928, obteve a sua primeira vitória importante, no Grande
Prémio de França. No ano seguinte, viria um sucesso ainda maior. Sempre ao
volante da Bugatti, Grover-Williams repetiu a vitória no Grande Prémio
de França e venceu a primeira edição do Grande Prémio do Mónaco,
batendo a favorita equipe da Mercedes-Benz do campeão alemão, Rudolf
Caracciola. Nesta ocasião, tornou-se o primeiro piloto a utilizar o British
Racing Greeen nom seu carro.
Grover-Williams venceu, ainda, o Grande Prémio da
Bélgica de 1931 e o Grand Prix de la Baule por três vezes seguidas,
em 1931, 1932 e 1933. Obteve, ainda, o 6º lugar no Grande Prémio de França de
1932 e o 9º lugar o Grande Prémio do Mónaco de 1936.
Após a ocupação nazi da França, Grover-Williams foi a
Inglaterra para se alistar, como cidadão britânico, numa das divisões do Exército
Britânico, conhecida como RASC (Royal Arms Service Corps).
O facto de ser fluente em inglês e francês levou-o a
ser recrutado pela Executiva de Operações Especiais, divisão criada pelo
primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, para facilitar o tráfego de
informações nas linhas inimigas, bem como para fomentar os movimentos de
resistência ao nazismo, especialmente a Resistência Francesa.
Grover-Williams foi enviado de volta a França e
alocado na Secção F da SOE, passando a integrar uma das networks
estabelecidas no território francês, mantidas pelo Serviço Secreto Britânico,
denominada Chestnut Network.
Grover-Williams foi enviado a Paris, juntamente com
outros dois automobilistas, os franceses Robert Benoist e Jean-Pierre Wimille,
também integrantes das networks da SOE, para trabalhar na
elaboração de células de sabotagem e no desenvolvimento de operações de
paraquedistas, voltadas aos preparos do Dia D.
Em 2 de Agosto de 1943, contudo, Grover-Williams foi
preso pelas SS, sendo deportado primeiramente para Berlin e, depois,
para o campo de concentração de Sachsenhausen.
Finalmente, em 23 de Março de 1945, Grover-Williams
foi executado pelo exército alemão.
A história de Grover-Williams foi contada no livro “The
Grand Prix Saboteurs”, do jornalista inglês Joe Saward, que retrata, ainda,
as histórias de Benoist, que também foi executado pelas tropas alemãs, e
Wimille, os pilotos que participaram na Resistência Francesa. O jogo “The
Saboteur”, lançado em 2009 pela Eletronic Arts para XBox 360,
PlayStation 3 e Microsoft Windows, tem como seu personagem
principal, Sean Devlin, baseado em Grover-Williams.
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